Capítulo 39

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Os pés seguem um ritmo no chão

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Os pés seguem um ritmo no chão. Para lá e para cá. A tensão é quase palpável. E é perceptível que ele está se segurando muito para não fazer ou falar qualquer coisa que possa se arrepender. Os dedos entre os fios amarelados outra vez só mostra o quão evidente é o seu descontrole, ou controle? Realmente não faço idéia. A única coisa que eu quero é que ele começe. Inicie a sua explicação e o motivo de estar tão puto comigo.

Desde de que entramos na sala e ele me pôs no chão, é a única coisa que fez até agora.

Fecho os olhos após uma vistoria completa pelo seu corpo. O meu instinto de proteção e preocupação não me deixa em paz nem em meio ao caos. Eu precisava fazer isso antes do que estava por vim, só para ter certeza de que ele estava realmente bem fisicamente.

Não tinha ferimentos ou arranhões visíveis e isso por si só já era bom.

Então ele parou, virou e olhou em meus olhos.

A raiva refletida na imensidão azul não foi uma surpresa.

— Foi uma vingança? Castigo por eu te ido sem te avisar? Porque se foi,  parabéns Deise, essa porra está ardendo, pulsando... A cada vez que olho na janela e vejo você daquele jeito – exposta daquela maneira com outro homem.

Busco uma lufada de ar profunda e demorada, tanto que meus pulmões doem um pouco. Me concentro em qualquer ponto para não olhá-lo nos olhos e acabar desabando em um choro silencioso quando abrir a boca e deixar sair tudo que estar aqui dentro pronto para ser liberado.

— Porquê fez isso?

Indaga baixo.

— Você desaparece por semanas e é a primeira coisa que tem a dizer? É sério Anderson. Porque não começa com um: Como você estar, ou, como se saiu com a empresa mesmo eu tendo jogado essa bomba sobre você de súbito. Ou quem sabe: Como se sentiu quando acordou e o que encontrou ao seu lado foi um maldito bilhete e uma pílula. — Ele cerra os olhos — Como se sentiu quando ficou dias e dias sem ter notícias minhas mesmo você estando preocupada. — Me aproximo, levando o dedo indicador ao seu peito que sobe e desce em movimentos rápidos — Como você se sentiu Anderson, ao acordar e ter coragem de viajar para outro país sabendo que eu estava na sua cama, nua e alheia a o que fazia?

Ele abaixa o olhar até meu dedo.

—  O que eu mais queria era acorda-lá e levá-la comigo. Nunca quis agir dessa maneira escrota, não com você.

— Tanto quis que fez. Mas tudo bem também, já superei isso.

Me afasto sorrindo forçadamente.

Eu tentei nesses últimos dias não pensar tanto nele assim como Luana instruiu. Meu atenção foi focada em outras coisas porque não queria me sentir ainda pior com o pensamento do porquê ele ter feito o que fez. Acredite quando digo que se passaram mil e uma coisas na minha cabeça.

DEISE © - OGG 2 [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora