DEISE © - OGG 2 [COMPLETO]

Capítulo 15

Trabalhei a manhã inteira totalmente aérea, questionamentos rondando minha cabeça me deixando cada vez mais confusa. Sério, minha boca ainda formigava com o beijo mais lento e gostoso que já dei em toda a minha vida e não, não é conversa pra boi dormir. Sempre fui explosiva, selvagem, e nada feito lentamente nunca foi a minha praia, nunca fui dessas de namorar lento, aqui sempre foi amante do perverso, feroz e despudorado.

Suspiro observando as mulheres entrarem o sairem da sala do meu chefe, me pergunto o que estar passando na cabeça dele nesse exato momento, porque eu até agora me encontro desentendida.

Agora mesmo estou aqui, recepcionando as candidatas a vaga de recepcionista, ele fez questão de cuidar disso pessoalmente ao dizer que para trabalhar para ele tem que se portar como profissional, as exigências foram muitas e eu me pergunto se foi por não obter nenhuma que Verena fora demitida. Contudo, parece que ela possui outros atributos, o que ele definitivamente gosta. Enfim, não é como se fosse da minha conta também.

A porta se abre e uma mulher sai cabisbaixa, indo apressadamente para o elevador. Peço para a próxima entrar e tudo se repete, como se nenhuma fosse adepta do que ele quer, impressionante, foram doze mulheres, então sobra só duas, a que estar lá dentro e essa aqui fora, meço-a de cima a baixo me dando conta do quão bonita ela é.  O cabelo loiro, solto adornando os ombros largos, o corpo que essa mulher tem é invejável, me dou conta ao vê-la cruzar as pernas em nervosismo. Quando a filha da mãe levanta posso ter uma noção do tamanho da "raba" ao que ela vira de costas.

Olho as cópias das fichas outra vez e cá está a dela; Emily Santos Araújo, vinte e cinco anos , fala inglês, espanhol e francês, ensino médio completo, trabalhou dois anos como garçonete e três anos como frentista, não a conheço mas já simpatizei não sei porque. Emily caminha de um lado para o outro, une as mãos e parece rezar de uma maneira um tanto exagerada, talvez precise realmente do emprego.

Ela vem até mim.

— Minha nossa senhora dos desempregados, me ajude — Pede olhando para cima — Onde é banheiro? Estou nervosa, e quando me encontro assim pareco uma mulher grávida e com bexiga solta. — Diz sério e eu me seguro para não rir, a coitada estar bastante tensa.