Capítulo 44

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Deise

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Deise

Não é fácil. Os últimos meses tem brincado conosco de uma forma engraçada e dolorosa. Nos deixando confusos e saturados, eu sei mas porque isso tinha que acontecer? Eu não vou me afastar de Anderson, não mesmo. Essa merda só me mostrou que por mais que eu tente me manter distante sempre volto para ele independente de qualquer coisa. Eu o quero muito –  de verdade. E se isso significa ficar ao seu lado até que se permita abrir aqueles olhos para me fazer relembrar o quão bonitos eles são – que seja, estarei lá.

Dei uma volta tentando desnublar minha mente. Pensei em ligar para Luana e pedi qualquer orientação mas, além de ela está descansando devido a gravidez que já está quase no fim, eu é quem tenho e preciso fazer isso sozinha, não posso ficar dependendo sempre dela ou de quem quer seja.

Preciso me manter forte por nós dois.

Abri a porta de casa sentindo os olhares de alguns dos poucos vizinhos em mim. A rua em que morava não tinha muita gente e, alguns deles estavam pondo a casa a venda devido  ao barulho, eram senhorinhas e eu quero muito dizer que, a menos que se mudassem para uma fazenda ou algo do tipo, qualquer lugar que fossem teriam esse problema. É madrugada e estou surpresa de estarem acordadas enfim, fecho a porta atrás de mim, olhando o meu estado agora tenho vontade de vomitar com todo esse sangue e o cheiro forte de ferro. Assim sendo, me livro do vestido, descartando no lixo, não teria coragem de usá-lo de novo já que a cada vez que fizesse sei que me recordaria de hoje e não quero, muito pelo contrário.

Entro no banheiro deixando a água quente levar para o ralo consigo toda a sujeira que infelizmente é a única coisa que ela pode fazer

Após sair me visto com uma calça de moletom antiga e uma blusa quente e confortável, nos pés, ponho um AllStar também antigo. Prendo o cabelo em um rabo de cavalo e saio de casa.

Ao chegar no hospital um frio toma todo o meu corpo e não tem nada haver com o tempo. Estou amortecida e não consigo pronunciar nada quando me junto a todos os que estão na sala de espera, ouço o suspiro de Mari do outro lado e peço a Vinícius discretamente para levá-la para casa agradecendo pelo que ele fez que não tem preço.

As horas se passam e no fim, só somos eu e Marcelo olhando as paredes brancas. A manhã nublada descreve bem como nós estamos por dentro.

Algumas horas haviam passado. O médico de plantão nos informou que Anderson teria que ficar dormindo, praticamente em coma para uma melhor recuperação e para não piorar o quadro. Tive que me segurar para não desabar quando ele disse que foi uma ferida feia devido a sujeira na faca e que tiveram trabalho tentando limpar rapidamente o lugar profundo.

— A irmã dele está vindo para cá. — Fui desperta com Marcelo pegando em meu ombro de súbito e demorei uma pouco para entender o que ele falava — Eu acabei de falar com ela e...

Ele hesitou, aparentando estar nervoso.

— Fala Marcelo. Ela o quê? — Insisto me recompondo.

DEISE © - OGG 2 [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora