Dancing In The Dark (Camren) [EM REVISÃO]

Capítulo 2 - Oficialmente Criminosos

Então, prontos?

...

POV Michele? 

Dois meses haviam se passado, desde aquele incomum episódio com a latina de cabelos longos. Dois meses, sem conseguir tirar a curiosa Srta. Cabello de minha mente.

Camila era uma jovem intrigante e peculiar, unicamente de seu jeito. Seu sorriso e lábios, extremamente atrativos. Seus olhos castanhos, me faziam ansiar, por tentar descobrir mais sobre ela, sua história, seus gostos.

Apenas lembranças ficaram daquele breve momento que tivemos naquela noite fria em Nova York, pois logo pela manhã do dia seguinte tive que retornar a Miami. Meu trabalho era assim, incerto. Nunca parava em um lugar fixo, apesar de ser proprietária de alguns imóveis, nunca permanecia por mais de uma semana em um. Vivia mais por hotéis devido as viagens constantes.

Comecei nessa vida aos 13 anos, quando meu pai me levou no meu primeiro jogo de cartas. Não era nenhum jogo de apostas altas, de gente grande ou perigosas, mas ainda sim meu pai surripiou todo mundo, trapaceando naquela mesa de poker.

Eu era adolescente, não entendia muito bem o que acontecia e como acontecia. Mas lembro de ficar deslumbrada com a bolada de dinheiro que levamos para casa naquela tarde. Após esse dia, minha vida mudou completamente. Cada vez mais eu ansiava por aprender e me tornar uma profissional tão boa quanto ele.

Apesar de me sentir cansada as vezes, ainda sim, é algo que eu gosto de fazer. Sei que não é certo, mas não justificando meus atos, tenho alguns princípios e regras que sigo e minhas companheiras também devem seguir. E modéstia parte, sou muito bem-sucedida no ramo. Como eu posso dizer...

É como um dom, um vício, sabe? Como se eu não pudesse controlar.

E naquele dia junto a latina, eu pude me sentir viva novamente, como a muito tempo não me sentia. Com a mesma paixão daquela pequena garotinha de 13 anos que fui um dia. Ver seus olhos brilhando em expectativa, ansiedade com aquilo, me deixou eufórica, com diversas novas ideias e planos para o futuro.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do meu celular.

Eu estava dirigindo, não poderia ser imprudente e colocar essa linda preciosidade em risco. E por preciosidade me refiro ao meu carro. Eu tinha uma pequena coleção de carros e motos, mas minha verdadeira paixão era meu Mustang Boss 429 de 69, black piano, herdado de meu avô para meu pai e de meu pai para mim.

Esse carro era o grande e verdadeiro amor da minha vida.

Atendi no viva-voz do painel de bordo eletrônico que mandei instalarem nessa belezinha.

- Hey, Kordei! Já estou a caminho, chegarei em poucos minutos. – Me apressei antes que a estressadinha, me repreendesse por me atrasar alguns minutos, o que não adiantou muito.

- Espero que esteja chegando mesmo, já estou te aguardando há vinte minutos e se você não chegar em dez irei embora! – Foi incisiva.

Se tem uma coisa que Kordei odeia, são atrasos. Tudo bem que isso não acontecia com frequência, mas aquele era um dia especial e acabei divagando além do tempo durante o banho, ocasionando no meu atraso para nosso encontro.

Era período de campeonato NBA e os horários dos jogos eram meio incertos.

- Hey! Calma, Mani... - Falei. - Chego em cinco minutos, estou dirigindo, tenho que desligar, beijos! - Me apressei.

- Agora em quatro minutos! – Finalizou a ligação. 

Normani, era minha melhor e mais antiga amiga. Tinha 29 anos, dona de uma pele preta maravilhosa e um corpo de dar inveja em qualquer mulher, olhos bastante expressivos e o sorriso mais encantador que alguém teria o prazer de ver.