O começo de uma nova história!

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Permanecemos sentados por um bom tempo apenas encarando o pôr do sol, em completo silêncio. Acho que nesse momento tanto Betty, quanto eu éramos incapazes de dizer qualquer coisa. Talvez fosse medo de isso acabar e nos darmos conta que que isso não passou de um sonho.

- Essa vista é simplesmente incrível - falou ela sem me olhar - Você é especialista em encontrar esses lugares.

- Eu tenho a necessidade de encontrar lugares assim para poder pensar, é o meu refúgio. Esse aqui veio a calhar, já que é bem perto do meu apartamento.

- Além de tudo é um cara de sorte - Betty falou rindo.

Sim, tenho sorte porque você está aqui do meu lado. Era o que eu queria dizer, mas me contive.

- Paul me falou desse lugar, ele cuida da portaria do prédio e simpatizou comigo assim que eu aluguei o apartamento, e foi recíproco.

- Ele é uma ótima pessoa. Ele passa segurança quando fala com as pessoas. Eu adorei ele.

Ela tem razão. Paul é incrível.

- Tinha me esquecido que você conheceu ele - falei rindo - Aliás, ele ficou encantado com o seu sorriso. - dessa vez eu olhei pra ela para acompanhar a sua expressão, um pequeno sorriso tomou conta de seu lábios.

- Ah é? - falou me olhando.

- Sim, mas eu não o julgo. Você sempre teve o sorriso mais lindo do mundo.

Ela ficou com o rosto corado e abaixou o olhar demonstrando que estava envergonhada e eu acabei tendo um vislumbre da Betty de quatro anos atrás na minha frente.

Quando o sol finalmente se pôs, nós juntamos todas as coisas e caminhamos de volta para o meu apartamento.

Paul nos encarou sorridente na entrada, mas não disse nada e seguimos para o meu andar.

Nunca meu apartamento pareceu tão aconchegante como hoje, talvez fosse o fato de ela ter atravessado a porta junto comigo. Mas junto com o conforto de ter Betty novamente do meu lado, veio a apreensão, pois eu sabia que uma conversa decisiva e cheia de tensão estava prestes a iniciar.

O que não demorou muito.

- Por que não me contou sobre a sua doença? - perguntou de forma direta, sem nem pestanejar.

- Betty, eu...

Ela não deixou que eu continuasse E continuou falando.

- Por favor, me diz que você não está mais doente? - falou com a voz embargada.

- Vamos nos sentar, Liz. Essa vai ser uma longa conversa. Você quer beber alguma coisa? - perguntei observando enquanto ela se sentava no meu sofá.

- Não Juggy, a única coisa que eu quero é a verdade - falou com um tom de voz um pouco mais duro.

- Eu não te contei porque não queria que você sofresse. Foi uma dor muito grande quando eu descobri a doença e mais ainda quando eu vi o quanto meus pais estavam sofrendo. Ver você sofrer também ia me quebrar por inteiro.

- Eu sei que tudo isso estava no livro, mas eu precisava ouvir você falando pessoalmente sobre isso. Eu ia sofrer, é claro, mas eu também sofri quando te vi indo embora achando que eu não significava nada pra você.

- Você significava tudo, Betty - falei em um sussurro.

- Te ver indo embora me machucou como um inferno Jug. Você não imagina o quanto - Na verdade eu imagino muito bem, porque eu também sofri quando fui obrigado a deixá-la - Quando eu li no livro o que de fato tinha acontecido, eu senti vontade de te puxar para um abraço, mas ao mesmo tempo eu queria bater em você por ter me escondido a verdade e por achar que eu não era forte o suficiente pra saber o que estava acontecendo.

- Na verdade, eu quem não era forte o suficiente, eu que não ia suportar ver você sofrendo. Te deixar doeu demais Bee, mas eu sinceramente preferi te machucar naquele momento, do que imaginar como você ficaria quando eu morresse. Então se eu tivesse longe, você nunca saberia a verdade e seria melhor.

- Você tem noção que eu desejei que você morresse? - ela perguntou e um soluço relativamente alto escapou de sua garganta - Eu desejei que você morresse. Disse que você estava morto pra mim e isso era realmente o que estava acontecendo. Eu me senti destruída quando eu li as suas palavras sobre a doença. Eu sou um monstro, Jughead. Eu sou uma pessoa cruel.

- Não tinha como você saber, Liz. - falei enxugando as lágrimas que caiam do seus olhos.

- Realmente não tinha, mas isso não muda o fato que eu sou um monstro egoísta só por desejar isso para uma das pessoas que eu mais amava na vida.

Amava.

Isso significa que ela não sente mais o mesmo?

- Você não é um monstro, nunca foi, mesmo quando estava me tratando como lixo - falei rindo, mas pelo visto ela não achou graça na piada.

- Eu nunca vou me desculpar o suficiente por isso Juggy, minhas atitudes foram ridículas. Eu sinto muito.

- Não precisa se desculpar pequena. Eu já te perdoei no instante em que as palavras saiam da sua boca.

- Você é a melhor pessoa do mundo sabe disso, não sabe?

- Eu não chego nem perto disso. Mas agora me diz, apesar de eu já ter as minhas suspeitas. Como você conseguiu o livro?

Ela hesitou por um instante, mas no fundo sabia que não tinha a opção de não falar sobre isso.

- Digamos que foi um passarinho ruivo - Traidor, depois eu me acerto com ele - Ele só fez isso pra que você não disse embora, mas não adiantou de nada, porque você decolou antes que eu pudesse chegar no aeroporto.

- V-você foi até o aeroporto? - perguntei gaguejando.

- Fui, assim que eu li o capítulo do livro que falava sobre o tumor, mas não deu tempo. Mas agora eu preciso saber, isso não tem no livro, você ainda está doente? - perguntou já temendo a minha resposta.

- Que tal falarmos sobre isso em outra hora? Temos muito o que conversar ainda.

- Na verdade eu queria fazer outra coisa - ela disse com as bochechas coradas.

- Ah é? E o que você queria faz...

Não terminei de falar porque antes que eu pudesse raciocinar, ela me beijou.

°•°•°•

Gente me perdoem pela demora em postar, mas eu realmente não me senti bem para escrever nesse últimos dias, hoje que tive um pouquinho de inspiração.
Quando eu tô com esse bloqueio eu nem tento escrever pq só vai sair porcaria, então prefiro não escrever.
Não sei quando eu volto, de verdade. Mas mesmo assim espero os comentários de vocês.

Beijos 😘

Eu sempre te amei - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora