Recomeço!

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Betty, meu Deus.

Eu não posso acreditar, parece um sonho.

Eu li e reli cada palavra umas cinco vezes. Mas como? Como ela sabe do livro e como tem o meu endereço?

Ah, claro. Archie, traidor.

Depois eu me resolvo com ele, antes eu preciso ligar pra ela, preciso falar com Betty e ver se isso é verdade.

Ela gostou da nossa noite, ela sente o mesmo que eu... Ok, ela não disse isso, mas meu coração é idiota demais e já presumiu.

Como ela tem coragem de dizer que não escreve bem? Ela é incrível, é magnífica em tudo o que faz.

Droga, eu pareço uma criança de cinco anos quando recebe o melhor presente do mundo.

Meus pensamentos estão a mil, até que eu me lembro de uma coisa.

Se Betty leu o livro, então ela sabe da doença.

Claro! É isso, ela só está com peso na consciência. E se ela escreveu tudo isso porque se sentiu obrigada? Ou pior, porque sentiu pena?

Como eu sou idiota.

Burro.

Droga, eu estava tão feliz.

Preciso tomar alguma coisa. Mesmo que ainda seja cinco horas da tarde.

Peguei a minha carteira e saí, os meus últimos pensamentos foram como facadas no peito. Preciso beber pra esquecer.

Caminhei até um barzinho próximo ao meu apartamento e sentei em uma mesa afastada onde um garçom veio me atender.

- Uma tequila, por favor - pedi e ele assentiu e saiu em direção ao balcão.

Uns dez minutos depois ele retornou com a tequila, mas junto com ela tinha um pequeno bilhete.

Tequila?

Sério?

Espero que você lembre que ainda são cinco da tarde.

B.

Essa letra, isso é possível?

Olhei em volta do bar, mas não tinha nem sinal dela.

Eu só posso estar enlouquecendo.

Guardei o bilhete no bolso e deixei o dinheiro na mesa e fui pra casa, sem nem encostar no copo.

Será possível que ela esteja mesmo aqui?

- Voltou rápido Jughead - disse Paul sorridente.

- Pois é, perdi a vontade de ficar na rua - respondi sorrindo - vou subir - falei já indo em direção ao elevador.

- Espera aí filho, tenho uma coisa pra você. Só um minuto. - falou e entrou em sua pequena salinha e em seguida retornou com um pequeno papel nas mãos. - Deixaram isso pra você menino.

Peguei o pequeno bilhete e abri imediatamente.

Me disseram que tinha um lugar aqui com uma visão fantástica do pôr do sol.

Me disseram também que esse era o seu lugar preferido aqui. E agora também é o meu.

Você acha que é um bom dia para ver o sol se pondo? Eu acho que sim.

B.

Abri um sorriso enorme, meu coração parece que poderia sair pela boca a qualquer instante.

- Ih, eu acho que tem alguém apaixonado aqui - ouvi a voz divertida de Paul. Olhei pra ele que estava com um sorriso de orelha a orelha nos lábios e eu dei um sorriso envergonhado - Não precisa ficar envergonhado não meu filho, com uma garota linda daquelas qualquer um se apaixona.

Então ela estava mesmo aqui.

- E-ela veio aqui? Como ela é? - Preciso ter certeza se é a Betty mesmo.

- Não consigo explicar com detalhes, a única coisa que posso dizer é que ela tem o sorriso mais encantador do mundo.

- Sim, ela tem - respondi orgulhoso. - Agora eu preciso ir. - falei e saí correndo em direção ao meu lugar preferido.

Era um parque próximo ao meu prédio. Ele era silencioso e apesar de ser um lugar incrível, era pouco frequentado. E pra melhorar tudo, tinha uma visão fantástica do pôr do sol.

Quando cheguei ao parque, meu celular apitou, em sinal que uma nova mensagem tinha sido recebida.

Abri imediatamente e era de um número que eu não conhecia.

Pensei que pudesse estar com fome. Então nada melhor do que comer as suas coisas favoritas no mundo.

Não se preocupe com nada, está tudo pronto.

B.

E de fato estava. Embaixo da árvore que eu sempre ficava tinha um piquenique montado.

Cheguei perto e me sentei na toalha xadrez que se encontrava estendida no chão, em cima dela tinha uma cesta de piquenique com um novo bilhete em sua alça.

Coma.

Só isso. Foi impossível não rir. Ela é incrível.

Abri a cesta e ali realmente tinha coisas que eu gostava. Inclusive hambúrgueres e batata frita.

Ela me conhece como ninguém.

Comi um pedaço do hambúrguer, mas a minha ansiedade era tamanha que eu não conseguia comer. Meu estômago parecia que tinha sido dominado por milheres de borboletas. Então o deixei de lado e direcionei meu olhar para o sol se pondo.

- Quando eu te conheci você comia mais - ouvi aquela voz doce atrás de mim, mas não me virei, o ar sumiu dos meus pulmões e eu fiquei estático, incapaz de olhar pra ela. - Você tem razão de esse ser o seu lugar preferido, é lindo - falou se sentando do meu lado e percebi pelo canto do olho que ela me encarava.

Me forcei a falar alguma coisa, mesmo que a minha voz saísse falha.

- Você está aqui - falei em um sussurro e olhei pra ela, que estava linda, com um vestido branco e os cabelos soltos que com o vento estavam voando de um lado para o outro.

Perfeita.

- Eu estou - falou sorrindo - Você está pronto? - perguntou.

Eu estava tão feliz com a sua presença que era impossível raciocinar direito.

- Pronto pra que?

- Para o nosso recomeço.

Foi impossível não sorrir que nem um idiota. É tudo o que eu mais quero na vida.

- Estou pronto desde que te reencontrei naquele corredor, Liz.

Ela abriu um sorriso enorme e se levantou. Seu vestido também estava esvoaçante, assim como o seu cabelo.

- Jughead? - me chamou e eu a encarei ainda mais profundamente. - Será que eu posso te abraçar? - perguntou receosa. Como ela pode me perguntar isso?

Não respondi, apenas me levantei e a puxei para os meus braços.

O melhor abraço do mundo.

O melhor lugar.

O meu lugar.

- Você tem razão em uma coisa - falei próximo ao seu ouvido.

- O que?

- Nossa história está apenas começando.

°•°•°

Se comentarem muitooooooo eu volto a tarde.

Amei todos os comentários da maratona. Vocês são incríveis

Beijos 😘

Eu sempre te amei - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora