Eu sempre te amei - Bughead

Vá se ferrar!

- E eu cansei de sentir a sua falta – falei me soltando do seu abraço – Eu só vim te agradecer pelo o que fez pela Cheryl, isso não quer dizer que tenha mudado qualquer coisa entre a gente.

Jughead adquiriu uma expressão triste no rosto e assentiu lentamente.

- Ok! Tudo bem. – falou e direcionou seu olhar para o chão. – eu te acompanho até a porta.

Eu não ia baixar a guarda tão fácil assim, eu sempre fui orgulhosa e não é por que ele tem uma foto nossa em seu quarto e Bem por que ele ajudou a minha melhor amiga que eu vou perdoar por tudo o que ele fez.

O que está me irritando é a curiosidade em saber o real motivo de ele ter essa foto aqui. Eu queria poder perguntar, mas não sei se devo.

Chegamos até a porta, Jughead a abriu para que eu puder sair, hesitei por um instante e me virei pra ele

- Porque você tem aquela foto lá? – perguntei de uma vez.

Ele me olhou de um jeito indecifrável e ficou em silêncio por um instante. Abriu a boca algumas vezes para falar, mas não saía som algum. Fiquei irritada e me virei para voltar para o meu quarto quando ouvi a sua voz.

- Por que você acha? Não é por que eu fui embora que eu simplesmente esqueci da nossa amizade, você foi. Aliás, você é uma pessoa importante para mim, mesmo que não acredite.

Agora ele conseguiu me irritar mais ainda. Me virei para ele com fúria nos olhos.

- Então porque é que você nunca me ligou? Porque nunca voltou para me visitar? Eu sei que foi isso que eu falei para você fazer, mas você sabia mais do que ninguém que talvez tivesse sido tudo da boca pra fora. E além disso, você sempre foi teimoso e se alguém dissesse para você não fazer alguma coisa, ai que você ia lá e fazia. Então me diz porque, Jughead. Essa a sua última chance de me dar uma explicação plausível.

Por um momento pareceu que ele não ia me responder ou talvez estivesse pensando em uma desculpa que talvez eu fosse engolir.  

- Eu estava ocupado. Eu fui para uma nova cidade, conheci novas pessoas, fiz novos amigos e inclusive arranjei uma namorada. Eu só não tive tempo, ok! Mas não é por que eu não entrei em contato que eu te esqueci, você continuou sendo a minha irmãzinha.

É sério? Ele nem sequer tentou inventar uma mentira pra me fazer sentir melhor?

- Quer saber Jughead? VÁ. SE. FERRAR. – disse pausadamente – Eu não preciso de você pra nada. Se você não tivesse aparecido, eu sequer me lembraria da sua existência. Você é um ridículo.

Ele não esboçou qualquer tipo de reação as minha palavras. O que me deixou ainda mais irritada. Então peguei toda a raiva que eu estava sentindo e voltei para o meu quarto. Pelo menos ali eu podia chorar sem que ninguém visse.

Lembranças inundaram os meus pensamentos, é impossível não me lembrar dos momentos que passamos juntos.

- Ei, porque é que você não foi a escola hoje mocinho? – perguntei enquanto entrava em seu quarto e subia em cima da sua cama.

Ele estava deitado, com a cabeça coberta e parecia estar dormindo. Então eu fiquei o chacoalhando até ele descobrir a sua cabeça e falar comigo e foi o que ele fez.

Jughead estava com os olhos vermelhos e inchados, o rosto estava pálido.

- Meu Deus, o que aconteceu com você? – perguntei preocupada.

- Nada, eu só estou com um pouco de dor de cabeça, não é nada demais – respondeu tão baixo, que era como se até pra falar ele sentisse dor.

- E porque não me avisou? Eu teria vindo ficar com você. Aliás, já foi ao médico? Já tomou remédios? O que eu posso fazer por você?

Mesmo parecendo muito fraco ele colocou o seu dedo sobre os meus lábios como sinal para eu me acalmar.

- Shhh pequena, eu estou bem. Eu já tomei um remédio, isso logo vai passar. E eu não te falei para não te preocupar e pelo visto fiz certo, olha como você ficou. E você pode fazer sim uma coisa por mim. – falou com um pequeno sorriso nos lábios.

- O que?

- Você pode passar o dia comigo e me fazer um cafuné, eles são os melhores do mundo.

- E você achou mesmo que eu iria para algum lugar que não fosse aqui? – perguntei me aconchegando na cama, entrei debaixo do cobertor junto com ele e o puxei para meu peito, onde ele repousou a sua cabeça. Iniciei um cafuné, até que ouvi a sua respiração começar a ficar pesada, como sinal que tinha dormido de novo. Em seguida eu me aconcheguei ainda mais do seu lado e acabei pegando no sono também.

E com essas lembranças que tanto me fizeram feliz, eu acabei dormindo.

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