Um dia da caça, outro do caçador!

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Jughead

- Anda Archie, eu não quero chegar atrasado logo no primeiro dia na nova faculdade – Chamei o ruivo já impaciente, na arte de se atrasar meu melhor amigo dá aula.

- Calma lá garotão – disse saindo do seu quarto – Vamos logo apressadinho.

Archie e eu estudávamos Nova Jersey, mas devido a alguns problemas precisamos nos transferir para Nova York e hoje, sexta-feira é o nosso primeiro dia de aula. Eu estou cursando literatura e Archie estuda música, ambos no segundo ano.

Nos conhecemos a pouco menos de quatro anos, logo quando eu me mudei de cidade e deixei tudo para trás. Ele é o meu melhor amigo e me apoia em tudo que eu preciso e vice versa.

Chegamos no campus, onde em breve seria nosso alojamento. Archie foi procurar a sua sala e eu fui procurar a minha. Estava distraído olhando o cronograma das aulas que acabei esbarrando em alguém, fazendo com que a pessoa fosse direto para o chão. E posso dizer que ela não ficou muito feliz não.

- OLHA POR ONDE ANDA IMBECIL, VOCÊ É CEGO? – berrou enquanto se levantava. Assim que ela olhou para cima eu não pude disfarçar a surpresa que tive.

- B-betty? – Não pode ser. É ela.

Ela me analisou por um tempo, com os olhos ainda tomados pela raiva.

- O que? Quem é você? E como sabe o meu nome?

- Betty eu...

- Ai, quer saber garoto, cala a boca. Eu nem te conheço e sinceramente não tenho tempo pra isso. Agora sai da minha frente que eu preciso passar.

Dito isso ela passou por mim a passos firmes e foi embora, sem nem mesmo olhar para trás. Assim como eu fiz quatro anos antes.

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Betty

Droga, droga. Acordar cedo já é umas das piores coisas existentes no mundo, agora acordar cedo quando se está de ressaca é mil vezes pior. Meu Deus, porque eu fui beber tanto ontem?

A noite foi extremamente agradável, depois do meu primeiro beijo com Mike, que foi maravilhoso inclusive, nós ficamos conversando sobre várias coisas e acabamos bebendo além da conta. Esquecemos completamente que hoje ainda tinha aula. Inferno.

Me arrumei do jeito que deu e fui me encontrar com as garotas para irmos para a aula. Na realidade eu preferia ir sozinha, já que como o Kev disse ontem, quando estou de ressaca meu mau humor piora em cem por cento. Apesar de moramos no alojamento no campus, demorava um tempo até chegar às salas de aula.

- Bom dia flor do dia – V me cumprimenta toda sorridente, o que me irritou um pouco. Poxa, ela bebeu também ontem e continua com o seu melhor humor.

- Bom dia só se for pra você Lodge, vamos logo antes que a gente se atrase. – Fui grossa, eu sei, mas ela já está acostumada.

- Ain garota, tu tá precisando transar pra ver se melhora esse seu humor, eu hein. E aquele gatinho que você estava ontem? Pensa que eu não o vi com a língua na sua boca é?

- É o Mike, ele é um cara legal e beija muito bem. Nunca imaginei encontrar um cara como ele em uma festa da fraternidade. E o cara é tão maravilhoso que ele sequer tentou me levar pra cama, pro carro ou pra qualquer outro lugar.

- Huuuuummmm, pelo visto o gatinho te agradou amiga isso é muito bom. Quem sabe vocês não viram um casal de namorados... Bike, Beke, Metty, seriam ótimos shippes, eu apoio super.

-Eu.não.preciso.de.um.namorado.Blossom. Deu pra entender ou quer que eu desenhe? Agora anda, vamos logo que a última coisa que eu preciso hoje é chegar atrasada nas aulas.

Chegando na faculdade as meninas foram até a sala delas. Eu estava caminhando a passos largos pelo corredor até que um brutamontes, que só pode ser cego bateu em mim, me fazendo cair. Ai que ódio, eu vou matar esse desgraçado.

- OLHA POR ONDE ANDA IMBECIL, VOCÊ É CEGO? – gritei enquanto me levantava. Assim que olhei pra cima não pude acreditar no que meus olhos estavam vendo. Isso só pode ser piada.

- B-betty? – Não, não, não. É ele.

Eu não acredito no que está acontecendo, depois de quatro anos ele simplesmente aparece na minha vida de novo? Não, não. Realmente, o carma é uma vadia.

Eu não vou deixar a presença dele me abalar. Eu disse pra ele naquele dia que eu ia me esquecer da existência dele e é exatamente isso que eu vou fazer. Pra mim Jughead Jones está morto e enterrado. Ele morreu no dia em que me deu as costas no momento em que eu mais precisei.

- O que? Quem é você? E como sabe o meu nome?

- Betty eu... – Por quê? Por que meu coração ainda acelera ao ouvir a voz dele. Ele está ainda mais bonito. Meu Deus, isso não pode estar acontecendo. Eu preciso sair daqui. Eu jamais vou me permitir chorar na frente dele de novo, ele nunca mais terá o gostinho de me fazer sofrer.

Jughead Jones me destruiu. Me jogou em um precipício de sofrimento. E isso, isso eu nunca vou perdoar.

- Ai, quer saber garoto, cala a boca. Eu nem te conheço e sinceramente não tenho tempo pra isso. Agora sai da minha frente que eu preciso passar. – falei da maneira mais fria que eu consegui mesmo meu coração querendo sair de dentro do meu peito.

Passei por ele sem nem mesmo olhar pra trás, assim como ele um dia fez comigo. É aquela velha história, um dia da caça e o outro do caçador.




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Eu sempre te amei - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora