Eu vou matar aquele puto!

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Depois do meu encontro com Jughead eu não consegui me concentrar em nada, então sequer assisti às aulas do dia e fui para o dormitório. Eu realmente não estou com cabeça para nada hoje. Só quero me deitar em posição fetal e ficar ali pra sempre ou pelo menos até eu esquecer que ele existe, o que acho que é impossível.

Deus, como é difícil, porque ele tinha que aparecer depois de quatro anos? Porque ele tinha que ferrar com a minha vida e depois simplesmente voltar e me olhar daquela forma doce, fingindo que não tinha passado tanto tempo?

Jughead era o meu melhor amigo, nós nos conhecemos quando eu tinha dez anos e ele onze ou doze. Os cinco anos de amizade que tivemos foram os melhores da minha vida, ele me completava e eu achava que eu era o mesmo para ele, mas pelo visto não fui, já que ele me deixou sozinha.

Nós sempre fomos à base sólida um do outro, quando os problemas surgiam, sempre estávamos nos apoiando. E eu realmente achei que seria assim para sempre.

- Você nem devia estar aqui esquisitona. Ninguém precisa de uma garota muda aqui no colégio. – diziam os valentões enquanto puxavam o meu rabo de cavalo.

- M-me deixa ir pra casa, e-eu não fiz nada para vocês – falei em um sussurro.

- Ah, então a nerd esquisita sabe falar? – disse a garota mais velha enquanto me empurrava para o chão. Eu já não conseguia conter as minhas lágrimas. Era tão humilhante passar por isso todo dia, só por que eu era uma garota tímida que gostava de estudar.

A garota estava vindo em minha direção, pronta para me dar um chute, até que uma voz interrompeu os seus movimentos.

- Se você fizer isso, vai se arrepender pelo resto da vida. Vai embora daqui e da próxima vez que se aproximar dela vai se ver comigo.

E essa foi a primeira vez que Jughead Jones estava ali pra mim, mesmo não me conhecendo.

Eu consegui passar muito tempo sem pensar nele, eu estava cumprindo a promessa de me esquecer dele, isso até o dia de hoje. Droga.

As coisas não podem sair do meu controle. Eu lutei muito para apagar qualquer rastro de Jughead em minha vida, nos últimos anos ele sequer existiu pra mim, não é possível que agora apareça do nada para bagunçar com tudo.

Ainda era umas duas da tarde, eu estava tão agitada que acabei me servindo de algumas doses de vodka, talvez isso me acalme.

Nem percebi a hora que cai no sono. Acordei com uns barulhos no dormitório ao lado do meu, eram coisas se arrastando, uma música alta. Meu Deus, que dor de cabeça. Olhei pela janela e estava começando a escurecer. Meu corpo está extremamente cansado, acho que mais um cochilo não vai fazer mal a ninguém.

Bom, tirar um cochilo seria ótimo, se o barulho do quarto vizinho não fosse tão irritante. Mas que droga, se tem uma coisa que eu não vou admitir de jeito nenhum é um vizinho barulhento, eu prezo muito pelo silêncio.

Se eu não fizer nada agora é a mesma coisa de estar concordando com essa barulheira toda. Vou acabar com isso agora mesmo.

Eu estava apenas com uma camiseta velha que usava pra dormir e que acabava cobrindo o pequeno short que eu usava. Reuni toda a minha raiva e fui confrontar o vizinho barulhento.

Cheguei em frente a porta vizinha e não hesitei em bater com toda a força que eu tinha. Ouvi passos pesados chegando perto da porta e assim que ela abriu desatei em falar.

- Olha escuta aqui, eu estava no meio de um cochilo e esse seu barul... – parei de falar assim que me dei conta de quem estava na minha frente. – Só pode estar brincando comigo – falei em um sussurro – Você?

- Achei que não se lembrava de mim.

Porra.

Pensa rápido.

- Você é o idiota cego que me atropelou no corredor e pelo visto é o meu vizinho barulhento. Realmente, hoje não é o meu dia de sorte. – falei ainda mais irritada do que já estava. Ele não tinha o direito de reaparecer na minha vida e de quebra vir morar do meu lado.

- Eu e meu amigo só estamos organizando as nossas coisas, infelizmente o barulho é necessário Elizabeth. – Eu vou matar esse desgraçado, ele está se divertindo as minhas custas.

- Para de fingir que me conhece, babaca.

- A única pessoa com atitudes babacas aqui é você Betty. Qual é, vai fingir mesmo que não sabe quem eu sou?

Eu não vou ceder, vou continuar com o meu plano e vou ignorar.

- Sabe, você é um serzinho tão insignificante que mesmo que eu tivesse te conhecido algum dia, eu não me lembraria de você.

Não dei qualquer tempo para que ele me respondesse e voltei apressada para o meu quarto, batendo a porta com toda a força que eu tinha.

Pelo visto alguém lá em cima está tentando me testar. Ou alguém lá embaixo, já que isso tudo só pode ser algum tipo de pesadelo.

Verônica e Cheryl chegaram meia hora depois do ocorrido no corredor, eu ainda estava extremamente irritada e estava me deliciando em um enorme pote de sorvete.

- Será que eu posso saber o porquê de a senhorita não ter assistido as aulas hoje? – Cheryl perguntou se sentando do meu lado.

- Como você soube?

- Primeiro, eu sei de tudo e, segundo, você se esqueceu que almoçamos todos os dias juntas e que você simplesmente não apareceu?

- Ahh – foi só o que eu disse, eu não estava com a menor vontade de falar sobre esse assunto, pelo menos não agora.

- A pergunta não é porque ela não assistiu às aulas. E sim, porque ela não assistiu às aulas e agora está cheirando a vodka. Vamos mocinha, pode explicando agora mesmo o que aconteceu.

- Jughead Jones aconteceu. – respondi em um sussurro.

- Jughead? Aquele Jughead? O que aconteceu?

- Ele está aqui...

- Aqui? Onde? – perguntou Verônica olhando para os lados como se ele estivesse ali no dormitório, o que me fez soltar um breve sorriso.

- Ele não está literalmente aqui no nosso dormitório Verônica. Está no dormitório do lado. Agora ele é nosso vizinho.

Cheryl e Verônica não conseguiam disfarçar a cara de surpresa. Elas sabiam de toda a história com Jughead.

- Me explica essa história direito – pediu Cher.

Contei a elas desde o nosso encontro na faculdade até o encontro bizarro nos corredores do alojamento. Acho que essa coisa de corredores é o nosso ponto de encontro, já que a primeira vez que nos falamos foi nessa situação também.

- Eu vou matar aquele puto – disse Verônica se levantando com toda a sua raiva alojada no seu corpo minúsculo.

- E eu ajudo, Jughead Jones vai se arrepender por ter machucado a nossa garotinha – Cheryl estava realmente determinada a acabar com a raça dele – Verônica, vamos.

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Em breve (talvez hoje, quem sabe) vou começar a postar minha outra história aqui ❤

Eu sempre te amei - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora