Eu sempre te amei - Bughead

Eu a amava!

- Infelizmente esse é o único jeito. O seu tumor está em um estágio avançado. Como você disse, faz alguns anos que você sente essas dores de cabeça, é o tempo que o tumor foi desenvolvendo e se tornando algo mais grave. – ele fez uma pausa. – O fato de ele ter crescido lentamente foi um fator negativo, porque isso fez com que o diagnóstico fosse tardio, o que transformou ele em algo mais agressivo com o passar do tempo. Nessa doença, quanto mais cedo descobrir, maiores são as chances de recuperação. Mas apesar de tudo, a localização dele não atinge os demais tecidos do cérebro, portanto, se necessitar mesmo de cirurgia será mais fácil a sua realização e o seu sucesso.

- Então o único jeito é esse tratamento doutor?

- Sim, como eu disse, infelizmente é o único jeito. O tratamento vai seguir por um tempo e se ele funcionar a cirurgia vai ser dispensada. Como eu disse antes, apesar de ele ter se agravado com o tempo, existem chances reais de ele desaparecer somente com a radioterapia. Mas se for necessário, a cirurgia também será uma opção.

- Levando em consideração que o tratamento não funcione. A cirurgia é perigosa? Ele corre risco de vida? – perguntou minha mãe preocupada.

- Toda e qualquer cirurgia é arriscada, seja da mais simples a mais complicada, infelizmente.

°•°•°•

E foi assim que a decisão de sair da cidade surgiu. O melhor tratamento estava em outra cidade, então a casa foi colocada a venda. E eu fui obrigado a me despedir dela.

- Vai se tão difícil dizer adeus a ela mãe – falei enquanto arrumava as minhas malas.

- Eu sei meu filho, mas eu ainda acho que você deveria contar. Betty tem o direito de saber que você está doente. Ela vai ficar tão chateada quando você contar que vai embora, ainda mais sem um motivo aparente.

- Mãe, eu não suporto vê-la sofrer. Eu prefiro que está chore agora por alguns dias porque eu fui embora. Do que chore pela minha morte. Pelo menos se eu morrer ela não fica sabendo e não sofre.

- Não fala isso nem de brincadeira Jughead. Você não vai morrer. Não vai, eu não suportaria. – falou minha mãe chorando, então eu a abracei.

- Só estou tentando ser realista. Me perdoa.

A despedida foi pior do que saber que eu estava doente. Ela falou que eu estaria morto pra ela, mas não sabia que eu poderia mesmo estar morto a qualquer momento.

É tão difícil ver Betty sofrendo, nesse momento eu daria a minha vida – ou o que resta dela - pra que minha menina não chorasse.

Deus eu a amo tanto, tanto.

E assim eu fui embora, sem ter a certeza se um dia voltaria e sem receber um último abraço de uma das pessoas que eu mais amo na vida.

Depois dos quatro anos difíceis que eu passei, eu não imaginava a encontrar naquele corredor da faculdade. Ainda mais linda, ainda mais perfeita.

Não vou dizer que não doeu quando ela disse que não me conhecia, aquilo doeu como um inferno. Mas só o fato de poder vê-la de novo compensou qualquer sofrimento.

Quando eu via ela nos corredores e era tratado como um completo estranho, eu sentia tanta vontade de correr até ela e dizer tudo o que aconteceu, contar o motivo de eu ter ido, mas eu sempre precisei ser mais forte do que qualquer outra coisa para não fazer isso.

Archie, meu irmão sempre me dizia que eu tinha que contar a ela, mas eu não podia, porque mesmo depois de anos eu ainda precisava protegê-la.

Betty se tornou diferente, foi impossível não notar todas as mudanças. Ela se tornou mais forte, mais fria, mas segura de si e ainda mais linda, e eu achava que isso não era possível.

Era só olhar pra ela que meu coração acelerava como um menino bobo olhando a sua primeira paixão.

E era ai que eu percebia, que o tempo não foi capaz de curar todo esse amor que eu escondi por anos.

Mas mesmo com as mudanças, ela continuou sendo aquela menina doce que cuidava de todos a sua volta, porque mesmo me odiando da forma que ela dizia que odiava, quando eu apareci bêbado na sua porta, ela cuidou de mim.

E ela continuou sendo a mesma Betty pra mim, porque todas às vezes que ela abria a sua porta e achava aqueles muffins ela abria o sorriso mais encantador do mundo. E isso fazia com que eu ganhasse o meu dia. Mesmo sabendo que ela jogaria eles no lixo se soubesse que quem deixava eles lá era eu.

Sim, eu deixava muffins pra minha ex melhor amiga todos os dias. Patético, eu sei, mas ela amava.

E eu a amava.

°•°•°•

Não vamos descobrir agora como ele está de saúde. Isso ele vai dizer pessoalmente para a Betty.

Próximo capítulo é a narração do Jug (sem ser o livro) finalmente Brasel

Comentem muitooooooo pra eu voltar com o próximo