Vai me ignorar até quando?

781 105 10
                                    

Acordei com uma dor de cabeça insuportável, acho que eu deveria ter maneirado na bebida ontem. A noite foi boa, mas a ressaca o outro dia é horrível. As garotas estão dormindo iguais dois bebês, não pretendo acordá-las agora, ainda mais que hoje é sábado e não temos aula.

A única coisa capaz de me manter em pé hoje é um café, que só vende no Pop’s, uma lanchonete maravilhosa que fica perto do campus, lá tem o melhor café com caramelo machiatto de Nova York, e ele é o único capaz de curar a minha ressaca.

Tomei um banho rápido, coloquei uma roupa leve já que o tempo está agradável hoje e fui até o Pop’s, chegando lá pedi o café de sempre e um muffin de blueberry, que também é incrível.

Fiquei um bom tempo pensando na vida, até que resolvi voltar para o campus, lá tem um lugar que eu sempre gosto de ir para ficar em paz, quase ninguém vai até lá. É embaixo de uma árvore em um lugar mais afastado da movimentação dos estudantes, um ótimo cantinho para ler ou às vezes até para tirar um cochilo.

Apesar de todas as coisas que eu já passei, os últimos meses estão sendo bons, estou fazendo o curso que sempre quis, ao lado dos meus melhores amigos. Quem diria que depois de perder meus dois melhores amigos e ficar sem ninguém, hoje eu estaria aqui, com três amigos maravilhosos que eu amo muito.

- Bee? – Ele chamou enquanto deitávamos juntos na grama.

- Oi?

- O que você pretende fazer depois do colégio? – Jug me perguntou enquanto dirigia o seu olhar para mim.

- Eu quero ser jornalista. Pretendo ser reconhecida mundialmente pelo meu trabalho. E você?

- Eu quero ser escritor. Pretendo um dia escrever um livro que inspire as pessoas. Quem sabe até que possa mudar a vida delas de alguma forma. Eu vou fazer faculdade de literatura.

- Pena que não vamos poder realizar os nossos sonhos juntos. Droga, quem mandou você ser mais velho? Como será que vai ser quando você precisar ir embora para entrar para a faculdade, será que você vai me esquecer? – perguntei me virando para ele.

- Pequena, vem cá. – ele me puxou para um abraço. – Entenda uma coisa, eu nunca vou abandonar você e muito menos te esquecer. Isso é uma coisa impossível de acontecer. Eu te amo, nunca se esqueça disso. 

- Também te amo seu ridículo.

Betty chega de pensar naquele que não se pode mencionar o nome, aquele garoto não merece nem seus pensamentos. Não vou mais me estressar com ele. Nunca mais.

- Então você ainda procura lugares isolados para ficar pensando na vida? – disse uma voz muito conhecida por mim. Droga, até no meu lugar esse cara precisa aparecer?

Nem perdi meu tempo em olhar pra ele, nem isso Jughead merece. Se ignorar ele vai embora, é isso.

- Vai me ignorar até quando? – Betty, se segura, você não precisa partir para a violência.

- Até você me deixar em paz – falei ainda sem olhá-lo.

- Qual é Bee, vamos conversar pelo menos? – Não, não, não, ele não ousou me chamar assim. Eu não posso demonstrar que isso me afetou.

- Não me chama assim, eu sequer sei quem você é. Por algum acaso você é algum tipo de stalker?

- Vai mesmo continuar fingindo que nunca nos conhecemos?

Vou.

- Não estou fingindo nada. Olha, quer saber? Me da licença, eu não tenho tempo para ficar perdendo com gente do seu tipo. – fui tentar sair, mas ele me segurou.

- Está estressada assim pela ressaca?

- Me solta, inferno. E quem disse que eu estou de ressaca?

- Ninguém precisou me dizer, infelizmente ou não, do meu dormitório consigo ouvir algumas coisas vindas do seu, ou já se esqueceu de que somos vizinhos? – se eu achava que não era possível odiá-lo ainda mais, eu estava enganada. – Agora me diz na pergunta de ser expulsa de um bar ou ir para a delegacia, você bebeu uma dose ou não?

- Você é ridículo, alguém já te disse isso antes? – perguntei irritada.

- Já sim, você inclusive, vivia me dizendo – porque ele precisa ficar se lembrando dessas coisas? Eu o odeio. – Mas sobre a minha pergunta, você mudou muito, antes você era uma garota doce, tímida. E agora pelo o que vejo aqui você virou uma rebelde, que agora é expulsa de bares e passa a noite na delegacia.

- CALA A BOCA, CALA A PORRA DA BOCA, VOCÊ NÃO PRECISA FICAR ME LEMBRANDO DE QUEM EU ERA. EU MUDEI, EU MUDEI JUGHEAD. E EU QUERO MAIS É QUE VOCÊ VAI PARA O INFERNO OU QUE VOCÊ VOLTE PARA O MESMO LUGAR ONDE VOCÊ FOI HÁ QUATRO ANOS.

Droga. Droga. Meu principal defeito, não conseguir me segurar quando eu estou com raiva.

Jughead teve a ousadia de abrir um pequeno sorriso.

! Eu sabia que você se lembrava de mim. – ele falou exatamente como antes, por um momento pareceu que não se passou todo esse tempo.

- Olha Jughead, uma coisa é me lembrar de quem você é, e outra coisa totalmente diferente sou eu dar qualquer tipo de importância pra isso. As coisas mudam, as pessoas mudam, eu mudei e essa mudança foi para a melhor. Eu apaguei da minha memória qualquer lembrança que envolva você.

- Betty, por favor, me...

- Chega Jughead. Eu te disse antes de você ir embora que a partir daquele momento você estaria morto para mim. E é exatamente assim que eu me sinto em relação a você. – dei as costas pra ele e estava voltando para o meu dormitório, mas antes eu precisava falar mais uma coisa, então eu parei e olhei para ele de novo, que ainda estava na mesma posição de antes – Ah, faça o favor de fingir que não nos conhecemos quando passar do meu lado, por que é isso que eu vou fazer.

Dito isso eu me virei novamente e fui embora. Agora o meu lugar favorito no campus estava infectado com a presença de Jughead Jones.

•°•°•°•°•°•°•°•

Já postei os três primeiros capítulos da minha outra história Bughead, ficaria muito feliz se vocês puderem acompanhar. A história está no meu perfil e se chama "A Proposta". Ela já está terminada, então não vou demorar para atualizar ela.

Sinopse: Elizabeth, mais conhecida como Betty ou B, resolve fugir de sua vida perfeita de menina rica, para provar para si mesma e para os outros que consegue conquistar as suas coisas sem a influência de sua família e de seu dinheiro.

Nessa nova experiência Betty conhecerá o seu arrogante, frio e lindo chefe, que sem qualquer pudor usará de sua influência para obrigar a sua assistente a se envolver em um plano para desviar a atenção dos seus pais da sua vida mundana.

Eu sempre te amei - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora