Prólogo

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A guerra havia acabado, mas para Harry uma guerra interna estava acontecendo. Ele não havia terminado seu 7º ano, muitas pessoas que ele amava estavam mortas e ele sabia em seu coração que o seu Alfa também estava morto.

Desde seu primeiro ano na escola, quando ele tomou a poção de identificação no qual mostrou que ele era um ômega, ele esperou encontrar seu alfa que faria ele se sentir completo. Seria sua família. Todos os anos os alunos tinham que tomar uma poção que faria os alfas ou ômegas destinados sentirem atração e irem até seu par. Harry por anos viu muitos de seus amigos encontrarem seus pares enquanto ele ficava sozinho. O professor Snape sempre dizia a todos que o motivo de todo início de ano os alunos terem de tomar a poção de localização era porque o seu ômega ou alfa podem ter idades diferentes, e por isso pode acontecer de um deles ainda não ter ido para a escola ou pode ser por ele talvez nunca ir estudar naquela escola. Todos os anos Harry tomava a poção e esperava, mas ninguém nunca veio até ele. Umas semanas depois da guerra ter acabado, Harry resolveu ficar sozinho por um tempo. Ele sentia em seu coração que havia algo de muito errado. Sentia um vazio enorme em seu peito, mas não sabia o porquê. Andando sozinho por uma das ruas de Londres se deparou com uma figura encapuzada em um dos becos. Quando a figura ergueu a cabeça Harry o conheceu de imediato.

- O que faz aqui na Londres trouxa Malfoy? – Harry perguntou vendo Draco se aproximar.

- Não pense que sou familiarizado com esse mundo Potter. Apenas sai para caminhar e acabei chegando aqui. Acredito que como eu, você tem muita coisa na cabeça não? – Draco olhou para baixo nesse instante.

Harry sabia que Draco, que assim como ele era um ômega, não gostou do rumo que as coisas tomaram. Ele com certeza não queria ser um comensal da morte, ter medo por sua família, ver a escola que estudava ser destruída, seus amigos morrerem e ter visto seu alfa morrer.

- Você está melhor? – Harry perguntou olhando Draco.

- Sobre o que? – Fraco arqueou uma sobrancelha.

- Fred. Sei que você não suportava ele ser um Weasley, mas ele era seu alfa e tinha um bom coração.

Draco olhou para Harry com uma expressão furiosa que logo se desfez revelando pequenas lagrimas em seus olhos cinzas.

- Eu sei. Estou melhor sim, mas o vazio ainda está aqui.

- Entendo como se sente. Um buraco que você sabe que nunca vai ser preenchido. Uma dor que você sente que nunca vai acabar. - Harry falou colocando a mão no próprio peito. – Sabe eu nunca conheci meu ou minha alfa, mas sinto em mim que este está morto. Sinto em minhas entranhas que a culpa é toda minha.

- Você poderia ir a Gringots e ver sua herança de sangue. Se o seu ou sua alfa está morto. O nome vai aparecer lá. Sei disso, pois quando senti que era o Fred fui e lá e para minha surpresa era o nome dele que constava como meu par.

Harry pensou por um instante. Ele nunca havia pensado nisso.

-É uma boa ideia. Obrigada. – Harry disse se retirando.

- Se importa se eu for com você? – Draco perguntou olhando um ponto qualquer na rua.

- Claro. Vai ser bom conversar um pouco. – Harry começou a caminhar e Draco do seu lado.

- Não quer aparatar? – Draco disse segurando sua varinha.

- Quer que nossa caminhada seja curta? Tudo bem. Imagino que esteja com pressa. – Harry colocou a mão no ombro de Draco e ambos aparataram na frente do banco de Gringots.

Quando eles entraram, perceberam que o banco funcionava como se nada tivesse acontecido, enquanto o beco diagonal estava sendo reconstruído. Eles andaram em direção ao duende que ficava no centro do banco. O mesmo não deu muita atenção no começo, mas logo olhou para os rapazes a sua frente.

- Em que posso ajudar? – Disse ele em um tom sem interesse.

- Vim verificar minha herança de sangue para saber quem era o meu par destinado. – Harry disse olhando o duende nos olhos.

- Bem, me siga. – O duende logo desceu de sua cadeira e começou a andar, fazendo Draco e Harry o seguirem. O duende entrou em uma sala e pegou um objeto com espirais e uma pequena agulha no meio.

- Como só quer saber quem é seu par destinado, é só espetar seu dedo nessa agulha que você saberá. Esse artefato vem desde o início dos primeiros bruxos e tem o registro de todos os que já se foram e os que ainda estão aqui. Se seu par estiver vivo, esse objeto vai te dar a localização dele. Vai que este é de outro país? – O duende estendeu o objeto para Harry que espetou seu dedo sem mais delongas. As espirais brilharam e soltaram uma fumaça colorida que tomou forma começou a mostrar uma imagem e umas inscrições.

Nome Completo : Harry James Potter – 31 de julho de 1980 – presente.

Parceiro Alfa: Tom Marvolo Riddle – 31 de dezembro de 1926 – 2 de maio de 1998.

Mostrou o rosto do jovem Riddle que Harry conheceu no diário. Naquele momento o chão de Harry desapareceu. Ele se sentiu engolido. Draco ficou o encarando por um tempo com um semblante triste. O Alfa de Potter também estava morto. O duende os encarou por um tempo até que disse:

- Sinto pela sua perda. Dizem que quando um ômega ou alfa perde seu parceiro é o mesmo que nunca mais poder ser feliz.

Draco colocou uma de suas mãos no obro de Harry. – Vamos sair daqui. Sei bem como se sente. Foi o mesmo quando Fred estava morto no grande salão. – Draco começou a levar Harry para fora de Gringosts. O mesmo permanecia quieto e com uma expressão assustada.

- Sinto Potter, pela sua perda. Você nunca poderia imaginar que o seu Alfa fosse tão velho. Ele tinha 71 anos. Seria muito difícil você encontrar ele na escola. O pior que é que você nem mesmo o conheceu e ... - nesse momento Harry ergueu a cabeça e olhou para Draco com uma expressão confusa.

- Você não sabe quem foi Tom Marvolo Riddle?

Draco o olhou mais confuso. – Claro que não. Pelo nome ele não é sangue puro e não lembro de ninguém com esse nome.

Harry ponderou por um momento. – Tem razão. Faz todo sentido você não saber sobre esse nome. Ele não queria que ninguém o chamasse pelo seu nome original.

Draco ficou na frente de Harry o olhando, tentando entender o que estava acontecendo. – Então você o conheceu?

- Sim Draco. Eu, você e o mundo todo o conhecemos. – Harry disse começando a caminhar.

- Quem era ele?

Harry parou por um momento e olhou para Draco, que arregalou os olhos quando Harry disse:

- Você sabe quem.

Continua....

Eu voltei por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora