Capítulo 67

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Pai: não a chateies Alice, ela já disse que está tudo bem- defendeu

Mãe: mas eu não me acredito, é o meu instinto de mãe

Pai: é mais o teu instinto de psicóloga- gozou fazendo a minha mãe revirar os olhos

Mãe: filha tu estás bem?

-mãe já disse que sim ok?- pousei o copo na mesa suspirando- eu só ando cansada

Mãe: então queres-me dizer que tu estás bem certo?- encarou-me desconfiada

-sim- repeti pela milésima vez neste jantar

Mãe: e tu e o Niall também estão bem?

-mãe- encarei-a tentando controlar o meu tom de voz- eu estou bem está tudo bem, fogo não posso estar sossegada?- levantei-me da mesa chateada

Mãe: filha eu só acho que andas estranha, andas toda triste

-mas eu estou bem- menti- vou para o meu quarto- virei costas indo até ás escadas ouvindo a voz do meu pai no fundo

Pai: eu disse-te para não dizeres nada

Mãe: Ben cala-te- resmungou

Subi até ao meu quarto agarrando no meu casaco e na minha carteira, voltei a descer as escadas vendo os meus pais ainda na mesa.

-vou sair- avisei

Mãe: onde vais?

-dar uma volta

Mãe: sozinha?

-não- bufei voltando a mentir, porque é que os pais têm que fazer tantas perguntas na altura em que só queremos estar sozinhos?!

Pai: Vai lá, qualquer coisa liga- falou meigo

Saí de casa não querendo ouvir mais nenhuma pergunta por parte deles os dois, hoje o dia foi cansativo e mais uma vez estou sem qualquer tipo de entusiasmo, ou força, sinto que estou de pernas para o ar no mundo. Abri o meu minni cooper, atirando a carteira e o casaco para o banco do lado, liguei o carro sentindo um nervoso miúdo nas pernas, eu não posso ficar com medo de conduzir. Comecei por arrancar devagar, metendo-me na estrada, agarrei com força no volante começando acelerar sentindo o medo todo evaporar. Um suspiro de alivio saiu da minha boca e concentrei-me na estrada.

Não me apetece estar em casa, preciso de apanhar ar, estar sozinha e tenho o sitio perfeito para ir. O sitio preferido do Niall que passou a ser o meu também, lá tenho toda a tranquilidade de que preciso, não passa lá ninguém no meio de todo aquele florestal com uma vista incrível no topo de uma espécie de montanha. Hoje o Niall foi estúpido comigo, ele magoou-me, ele simplesmente acha que agora a melhor solução é mesmo parar de falar comigo?!

Depois ainda fez aquela cena quando eu estava a falar com o Sebastian, mas o que é que ele quer? Ele ou me agarra ou me larga, não podemos andar nisto por muito mais temos, estamos a dar cabo de nós sem nos apercebermos.

Diminui o volume do rádio assim que cheguei ao meu paraíso, este sitio traz-me imensas recordações mas neste momento eu precisava disto, e na verdade tudo me traz recordações a toda a hora, eu ando com os meus pensamentos e emoções numa roda vida.

Hoje a noite está agradável, parece que finalmente o tempo vai normalizar, apesar que Londres é uma constante incógnita, uma vez temos sol, outra vez chuva, outra vez tempestades nunca sei que estação manter no meu guarda roupa. Desliguei o carro saindo do mesmo, bati com a porta e vi-me sozinha neste lugar tão reconfortante e belo.

Encostei-me ao capô do meu carro olhando para a paisagem à minha frente, foi aqui que o Niall me pediu em namoro, era para aqui que vínhamos vezes sem conta e era aqui que ele me pedia para confiar nele. Agora eu percebo o desespero dele, quando me pedia para não fugir, para não o deixar e para confiar nele porque ele ia fazer de tudo para não me magoar. Tudo esteve sempre bem diante dos meus olhos e eu não vi.

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