Num Ano Só...

Capítulo 30

O Gabriel bateu e eu abri lhe a porta.
- Carol...
-Queres entrar? 
- Sim ...
- Queres chá? 
- Pode ser...
- Aqui está ...- disse eu sentando me no sofá grande depois de lhe dar a chavena.
Ele passeou pelo quarto enquanto bebia o chá aos poucos como se estivesse a inspecionar.
- Passa se alguma coisa? 
- Não é só que, já não estamos juntos há muito tempo... Estava a verificar se está tudo no seu lugar ... Eu já  estava com saudades...
- De quê? 
Ele aproximou se e pousou a chávena na mesa. Ele apoiou as mãos no sofá, há medida que eu me deitava para me afastar, ele aproximava se. Sentou se sem mover quase os seus braços e o troco , afinal eram o que impedia de fugir. Fiquei sem escapatória, desviei a face para a direita, e ele delicadamente usou a sua mão para possibilitar o beijo que ambos desejávamos.
Eu estava a gostar mas não podia deixar que durasse muito, podia estragar o meu plano. Empurrei o um pouco com o antebraço, e ele afastou se devagar ...
- Algum problema? 
- Eu não posso...Não é justo ... Eu não posso amar os dois ... Enquanto não  decidir quem amo realmente eu não devo ...
- Não te preocupes com isso. Apenas aproveita ...
- Holmes ... Eu não posso ...
Ele levantou se tirou o casaco e despertou a camisa branca. De seguida ajoelhou se à minha frente e guiou a minha mão ao seu peito, o que me fez corar.
- Sentes ? Ele bate só por ti, no dia em que eu deixar de ter significado, ele para...
Ele olhava para mim com tanto carinho, desejo, amor, que por momentos tive pena do que estava a fazer. 
- Eu não te posso negar carinho, nem afeto, mas não me peças para te amar ou para não te dar falsas esperanças. Isso eu não posso prometer...
- Eu compreendo...
Ele sentou se ao meu lado, desanimado, e desolado. Suavemente coloquei a mão sobre o seu ombro e conduzi o para que se deitasse com a cabeça sobre as minhas pernas, que estavam cruzadas. Enquanto lia uns apontamentos tocava os seus cabelos negros...
-O que estás a ler Caroline ? 
-Uma notas ...
-Tens estado tão ausente ... Só te vejo ou com o Marcus , ou com o Edward e o Richard... Parece que andas a evitar me ...
- Não estou Holmes ... não precisas de ficar com ciúmes...
- É fácil falar, que farias se eu decidisse dividir o quarto com uma outra menina? 
- O Marcus não é o meu gênero...
- Ele tocou te? 
- Não...
- Nem como fazem os recém-casados ? 
- Como assim ? 
- Carol ... Esquece ...- disse ele como quem já tinha falado demais 
- Diz me , a que te referes? 
- Carol vais ficar envergonhada, apenas esquece que eu mencionei isso ...
- Holmes, diz na mesma .. 
- Está bem.- disse ele antes de se sentar e de se preparar para me contar algo como se fosse segredo- Refiro me a fazer amor ... em termos científicos cópula ou reprodução...
Eu paralizei  totalmente e fiquei muito vermelha, como ele esperava. Ele encostou se ao sofá e colocou um sorriso malicioso. 
- Tu vives num colégio masculino e nunca ouviste ninguém falar disso ? Que inocente...Entre homens é um tema comum.- disse ele antes de beber um pouco de chá 
- Sobre isso, não...E tu ? Tu já "fizeste amor" ? - disse eu fazendo o engasgar se com o chá.
Dei lhe algumas palmadinhas nas costas e esperei que se recompusesse. 
- Essa pergunta não te parece, desnecessária? Ou pelo menos indiscreta?- disse ele 
- Bem só estamos cá nós,  e eu fiquei curiosa, já que " entre homens é um tema comum".
- Em Madrid as coisas são diferentes...
-Isso significa, que já... Gabriel eu não te vou crucificar por já teres tido outras pessoas...
-Está bem, eu admito, eu já  fiz amor num contexto diferente... 
- Que contexto? 
- Bem em Madrid há alguns colégios femininos que são próximos de colégios masculinos ... Havia sempre alguma aluna que se "enganava" no quarto... ou que deixava o convite, acho que era mais por desporto do que por sentimento... 
- Estou a ver...- disse eu antes de alguém usar a chave para destrancar a porta 
- Voltei ...- Disse o "Marcus"
Elê passou por trás do sofá e mexeu no meu cabelo
- Como estás Caroline ? 
- Bem, obrigado.
- Gabriel , nem te vi... 
- Olá Marcus.
- De quê falam ? 
- Madrid...
O Holmes foi embora e eu fiquei com a Helena.
- Estou tramada ...
- Por causa do duelo ? 
- Sim, eu mal sei duelar, o Jonh vai cortar me às postas ...
- Tem calma ... Já marcaram? 
- Depois de amanhã, durante a noite. No pátio. O que vou fazer ? 
- Nada, eu vou duelar por ti, vestida de Mascarado.
- Não perdes uma oportunidade de os ver de queixo caido pois não? 
- Não te agrada? 
- Claro que me agrada, muito na verdade... 
-Temos de costurar rápido ... - disse eu procurando umas botas altas no meu armário.
Agarrámos nos tecidos e começámos a fazer um fato igual ao do Mascarado.
Depois de escurecer eu saí e fui com o Richard e o Edward para o telhado.
Levei um pequeno quite de cuidados médicos, umas braceletes de metal, uma camisa larga com um colete azul justo por cima, umas calças um pouco justas também azuis e o cabelo ia preso num rabo de cavalo.
Corremos por toda a cidade eles foram embora algum tempo depois, mas eu fiquei a divertir me mais um pouco.
Comecei a pensar no Gabriel e distrai me num salto, não consegui impulso suficiente, só consegui agarrar me com uma mão. Tentei agarrar me com a outra mão mas a minha luva estava molhada e estava escorregar o mesmo senti na luva da mãocom que estava apoiada.
Eu estava a escorregar e não conseguia arranjar maneira de me safar. Quando estava quase a soltar me senti 2 mãos no meu braço. Olhei para cima e vi 2 Mascarados, fiquei um pouco surpresa.
- Dá me a tua mão- disse um deles 
Não  foi preciso muito para me colocarem em segurança. 
- Obrigada... - Disse eu antes de dar um beijo na face de ambos... 
Reparei que um deles ficou incomodado e o outro surpreendido. Conclui que o Holmes era o ciumento e o outro, o irmão. Um deles foi embora e ficou o incomodado.
- Então são dois ... 
- Carol ...
- Faz sentido... Eu vou voltar , está tarde e eu preciso de descansar ...
Voltei para o quarto e entrei pela janela.
- São dois ...
- Como assim ? 
- Não é só o Holmes e o Jonh,  há outro cúmplice  ...
- Pode ser o Alejandro...
- É  mesmo ele ...
Enquanto costumávamos no nosso quarto, no dormitório dos irmão e do Jonh havia um pequeno tumulto...
- Ela viu nos aos dois ...
- É então? Gabriel, relaxa.
- Ela já deve andar desconfiada, agora vais acreditar cegamente na sua teoria de que o Gabriel é  o ... 
- É daí? 
- Eu preciso que ela ame o Gabriel, todas amam o Mascarado, eu não sei se ela...
- Gabriel, estás esconder te, ela ama te, tu é que não suportas a ideia de que também a amas e que isso a coloca em perigo.- disse o Alejandro. 
- Ele tem razão.- disse o Jonh.
- Ela não nos podia, ter visto ...
Na noite seguinte.
- Achas que vai funcionar ? - disse ela enquanto passavamos um pigmento preto no meu cabelo.
- Claro 
Pouco depois, no pátio, o Jonh esperava com os irmãos Holmes. O Marcus chegou acompanhado do Mascarado. 
- Vamos a isto... - disse eu disfarçada 
- Espera o quê ? - disse o Jonh surpreso 
- Caro Jonh, não sou um lutador, sou um amante da paz, por isso pedi a um amigo para me representar.- disse ele com um sorriso 
Olhei para para os irmãos e eles pareciam um pouco irritados. Ri me disso mesmo à sua frente.
- Que relés impostor... - sussurrou o Holmes.
- Sinto me com sorte, recebi um beijo de boa sorte da minha amada Caroline. Ainda sinto os seus lábios...
- Chega! - disse o Holmes sacando da sua espada e fazendo um golte descendente.
Consegui defender me com a minha espada no último segundo.
- Que ciumento! Não fiques assim, ela obviamente me prefere, nunca tiveste hipóteses contra mim.
O Holmes ficou tão furioso, que eu quase nada me conseguia defender. Eu nunca o tinha visto assim, ele era sempre tão calmo. Ele começou a proferir algumas palavras em espanhol. E eu percebi que era o mesmo sotaque do Mascarado. Fiz um sorriso e disse: 
- Sempre gostei do teu sotaque... Mesmo de Madrid ...
Ele petrificou e eu parti a sua espada num golpe só.
- Parece que eu venci... - disse eu guardando a minha espada ...
Virei costas, e caminhei calmamente  até ao Marcus até que senti algo puxar me para trás . 
- Nem penses... - disse o Gabriel a agarrar a minha capa. 
Puxei a e ele soltou a, corri pelo colégio até  me esconder com a Helena no esconderijo da minha mãe. Passámos lá  umas 2 ou 3 horas até  irmos para o nosso quarto. 
Tomei um banho frio para tirar a cor preta do cabelo e respirei de alívio.