Capítulo 35

6 0 0
                                    

Numa noite ...
- Como estão as coisas com a Lúcia? 
- Bem. 
-Isso eu sei, há uma pombinha que passa a vida a ir para a tua janela...
- Ele é que a comprou, e ela adorou.
- Não é nada de mais... 
- Tu nem tens aparecido para ...
- É que eu estou...
- Distraído... 
Os Mascarados apareceram e nós fomos atrás deles até ouvirmos um tiroteio. No início parecia ser só contra eles até que começaram a disparar contra nós também...
- Rick! Ed! Vamos voltar! 
Nós voltámos e eu fui para a cave, tinha um mau percentimento. Depois das habituais perseguições eu e o Gabriel encontravamo-nos sempre na minha biblioteca. Eu queria vê lo, tinha medo que não estivesse bem. 
Desci as escadas e encontrei o Alejandro e o Gabriel. O Gabriel estava apoiado no ombro do irmão.
- Aqui, deita te aquí!- disse eu depois de cobrir o sofá com uma manta grossa.
- Ele foi atingido... 
- Ok Alejandro faz pressão na ferida- disse eu 
 Ao lado do livro " Contos de morrer" havia um estojo com suprimentos médicos, empurrei a escada e agarrei neles. Corri para o sofá.
O irmão já lhe tinha tirado o casaco e o colete, eu agarrei na tesoura e cortei a camisa de uma vez só... 
- Carol ...
- Eu arranjo vos outra! 
-Alejandro sai ... - disse o Gabriel- Vai para o quarto ... 
O irmão saiu nervoso...
-Gabriel não feixes os olhos! 
- Atravessou ? 
- Não, vou tirar ok ?- disse eu depois de observar atentamente o seu ombro esquerdo.
Agarrei numa pinça e passei a pelo álcool pouco concentrando.
- Preparado ? 
- Sim, força! 
Eu posicionei a pinça e avancei, a cada milímetro que eu avançava a sua dor aumentava e eu via isso perfeitamente. Quando eu alcancei a bala ele soltou um pequeno grito de dor... O Gabriel estava numa agonia tão profunda que eram praticamente incontáveis as gotas que escorriam pela sua face. Eu agarrei a bala e tirei a devagar para não a deixar escapar.Ele estava ofegante, e eu larguei a pinça e a bala, para com uma gaze tentar estancar o sangramento.
- Estás tão bonita hoje, meu amor.- disse ele fazendo me um carinho na minha face .
- Gabriel... Estás a delirar, isto não é bom ...
- Eu amo te muito sabias? 
Eu parei por completo...Ele nunca tinha acrescentado o " muito" e eu paralizei.
- Gabriel... - disse eu quando finalmente consegui parar a hemorragia.
- Não chores, minha querida.- disse ele- Já estive pior...
Ele sentou se e eu comecei a usar uma ligadura para fazer um curativo. 
- Não vais poder sair por aí à noite durante uns tempos. Também não é boa ideia fazer a aula de esgrima, tenta não te mexer muito ... 
- Caroline... 
Eu olhei para ele e ele beijou me devagar. 

Num Ano Só...Onde histórias criam vida. Descubra agora