Congele o tempo

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Hoje tudo estava totalmente diferente da noite no hotel, aquela noite havia uma necessidade de suprir um desejo, uma necessidade de toque, de carne, queríamos sentir uma à outra, aquela noite havia urgência em nossos atos, hoje estava tudo mais tranquilo, tudo mais carinhoso, apenas beijos que faziam minha pele arrepiar.

Ficamos em silêncio por um tempo, talvez por saber que algumas perguntas não teriam respostas, talvez por aceitar que isso já é muito mais do que tivemos em tanto tempo. Não sou hipócrita de dizer que estou satisfeita, eu quero mais, com Camila eu sempre vou querer muito mais; mais beijos, mais abraços, mais noites em claro, mais declarações de amor, mais roupas caídas pelo quarto, mais sorrisos, mais frio na barriga, mais de seu cheiro grudado em mim, mais conversas e planos, mais de sua voz trêmula ao sussurrar meu nome, mais dos nossos olhares conectados, mais risadas, mais amor, enfim, mais de nós.

Ficamos mergulhadas em nosso universo, deitei em seu colo enquanto sua mão fazia um cafuné gostoso em meu cabelo, se não fosse a euforia do momento, com certeza eu dormiria com a sensação de paz.

— Você não quer tomar o suco? Ainda deve estar gelado. – Perguntei tentando manter meus olhos abertos.
— Está tão gostoso aqui, não sei se quero levantar. – Ela continuou fazendo carinho em meus cabelos.
— Eu que não quero levantar, estou quase dormindo aqui.

Virei meu corpo de frente para admirar Camila, seu rosto tinha uma expressão suave, parecia muito com a minha Camila de 16 anos. Ela se abaixou depositando um beijo na ponta do meu nariz, me fez fechar os olhos e sorrir, e eu me sentia como a Lauren de 17 anos, o peso em minhas costas pareciam ter desaparecido. Seu dedo traçava linhas por meu rosto, passou por minhas sobrancelhas, descendo por meu nariz, até chegar em meus lábios.

— Eu gosto tanto do seu rosto, é tão bonito, e tão único. – Ela disse. Abri meus olhos fitando-a.
— Igual a você. – Respondi. Ela sorriu de canto e colocou as mãos em meu rosto escondendo meus olhos.
— Argh, Lauren, sempre tão galanteadora. – Camila respondeu dando risada.
— Só com você.  – Respondi em meio a suas mãos me amassando.

— Uhun... – Ela murmurou com deboche. Sentei-me ao seu lado e comecei a beijar seu pescoço.

— Você sabe que é verdade, você me deixa assim. Deve ser o efeito Camila Cabello. – Sussurrei em seu ouvido. Senti ela baixar a guarda e continuei beijando seu pescoço.

— Sei. Imagino o que o efeito Lauren Jauregui faz por aí. – Ela respondeu irônica, pude ver o exato momento em que ela rolou os olhos. Parei de beijá-la e fiquei fitando seu rosto.

— O que? Não entendi. – Na verdade, eu entendi muito bem, mas queria ouvi-la dizendo.
— Desculpe, vamos esquecer o que eu disse, por favor? – Ela sorriu e se levantou, pegando suco e algumas bolachas.

— Ah, ok, é que por um momento pensei que, talvez você estivesse com ciúmes, uh? – Dei uma leve provocada.
— Eu? Ciúmes por quê? Não se pode ter ciúmes do que não é seu. – Ela respondeu e continuou comendo, nem olhou na minha cara, aposto que estava vermelha. Levantei-me e fui até ela abraçando-a por trás.

— Não é seu porque não quer. – Sussurrei em seu ouvido e beijei a lateral do seu pescoço. Camila encolheu os ombros e virou de frente para mim.

— Que delícia essas bolachinhas, experimenta! – Antes que eu pudesse responder ela saiu enfiando a bolacha na minha boca.

— Huuum é mesmo, Taylor que fez. – Respondi limpando os farelos do canto da minha boca.
— Que saudade dela, eu sempre vejo suas fotos, está cada dia mais linda. – Dei um sorriso debochado levantando os ombros.

— Ela também está morrendo de saudade, até queria ter ficado em casa hoje, só para te ver.
— E, porque não ficou? 
— Porque eu não queria dividir sua atenção.
— Lauren! – Camila deu um tapa leve em meu braço.
— Ouch, Camz, dói!
— Não faça dengo, nem foi forte.  – Camila disse depositando vários beijinhos no local.

A OUTRA FACE DA LUA - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora