Capítulo 8

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Karol narrando:

Quando eu acordei, já estava em um quarto aparentemente de hospital, só tive certeza quando vi a agulha que enviava o soro para dentro de minha veia e a enfermeira que estava no pé da cama anotando alguma coisa em sua prancheta.

— Que bom que acordou! – ela sorriu simpática ficando ao meu lado. – A doutora foi checar outro paciente, mas daqui a pouco ela está aqui para examinar a senhorita. – ela informou e eu apenas balancei a cabeça sentindo minha boca seca demais. A médica chegou depois de 5 minutos, ela estava me examinando quando Mike entrou no quarto, sorri minimamente para o meu primo, eu provavelmente estava dando trabalho para ele.

— Então senhorita... – ela olhou para o papel, provavelmente minha ficha. – Sevilla, você estava bastante desidratada, creio que sua obstetra já te disse que você precisa beber bastante líquido e se manter com o estômago cheio!

— É que hoje estava sendo um dia muito corrido, mal tive tempo para pensar em comida e água.

— Mas não importa o quão corrido seu dia seja, você precisa pensar em seu bebê e em manter seu corpo funcionando. – ela rebateu com aquela típica bronca. Não tiro a razão dela, sei que fiz mal em não prestar atenção nisso. – Você terá alta quando seu soro acabar peço que preste bastante atenção nessas coisas, essas são duas necessidades básicas que você precisa suprir.

— Pode deixar senhora. Eu vou tomar conta dela! – Mike acenou, a médica sorriu e se despediu antes de sair. Meu primo se virou para mim, me olhando sério com os braços cruzados na altura do peito. – Quer dizer que você não está se cuidando direito? Poxa Kah, eu achei que estava tudo bem, que você tinha comido tudo certinho, eu fiquei muito preocupado quando te vi jogada naquele chão, você estava mais branca do que você já é!

— Ei, calma. Eu tô bem agora. – eu garanti sorrindo para ele. Mike sempre foi bem maleável, era só dar um sorrisinho para ele e estava perdoada.

— Eu sei, e agora eu irei garantir que você fique bem durante e depois dessa gravidez.

— Obrigada, primo. – apertei a mão dele. Mike sorriu se sentando ao meu lado na maca. – Prometo de dedinho me cuidar certinho. – ergui meu dedo mindinho para ele, Mike riu e entrelaçou nossos dedinhos em pinky promise.

— Pinky promise não se quebra hein! – ele apontou para mim, e eu acenei rindo junto com ele.

Depois de receber alta, encontramos Ruggero e Jorge na sala de espera, eu fiquei surpresa quando vi os dois ali, Jorge explicou que Agustín teve que ir, por causa de Lina que estava o esperando para eles irem a um jantar com a família dela. Todos nós fomos para casa de Mike já que só o Ruggero estava de carro, quando passei pela porta quase cai com Kumary e Giovanna que pularam em cima de mim empolgadas, as duas me arrastaram para o sofá onde tinha várias sacolas de lojas de bebê, os meninos riram atrás de mim, mas nenhum deles me ajudou com aquelas duas loucas.

— Sis, fomos no shopping e compramos várias roupinhas para meu sobrinho lindo! – Kumary riu pegando alguns body's dentro da sacola onde diziam "O terror das mulheres" e "Meninas, eu estou solteiro", dei risada olhando para mais alguns com frases engraçadas.

— O que é isso no seu braço? – Giovanna perguntou apontando para o curativo onde estava a agulha. – Você tomou soro? Você tá bem? – disparou as perguntas e eu revirei os olhos me jogando para trás encostando minha cabeça no sofá. Se tem alguém que é mais chato para cuidar da saúde, esse alguém é a Giovanna, minha prima me trata como se eu fosse a filha dela, era até engraçado já que tínhamos a mesma idade.

— A madame desmaiou por estar desidratada e por ter ficado sem comer o dia todo! – Mike me dedurou e todos me olharam preocupados. Ótimo, mais uma bronca, eu não quero nem ver quando Charlotte souber.

— Por que Karol? Será que eu vou ter que ficar toda hora te lembrando das refeições? – minha prima se levantou apoiando as mãos na cintura.

— Ah gente, foi só hoje, as coisas estavam muito corridas e acabei esquecendo, não foi por querer.

— A culpa foi minha, eu te enchi com as coisas da minha mala e nem me preocupei com sua alimentação, perdão sis. – Kumary resmungou e vi que seus olhos verdes brilhavam com lágrimas.

— Na verdade a culpa foi minha. – Ruggero se pronunciou. – Eu a deixei ir sem comer, deveria ter insistido para que ela comece pelo menos os sushis.

— A culpa não é de ninguém, ok? – Me apressei a dizer. – A única que tem culpa aqui sou eu que não me cuidei, vocês têm a vida de vocês e não precisam ficar 24 horas do dia cuidando da minha também. – me levantei deixando um beijo na testa de Kumary que estava fungando pelo choro. – Agora se me dão licença eu vou comer alguma coisa. – sai da sala sem esperar uma resposta.

Não quero que eles se sintam culpados quando algo acontece comigo, eu ainda estou me acostumando a ficar por conta própria, sempre tive a mamãe e a Tiana cuidando de mim, elas sempre me enchiam de mimos, então como agora eu estou sem elas e estou prestes a ter um bebê sozinha, precisava me virar, eu não podia viver pelo resto da minha vida às custas dos meus primos.

— Vem aqui meu amor! – escutei a voz de Lottie, ela estava na porta da cozinha com os braços abertos prontos para me receber. Mordi meu lábio inferior tentando barrar o choro, eu sabia que não iria conseguir, mas eu precisava tentar, me joguei nos braços da senhorinha baixinha sentindo o nó se formar em minha garganta. – Chore querida! Coloque tudo para fora. – ela sussurrou esfregando minhas costas, a sua voz calma me fez lembrar mamãe, nos tempo em que Lionel brigava comigo, eu sempre corria para os braços dela, mas ela nunca sabia o que realmente acontecia. Acredite, uma bela maquiagem esconde as marcas de dedos na bochecha. Senti as primeiras lágrimas escorrerem pela minha bochecha até chegar ao tecido da blusa de Charlotte, ela me passava um sentimento tão bom, tão puro, sentia como se cada lágrima que escorria pelo meu rosto era um peso do mundo saindo dos meus ombros. Senti Lottie acenar, mas como estava de olhos fechados eu não vi o por quê, senti braços fortes me envolverem assim que Lottie me largou rapidamente, o perfume que me deixa tão embriagada e sem rumo tomou posse do meu nariz. Ruggero acariciou minhas costas da mesma forma que Lottie estava fazendo, me agarrei dele como se fosse uma boia no meio de um oceano.

— Está tudo bem. – ele sussurrou. – Eu estou aqui!

Sentia-me no melhor lugar do mundo bem ali, no meio da cozinha, nos braços de Ruggero.


Eu chorei escrevendo isso, por que não comigo Deus?
Só queria um Ruggero na minha vida, é pedir muito? KKKKKK
Comentem bastante pra eu saber que estão gostando!

Corrigido.

𝐁𝐚𝐛𝐲 𝐈𝐬 𝐂𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠 || 𝐑𝐮𝐠𝐠𝐚𝐫𝐨𝐥 Onde histórias criam vida. Descubra agora