Capítulo 11

713 46 0
                                    


Eu definitivamente não queria sair debaixo do meu cobertor, ali era meu casulo e meu porto seguro depois daquele desastre na festa, Ruggero estava toda hora certificando de que eu estava viva, trazia minhas vitaminas, trazia comida e até trouxe uns docinhos roubados da festa, devo ter feito algo muito bom para ter um namorado tão fofo como ele. Mas claro que ele não estava fazendo isso sozinho, Charlotte também estava toda hora no meu quarto como se eu fosse um bebê chorão que precisa de cuidados... Bom pensando assim, eu acho que realmente sou um bebê chorão que precisa de cuidados.

— Anda Karol. – a voz da minha irmã quebrou a paz do meu quarto. – Levanta essa bunda dessa cama e vamos viver. – senti minha coberta ser arrancada de cima do meu corpo me fazendo grunhir em protesto.

Deus faz a Kumary parar de me encher o saco, por favorzinho.

— Mary, deixa ela! – a voz do meu namorado estava calma, olhei para os dois emburrada por terem atrapalhado meu quase sono. – Oh, oh, olha a cara dela, vamos sair antes que ela nos mate.

Eu quase ri dos olhos arregalados e assustados de Ruggero, se não fosse por meu humor — que estava do cão hoje — eu estaria gargalhando. Vi Kumary revirar os olhos para ele e se voltar para mim. Ela não iria desistir, eu já conhecia aquele olhar determinado.

— Cara feia para mim é fome e falta de plástica, posso te indicar um ótimo cirurgião. – ela piscou para mim, indo até meu closet, vi Ruggero pressionar os lábios segurando o riso, estreitei meus olhos para ele.

— Dá risada e você nunca irá ver o rosto de Isaac! – o ameacei. Rugge arregalou os olhos de novo e ficou sério endireitando a postura.

— Desculpa amor! – ele forçou um sorriso se aproximando com cautela como se eu fosse um animal raivoso pronto para atacar. – Te amo. – beijou meus lábios rapidamente, e como se fosse mágica eu senti meu corpo relaxar e meu humor melhorar uns 10%.

— Também te amo. – minha voz saiu praticamente como um ronronar. O sorriso do meu namorado se iluminou e eu ri um pouco.

— Abençoado seja Ruggero por domar a fera! – Mike praticamente gritou na porta do meu quarto, lhe lancei um olhar irritado. – Ou nem tanto.

— Meu quarto virou o que agora? Ponto turístico? – perguntei sem humor algum na voz, mas aparentemente meu primo era um retardado que ri de tudo, ou ele estava drogado mesmo.

— Cara, eu acho que ela está falando sério. – Ruggero sussurrou como se fosse um aviso de "Cuidado, cão bravo". Ok, eu estou me comparando demais com animais raivosos hoje.

— Vou indo antes que ela resolva me matar. Tchau priminha. – acenou e sumiu tão rápido como apareceu.

— Kumary morreu no meu closet? – olhei para a porta onde minha irmã havia entrado minutos atrás e nada dela aparecer de novo.

— Não amorzinho, eu estou apenas escolhendo uma roupa decente para você sair de casa.

— Eu não quero sair de casa! – choraminguei. – Rugge, fala pra ela!

— Como se eu já não tivesse pedido! – revirou os olhos se jogando na cama.

— Ruggero você vai amassar seu terno! – Kumary brigou ainda dentro do closet.

— Tô nem aí. – ele diz alto me fazendo rir novamente. – Como se sente? – se virou para mim pegando em minha mão deixando um beijo nos nós dos meus dedos.

— Esgotada, chateada, com raiva e com fome.

— Lottie está preparando uma mesa cheia de comida para você lá em baixo. – ele garantiu deixando um beijo em minha bochecha. – Mike entrou com um processo contra Javier por agressão a mulher. – ele informou meio relutante. – Aliás, ele já voltou para o México acompanhado de alguns policiais, se ele for preso vai ser lá.

— Não sei se me sinto triste ou aliviada. – assumi me aninhando mais a ele. – Obrigada. – sussurrei deixando um beijo em seu maxilar.

— Pelo o que?

— Por tudo, eu te amo!

— Eu também te amo, meu amor! – ele me puxou para mais perto sorrindo deixando um beijo em minha testa.

[...]

— Essas pessoas definitivamente não sabem o que estão dizendo. – Gio resmungou com os olhos fixos na tela do celular.

— Amor, não dá bola para isso. – Lino pediu deixando um beijo no ombro descoberto da noiva.

— Mas olha essas calúnia contra a Karol, ela que foi agredida! Eu fico muito irritada em saber que essas meninas estão pouco se fudendo para uma mulher grávida que foi agredida pelo próprio pai só porque o bendito é produtor dos ídolos delas. – esbravejou ainda olhando para a tela.

Encostei-me em Rugge soltando um suspiro cansado. O pior que tudo que minha prima estava dizendo era verdade. Desde a festa e o vazamento de um vídeo da briga tive que desativar minhas redes sociais pelo volume de insultos e ameaças das fãs dos meninos que meu pai gerenciava a carreira, elas me culpavam, o que não faz sentido algum já que não tenho culpa do meu pai ser um crápula nojento.

— Gio... – meu primo suspirou olhando rapidamente para mim antes de se virar para sua irmã. – Larga isso, pode ser? Viemos aqui para nos divertimos e esquecer essas coisas, colabora, isso tá fazendo mal para a Karol e para o Isaac!

Giovanna pareceu acordar do seu transe erguendo seu olhar para mim, ela rapidamente desligou o celular colocando dentro da bolsa.

— Perdão, prima!

Forcei um sorriso, encolhendo os ombros como se dissesse "tudo bem", Rugge me aninhou mais em seus braços e beijou o topo da minha cabeça, me senti bem ao saber que ele estava ali, que não ficou ao lado do meu pai como Lionel fazia toda vez que eu brigava com o mesmo. Cada vez mais percebo que Isaac por mais que tenha sido um problema no começo, ele está sendo meu livramento.

— Você tá chorando? – Rugge perguntou baixinho quando meu corpo tremeu um pouco pelo soluço. – Ei, amor, está tudo bem, olha para mim. – ele me virou erguendo meus óculos escuros para me olhar nos olhos.

— Eu te amo. – eu praticamente solucei isso.

Não sei o que desencadeou esse choro, mas algo de mim percebeu agora que eu estava livre. Livre dos tapas de Lionel, livre da culpa toda vez que ele brigava comigo por causa do meu batom ou então da minha roupa, livre do meu pai que apoiava esse relacionamento abusivo. Ruggero me ama de verdade, eu posso ver, posso sentir, ele não me bate, não me julga ou então me obriga a colocar outra roupa. Eu odeio fazer isso de comparação, mas é automático. Ruggero não é Lionel, Ruggero é um homem de verdade e, se um dia eu encontrar os pais dele eu tenho que agradecer pelo filho maravilhoso que eles criaram. Ruggero é minha salvação. Isaac é minha salvação.

— Eu também te amo! – ele segurou meu rosto, afastando minhas lágrimas para longe deixando vários beijinhos ali. – Eu te amo muito, ok? Não se esqueça disso! – por um momento nossos olhos se conectaram e ficamos assim nos encarando.


Aí eu fico muito soft com esse relacionamento deles.
Já disse que quero um Ruggero pra mim? KKKKK

Corrigido.

𝐁𝐚𝐛𝐲 𝐈𝐬 𝐂𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠 || 𝐑𝐮𝐠𝐠𝐚𝐫𝐨𝐥 Onde histórias criam vida. Descubra agora