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3 dias depois...
Eu estou morrendo.
Eu sei que que eu estou. Está cada vez mais difícil respirar, meu coração está batendo fraco, eu não consegui pregar o olho com medo daquele louco vir pegar meu filho, as vezes meu corpo meio que se desligava, mas qualquer barulhinho eu acordava. Eu só sabia que era noite quando o quarto ficava totalmente escuro, já perdi a noção de quanto tempo estava aqui, sem comer e sem sequer beber água, Isaac tinha sorte que meu peito estava cheio, pelo menos fome e sede ele não vai passar. Meu braço já estava dolorido, eu me recusava a deixar Isaac na caixa ou no colchão podre, não importa o quão difícil está para continuar viva, eu vou lutar até o último segundo e quando eu tiver certeza que meu filho está seguro com seu pai e minhas irmãs, eu por fim me entregarei para o cansaço. Lionel vinha às vezes para me torturar com facas, ou quando Isaac chorava, ele vinha me bater para que eu o fizesse parar de chorar. Meu corpo estava cheio de sangue seco, haviam cortes em todas minhas pernas, minha cabeça havia ganhado um novo corte, eu sentia meu rosto inchado pelos socos de Lionel.
Eu já não tinha esperança de ser encontrada, não tinha como alguém me encontrar, estava sem meu celular e nenhum aparelho, não havia chances nenhuma deles me rastrearem, se não fosse pelo meu filho eu já teria me entregado para a morte.
Escutei a porta se abrir em um estrondo, Lionel parecia estar nervoso quando surgiu na minha frente.
— Temos que sair daqui! – avisou puxando meu braço, me obrigando a levantar. Eu mantinha minha única força em meu braço que estava segurando Isaac. Meu corpo praticamente desabou não conseguindo ficar em pé. – Porra Karol, coopera comigo que você ganha mais alguns minutos de vida.
— O que tá acontecendo? – eu não consegui reconhecer minha voz quando falei, parecia que havia outra pessoa ali.
— Não te interessa, temos que sair daqui rápido, ou você vai andando ou eu vou te arrastar! – ele puxou meu cabelo me fazendo olhar para ele. – Eu to falando sério!
Como eu não demonstrei nenhuma reação, ele largou meu cabelo começando a me arrastar pelo braço. Os cortes das minhas pernas voltaram a sangrar na medida que ele me arrastava pelo concreto sujo, eu podia sentir o osso do meu braço quase se deslocando enquanto ele me puxava. Eu chorava e rezava em silêncio, se eu morrer eu espero que alguém proteja meu filho.
Ao chegar no lado de fora da cabana abandonada, senti meus olhos arderem pela claridade que eu não via há um tempo.
— Porra... – escutei Lionel dizer.
Tudo foi muito rápido.
Ruggero Narrando:
3 dias.
São 3 dias sem saber onde minha Karol está, onde meu filho está. Eu estou quase ficando louco, depois que eu, Mike e os seguranças vimos as imagens das câmeras dos hospital, foi constatado imediatamente como sequestro. Conseguimos identificar o rosto de Lionel, era impossível não reconhecer aquele cabelo descolorido.
