Capitulo 19

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Karol Narrando:

Tive dificuldades para abrir meus olhos, mas quando consegui tive que os fechar novamente pela claridade e pelo ambiente exageradamente branco.

Eu estava viva. Eu não morri. Eu lembro do momento em que vi Ruggero lá, eu senti um alívio tão grande em saber que Isaac não iria estar sozinho, que ele teria o pai dele ali para o proteger quando eu não podia, consegui convencer Lionel apenas dizendo que ele poderia me matar ali naquele momento se ele deixasse Ruggero pegar Isaac, afinal, meu filho não é culpado pelas coisas que aconteceram no passado. Lembro também o exato momento em que eu caí no chão e o barulho do tiro que foi disparado, depois disso eu apaguei.

— Senhorita Cisneros? – olhei para a mulher que estava ao lado da minha cama, ela sorriu e chegou mais perto. – Consegue falar? – me perguntou passando uma lanterna pelos meus olhos.

— Água! – parecia que a palavra havia arranhado minha garganta.

A mulher acenou pegando um copo na mesinha ao lado da cama e me entregou. Bebi a água sentindo o prazer do líquido molhando minha boca e minha garganta seca.

3 dias sem sentir isso, eu realmente não sei como não morri.

— Como se sente?

— Parece que um caminhão passou por cima de mim. – tentei sorrir sentindo minha bochecha inchada.

— É normal se sentir assim, vamos te dar uma pequena dose de morfina para passar o desconforto, uma dose muito grande poderia fazer mal ao bebê quando você o amamentar. – balancei a cabeça concordando, pude sentir minha cabeça pesada apenas com esse movimento. – Vou pedir para uma enfermeira avisar ao seus familiares que você acordou, se houver algum homem, eles estão permitidos a entrar? – balancei a cabeça mais uma vez, me poupando de falar muito.

A médica saiu, mas logo voltou com uma prancheta em mãos.

— O soro que está ligado à você é para te hidratar, você estava entrando em um quadro de desidratação muito grave, vamos fazer mais um exame para ter certeza que seu fígado não sofreu nenhum dano por esses dias sem água. – explicou intercalando seu olhar entre mim e a prancheta. – Já pedi para que trouxessem seu jantar, creio que esteja com fome, será totalmente normal você sentir enjoos e ânsias enquanto come, e se sentir que algo não está normal não tenha vergonha de me chamar, ok?

— Obrigada por tudo doutora. – agradeço.

— Não há nada que me agradecer, eu sinto muito pelo que você passou! – ouvimos batidas na porta e logo Itzitery invadiu o quarto correndo me abraçando. – Essa é minha deixa. Até daqui a pouco. – tentei sorrir para ela, não tendo muito sucesso pelo rosto inchado.

— Ei Tery. – chamei baixinho passando minha mão livre em suas costas. – Eu to bem, irmãzinha.

— Você não sabe como eu senti sua falta. – ela choramingou escondendo o rosto em meu pescoço me dando a visão da porta. Ruggero estava ali parado, ele chorava tanto quanto Itzitery, arrisco a dizer que até mais que minha irmã.

— Eu também senti muito a sua falta, Tery. – beijei a lateral da sua cabeça, esperando ela parar de chorar.

Meu namorado se aproximou deixando um beijo leve em minha testa. Olhei pra ele e tentei sorrir novamente.

Eu estava em paz agora. Apenas com aquele olhar, eu me sentia em casa. Ruggero era minha casa, o lugar que eu pertenço.

Minha irmã se afastou tentando secar as lágrimas que ainda escorriam, ela segurou minha mão com cuidado para não mexer no cateter do soro.

𝐁𝐚𝐛𝐲 𝐈𝐬 𝐂𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠 || 𝐑𝐮𝐠𝐠𝐚𝐫𝐨𝐥 Onde histórias criam vida. Descubra agora