Capítulo: 06

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Allyson POV

– Ligue para nós assim que chegar lá. – Minha mãe dizia enquanto limpava o rosto com um lenço.

– E não faça nenhuma loucura.
– Meu pai avisou. Eu revirei os olhos diante de tanta preocupação.

– Eu vou ficar bem, estou saindo de debaixo de suas asas, isso é bom.

– Espere ate você ser mãe, e verá como é bom. – Ela falou e eu revirei os olhos. Eu tinha o sonho de um dia ter filhos, mas agora... Nessas condições... Não queria ter um filho e não poder cuidar dele, e outra... Quem em sã consciência casaria comigo? Com uma pessoa que não pode sair de uma cadeira de rodas? Que não poderia dar tantas coisas, e proporcionar momentos inesquecíveis? Na melhor das opções eu seria traída.

– Atenção senhores passageiros do vôo 2045 com destino a Los Angeles, embarque no portão sete. – A voz soou pelo aeroporto. Suspirei e logo um homem que trabalhava para a empresa aérea surgiu, ele me levaria ate o avião.

Minha mãe inclinou-se e deu-me um pequeno beijo na bochecha já chorando novamente, meu pai deu-me um beijo na testa.

– Cuide-se, eu ligarei todos os dias, e nos feriados eu irei visita-lá. – Minha mãe disse e meu pai assentiu.

O homem conduziu minha cadeira pela multidão, pessoas pareciam ansiosas, talvez esperando alguém importante, outras já se reencontravam, casais se beijavam apaixonadamente, outros abraçados de um jeito que pareciam se encaixar, algumas mulheres choravam enquanto os homens colocavam o rosto delas em seu peito.

Aquilo era odiosa mente bonito. Queria poder fazer isso também, queria saber que a qualquer momento Poncho iria aparecer e me abraçar enquanto sussurrava que eu não chorasse.

Logo o funcionário empurrava a cadeira para o Ambulift (n/a: pra quem não sabe o Ambulift, é uma espécie de elevador, que leva os cadeirantes para dentro do avião)
e segundos depois eu era levada para dentro da aeronave. Como é um vôo curto, o homem colocou-me na poltrona do avião. E logo levava minha cadeira para algum lugar.

Peguei os fones de ouvido e coloquei algumas músicas para tocar. Ajeitei o sinto de segurança, e olhei pela janela, vendo tudo ficar cada vez menor.

Fechei meus olhos lembrando-me de minha despedida.


FLASBEAK ON


– Filha, você realmente quer fazer isso? – Meu pai perguntou temeroso, acho que ele tinha medo que eu desmorone.

– Tenho pai, quero fazer isso. – Eu disse firme, ele assentiu e conduziu minha cadeira, parando de frente a o túmulo de Poncho.

Escutei seus passos se afastando, e logo deduzi que ele queria me dar privacidade.

– Oi Poncho, eu vim me despedir.
É estranho falar isso, nunca me imaginei longe de você, e agora eu estou me despedindo de seu túmulo. Eu vou tentar realizar um dos meus sonhos, os mais importante deles já não é mais possível. Eu já não tenho mais você, não posso mais contar com você... Sinto sua falta. – Sussurrei a última parte deixando algumas lágrimas caírem.

Era tão difícil aceitar a realidade... Ver que os planos que eu fiz foram simplesmente jogados na lama...

Queria acordar e ver que tudo não passou de um pesadelo, que a vida estava ali para que eu não cometesse os erros já cometido, que eu pudesse evitar que algumas coisas ruins acontecessem.

Senti uma brisa suave em meu rosto, e sorri em meio a lágrimas.

– Eu queria estar ai com você. Estou indo embora, porque sei que é isso que você quer que eu faça, lembra que eu te amo. – Falei, senti um vento leve.

Virei minha cadeira, e meu pai logo veio levando-me para perto do carro...

FLASBEAK OFFF


Despertei de minhas lembranças, não sabia o que me aguardava, mas sabia que eu faria de tudo para conseguir o que quero.


Dinah POV


– Então o que me diz dulce?

– Eu não sei o que dizer... É uma proposta bem diferente. – Eu falei pegando a garrafa de água em cima da mesa.

– Mas será uma ótima oportunidade, você ajudara os novos alunos, não será muitas horas, você pode escolher o horário, quero fazer algo diferente este ano, convidarei outros ex alunos. – Ele insistiu.

– Ok reitor, mas eu só posso pela manhã. – Eu disse concordando por fim. Ele sorriu e estendeu a mão em minha direção, estendi a minha e demos um aperto firme.

– Isso é ótimo, poderia começa na segunda?

– Claro, chego lá pelas oito, pode ser?- Perguntei.

–Ótimo, quero que seja uma aula, de no Máximo uma hora, você como já esta formada poderá ajudá-los em tudo.

– Tudo bem, preciso ir, tenho uma paciente em meia hora. – Eu disse levantando-me, ele imitou meu gesto e mais uma vez estendeu para mim.

– Muito obrigado Dinah, será de grande ajuda.

– Não precisa agradecer, eu vou gostar disso. Até segunda. – Sai de sua sala, e caminhei pelos corredores da faculdade.

Quando finalmente desci as escadas, fui para o estacionamento, entrei no meu carro e sai dali.

Dirigi diretamente para a clinica. Só me restava atender três pacientes.

– Boa tarde Doutora Hansen. – luciana a recepcionista cumprimentou-me, devolvi um aceno.

Entrei em minha ampla sala, repleta de acessórios e maquinas para a fisioterapia, coloquei meu jaleco, e revisei alguns prontuários.

O resto do dia passou rápido, e apesar de amar meu trabalho eu estava feliz de ter dois dias de folga.

Após terminar tudo, sai da clinica e fui diretamente para o estacionamento.

Entrei em meu carro pronto para ligá-lo quando senti o meu celular vibrar. Peguei-o vendo que se tratava de Maite.

– Oi Mai.

– Dinah.. Ele... – Ela chorava copiosamente, soluços interrompiam sua fala, o que tornava difícil entender o que ela queria dizer.

– Calma, respira fundo e me diz o que aconteceu. – Eu pedi.

– Ele... Ele

– Maite...

– Dinah , sou eu Lauren. – A voz Conhecida falou.

– O que aconteceu Laur? Porque a Mai esta chorando? – Perguntei preocupada, tenho Mai como uma irmã, e não suporto vê-la triste.

– O senhor Perroni... Ele sofreu um infarto e esta na UTI. – ela disse. Meu corpo caiu um pouco no banco do motorista. O senhor Perroni já havia sofrido um começo de derrame, o que tornava sua saúde ainda mais critica, seu coração estava fraco desde a morte de sua esposa, um ano atrás.

– Onde vocês estão Vero?

– No hospital que seu pai trabalha. - Ela respondeu rapidamente, eu conseguia escutar os soluços de Maite do outro lado da linha.

– Chego ai em vinte minutos.
– Disse desligando o celular, e ligando o carro.

Nem conseguia imaginar a dor que Mai estava sentindo.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Onde histórias criam vida. Descubra agora