- Não vai dizer mais nada? – Perguntei.
Expirei pela boca, como se esse pequeno ato fosse capaz de expulsar toda a ansiedade que estava presente em mim. Sentia minhas mãos geladas e as pontas de meus dedos formigando, torci-os só para ter certeza de que eu ainda tinha controle sobre meu corpo.
Ela enrugou a testa, me olhando como se eu fosse um ET. Perguntei-me intimamente o que se passava em sua cabeça, e desejei com todas as forças ser capaz de ler pensamentos.
Só para ter certeza, refiz a pergunta mentalmente: Não vai dizer mais nada?
Era uma pergunta perfeitamente comum e aceitável se considerar nossa situação. Contei a te dez mentalmente e olhei para o chão, nunca pensei que o silêncio pudesse incomodar tanto.
- O que você quer que eu diga? – Perguntou parecendo realmente confusa.
Suspirei sentindo uma enorme vontade de chorar.
Sentia-me desconfortável ali. Ficar em pé com ela me analisando não estava sendo agradável. Era como esperar uma sentença no tribunal.
Eu poderia ser perdoada pelo que cometi. Poderia ser condenada, e por fim poderia pagar minha pena com serviços comunitários.
- Qualquer coisa, só não me deixe nessa situação. Acabe logo com isso. – Praticamente implorei.
Ela me olhou, desviou os olhos por um segundo, e parecia pensar em como falar qualquer coisa que estivesse em sua mente. Preocupei-me um pouco.
- Não sinto raiva de você...
Não quis esperar que ela dissesse mais nada, ela não sentia raiva de mim. Joguei-me sobre ela com a intenção de beijar seus lábios. Querendo agarrar seus cabelos com força e colar meu corpo no dela. Queria novamente suas mãos em minha cintura me apertando contra ela, queria suas mãos nos cabelos de minha nuca... Queria ela.
Queria seus olhares, suas palavras, seus abraços, seus beijos... Tudo, absolutamente tudo que viesse dela eu aceitaria, afinal era ela.
Antes que o que eu queria acontecesse suas mãos me impediram de me agarrar a ela. Olhei para suas mãos que prendiam minha cintura com força... Não por desejo, e sim
para impedir que eu chegasse
mais perto.Impedindo que eu me jogasse sobre ela, e ao menos tentasse matar a saudade que eu sentia.
Em seus olhos eu vi muita coisa, não tinha raiva... Mais também não tinha o perdão que eu tanto queria.
- O que...
Eu estava um pouco atordoada com a reação dela.
- Eu disse que não sentia raiva de você... Mas em momento algum
eu disse que te perdoava e que tudo está bem, não sinto raiva de você por que minha mãe me criou, ensinando-me o quão feio é o rancor. Mas não sou, pelo menos agora, capaz de te desculpar e de passar uma borracha no que aconteceu. Eu realmente am... Gosto de você, gostei do que pouco tempo que passamos juntas, e em minha cabeça ficaríamos bem. Você iria esquecer qualquer magoa que tivesse de mim, e em troca eu te daria uma plena felicidade. Só esqueci que isso aqui é vida real... A realidade é dura, não acha? Nunca será como queremos. Planejar algo se torna um ato idiota, sempre acontecerá algo que irá fazer seus planos irem por água abaixo.Ela agora parecia filosofar com ela mesma. Olhei ela tentando ver algo a mais em seus olhos, e eu vi: Dor.
Estaria ela agora, relembrando tudo o que passamos e terminando como nós acabamos? Relembrando a dor que ela sentiu? Estaria ela sentindo a mesma humilhação que eu senti quando jesse foi embora?
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•Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟ B͟y͟ A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)
Фанфик02 • C̳̳o̳̳m̳̳p̳̳l̳̳e̳̳t̳̳o̳ • ✓ ɴãᴏ ᴘᴇʀᴍɪᴛo ᴀᴅᴀᴘᴛᴀcᴀo √ ➪ ᴄʀᴇ́ᴅɪᴛᴏs ᴘᴀʀᴀ ᴄᴀᴘɪsᴛᴀ ➪ CamzLolo ̳S̳̳I̳̳N̳̳O̳̳P̳̳S̳̳E̳ Poderia você se apaixonar pela pessoa "responsável" pela morte do "amor de sua vida? "Poderia você se apaixonar pela pessoa "respons...