Capítulo: 09

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Allyson POV

Acho que no fundo eu imagine coisas, pensei que talvez todos me fossem olhar estranho, alguns olharam mesmo, mas acho que não pelo fato de eu ser paraplégica, mas sim pelo fato de eu ter escolhido cursar fisioterapia.

Continuei empurrando a cadeira para uma nova aula, dessa vez ela não estava no horário, pelas conversas que eu ouvi todos os cursos teria ela.

Obviamente eu não era tão rápida quanto os outros alunos, e terminaria chegando atrasada nela. Bufei inconformada ao ver o corredor totalmente vazio.

Continuei olhando as portas procurando a que seria minha turma. Quase sorri ao encontrar a sala 102. Abri a porta devagar, quase implorando para que a professora não me olhasse com cara feia.

– Como hoje é o primeiro dia, eu vou fazer mesmo que meu antigo professor fez, quero que cada um me diga o nome e o porquê de terem escolhido a fisioterapia como o curso superior. – Escutei uma voz que eu diria ser jovem demais para ser um professora.

Olhei em direção a voz rouca e acho que alem de minhas pernas
o resto de meu corpo estava paralisado.

Era ela.

Novamente aqueles olhos castanho olhando-me profundamente. Meus olhos marejaram um pouco quando me lembrei do acidente.

Procurei minha voz, queria gritar para todos que estavam ali que ela era a responsável por eu estar em uma cadeira de rodas.

Parecia que o tempo havia congelado, que tudo o que aconteceu, tudo o que eu sofri estava passando ao meu lado como um túnel do tempo.

Os olhos me olhavam da mesma forma como e olharam no acidente. Assustados.

O que era aquilo afinal? Uma brincadeira? Logo agora que eu estava tentando ser feliz? Que eu estava tentando recomeçar?

Tirando forças de onde eu não sei girei a cadeira prestes a sair daquela sala.

– Aonde vai? Tem que assistir a aula. – Sabia que era ela que falava.

– Não sou obrigada a isso. – Falei rispidamente, mas não consegui mover mais a cadeira, fiquei de costas para a turma.

– Deixa a aleijada pra lá professora. – Escutei uma voz terrivelmente fina falar. Virei-me no mesmo instante olhando uma garota com uma típica roupa de patricinha.

– Seu nome? – Ela perguntou firme.

– Marcela.

– Esta com uma advertência senhorita. Não permitimos o preconceito nesta faculdade, respeite seus colegas de classe.
– Olhei para ela, e mesmo sem querer eu tive um pouco de agradecimento dentro de mim.

– Desculpe. – Ela respondeu baixo.

– Não é a mim que deve desculpas. – A garota bufou e olhou em minha direção quase que com nojo.

– Desculpe. – Falou de má vontade, dei de ombros.

– Para seu lugar senhorita. – Ela falou, acho que tentando fingir que não me conheci.

– Não irei assistir à aula.
– Falei encarando seus olhos incrivelmente castanho.

– Ela ira contar em suas notas como qualquer outra. – Retirou uma das cadeiras que ficavam nas mesas, para que eu me posiciona
-se ali. Veio para perto como se fosse me ajudar.

– Não preciso de sua ajuda. – Fui para o lugar.

– Vamos continuar de onde paramos? Seus nomes e porque fisioterapia?- Ela perguntou e apontou para uma garota sentada a três cadeiras de mim.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Onde histórias criam vida. Descubra agora