Capítulo V - O plano

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Levanto assustada e olho ao redor, estou em frente ao lago, mas em uma parte desconhecida por mim. Agora me pergunto, cadê aquele miserável de lorde? Eu e meu costume de dormir em uma floresta e no momento mais inadequado.

Meus pensamentos foi voltando aos poucos por causa do sono. Como assim um plano? Céus, ele estava me seguindo.

Depois de colocar minha mente em ordem me levanto procurando minhas coisas, preciso urgentemente de um banho. Depois de vasculhar a área em que estou encontro minhas coisas no cavalo preto, onde estavam as do.... Qual o nome dele mesmo? Éé... Phil?? Aaah sim, Philipe.

Armo a barraca e entro dentro dela, sempre tem os prós e os contras quando decidimos fazer alguma decisão drástica em nossa vida. E mesmo que na minha situação tenha muitos contras, eu consegui achar uns prós... certamente nunca pensaria em usar vestidos tão luxuosos que eu mesma faço, e aqui estou, em uma oportunidade incrível de usá-los. Pego uma toalha e decido levar um vestido leve de pouca malha, mas que modela muito bem minhas curvas, pois apesar de tudo ainda tenho que estar linda.

Saio em direção ao lago e me dispo, coloco a ponta do pé na água e percebo estar muito fria, e agora? Estou fedida a suor, com um homem desconhecido, misterioso e acima de tudo muito bonito. Vou fazer um sacrifício. Entro sem demora na água e tomo meu banho, observo algumas flores murchas por causa do frio que se alastra de noite e concluo: está chegando o inverno.

Logo após meu banho me enrolo em um pano e fico sentada em um tronco de árvore esperando a coragem falar mais alto, olhando aquela mata que tanto me traz paz e que ao mesmo tempo é testemunha de toda as minhas ações.

— Vai ficar aí? Ou vai tomar café e escutar o plano que tenho em mente? — Diz ele se aproximando.

— Olá Philipe, bom dia para você também. Sim, sim, estou ótima e você? Que bom. — Digo sarcástica na sua direção e quando foi se pronunciar o interrompo — Se és mesmo um cavalheiro que diz, porque não deixa a dama aqui em paz e procura falar com ela quando estiver descentemente vestida?

— Dama? — Ele ri alto com ironia — Você mata um homem sem delongas e fere outro, ainda diz que é uma dama? Oras essa. Feriu o segundo porque eu interferi. — Ele faz um olhar semicerrado e chega mais perto antes de pronunciar — Agora me diz Liane, és mesmo uma dama?

Levanto sem nenhuma vergonha ainda com o pano em meu corpo e me aproximo dele.

— Você não tem nenhum pudor, nenhuma vergonha de se referir ao sexo oposto sem que o mesmo esteja descentemente vestido para lhe levar a sério? — O olho séria e com diversão nos olhos — Agora me diz, Philipe, ou devo dizer: Alteza.

Ele arregala seus olhos e sai em direção ao seu cavalo sem nenhuma resposta. Graças a minha inteligência pude adquirir um ponto a mais nessa disputa quase imperceptível.

Foi simples de perceber, o cavalo que o mesmo usa é incrivelmente sadio, bem alimentado, e possui rédeas caríssimas. Nenhum lorde por mais rico que fosse teria uma armadura tão reforçada, uma vestimenta tão privilegiada e um corpo tão robusto, movimentos rápidos e o jeito de se referir a uma mera camponesa como alguém inferior. Já passei por isso e não quero lembrar, sei de muitas coisas que ninguém nunca ouviu falar, já presenciei cenas que nunca quis presenciar. Então é como sempre dizem, você não aprende se não errar, e errei muito para aprender a ser rápida e ágil em descobrir as coisas. E por fim, isso serviu para variados momentos, como agora.

Me troco numa rapidez incrível, realmente estava com fome pois mal me importei com a presença do ser desprezível no mesmo ambiente, comendo tudo o que via pela frente.

— Vai me dizer como descobriu? — Me pergunta olhando para o nada.

— Sou mais esperta do que imagina — Digo evitando muitos detalhes.

A CamponesaOnde histórias criam vida. Descubra agora