Capítulo XXI - Revelações na hora certa

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Volto calmamente para casa e Lia não para de me encher o saco.

- Liane, tem que voltar e desfazer o acordo - A voz em minha mente me enchia o saco, trazendo mais desconforto e mal estar - Não é porque lhe ajudei a entrar no castelo e receber o devido respeito que vou te ajudar a se vingar dessas pessoas. - Insistia.

Cansada da pressão em minha mente paro bruscamente a caminhada em meio a praça do reino. Sento-me perto de uma árvore e respiro fundo, nunca estive tão confusa quanto agora, acho que por brigar comigo mesma estou me sentindo mais fraca.

- Não é por conta disso Liane, mas quero que saiba que se continuar com essa loucura, você realmente vai tirar minhas últimas forças que estou guardando para nos proteger - Disse irritada.

- Para de me atormentar Lia, está me deixando doida com seus pensamentos - Respiro fundo respondendo-a mentalmente - Já tenho muitas coisas com o que me preocupar, não é preciso colocar mais delas para que eu enlouqueça de vez.

- Volte atrás de sua decisão agora! - Ordena em meus pensamentos com um rugido enfurecido - Se não voltar atrás, eu não irei me responsabilizar pelo que ocorrerá!

- Deixa eu avisar minha avó, ela saberá como te convencer - Falo lamentando a dor na minha cabeça. Deixar Lia irritada foi o pior erro que eu cometi.

Quando não ouvi mais sua voz em minha mente me levantei ainda determinada em me vingar. Veremos se vale ou não a pena, veremos o que uma mente sábia e vivida dirá sobre isso.

Mal começo a caminhar em direção a floresta e sinto-me perseguida, como se tivesse em um território de caça, então apresso meus passos para chegar o mais rápido possível em casa. Acho que nunca teria um lugar para chamar de casa, já que sempre estou fugindo ou decidindo alguma coisa, minha vida sempre foi agitada, não tenho mais esperanças em viver calmamente, até porque me acostumei a sobreviver.

 Acho que nunca teria um lugar para chamar de casa, já que sempre estou fugindo ou decidindo alguma coisa, minha vida sempre foi agitada, não tenho mais esperanças em viver calmamente, até porque me acostumei a sobreviver

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Chego em casa tarde da noite, exausta por correr de uma perseguição invisível a qual sentia cada vibração ruim mais próxima. Sem perder mais nenhum segundo subo as escadas com pressa, mal bato na porta e já entro apressada trancando todas as portas e janelas possíveis. Vovó descia da escadinha calmamente, mas quando me viu atordoada e apavorada mudou sua expressão para horror, apressando-se a descer para a pequena e humilde sala.

- O que houve Lia? Minha filha seu rosto está pálido e posso sentir seu medo daqui, vamos, me diga! - Disse preocupada, mas nenhuma palavra saia de minha boca, todos meus sentidos avisava que estávamos cercados.

Calmamente pus o dedo indicador sobre os lábios enrugados de minha avó.

- Quietinha vó! Estamos cercados! - Falo baixinho em seu ouvido, pretendia esclarecer meu medo para ela, mas isso me serviu como um balde de água fria. ESTÁVAMOS CERCADOS.

- Liane não me diga que fez acordo com aquele parvo! - Disse vovó olhando em meus olhos. Nessa hora engoli em seco afirmando com a cabeça, não sabia que a colocaria em risco, isso foi uma loucura, isso foi uma burrice. As lágrimas a qual esperava todas noites para me acalmar invadiram meus olhos cruelmente, me recusava a olhar para ela.

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