Capítulo VII - Príncipe de Forest

104 21 213
                                    

          Depois de ter espirrado passei o dia todo limpando o chão daquela sela imunda, não suportava mais aquele cheiro de podre e quando lavava me sentia melhor, até melhorava o frio que me pegava de vez em quando.

A tarde chegou sem pré-aviso, almoço ou até mesmo café. Só tomava aquela água da pia, era o único privilégio daquela sela mesmo ela não sendo limpa. Olhando ao longe por uma das grades que tinha na parede do pequeno "cômodo" em que eu me encontrava, saia um sol fraco, então rapidamente peguei aquele colchonete e abanei, saindo muita poeira e insetos pegajosos, colocando-o no sol para esquentar. A capa que ele tinha por cima lavei na torneira, tirando o máximo de sujeira possível e colocando pendurado na grade da prisão onde eu já limpara. Quando finalmente o sol se põe me vejo com um colchonete menos fedido e um lençol bege já que era muita sujeira para sair apenas com água.

Coloco o colchão fino no canto mais limpo daquela sela, pego o lençol e coloco por cima dele. Se tivesse uma outra capa de colchonete daria para me cobrir desse frio. Sem mais delongas me deito, sentindo a quentura do colchão que estava a poucos minutos no sol me sinto aliviada por poder dormir em algo que diminua o frio em meu corpo. Aos poucos vou pegando no sono, e em uma parte da noite sinto algo quente me abraçar, não me importante com assombrações só agradeço pelo conforto de uma coisa quente e continuo a dormir.


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Vou acordando quando ouço passos apressados. Ai meu Deus! Quem vem me perturbar agora? Não vou me levantar não, vou me fingir de morta vai que eles me jogam no rio. Mereço, até na prisão não tenho paz.

— Olha só o que temos aqui — Uma voz masculina começa com uma ladainha que me dá náuseas — Levante concubina, ou serei obrigado a leva-la a sala de julgamento outra vez — Diz um homem robusto com cabelos e olhos cor de mel e sem paciência alguma.

Com muita preguiça e sem disposição para nada com todo o trabalho que tive hoje, me levanto mal o olhando.

— Quem é você para vir aqui me perturbar no meu sono? — Digo sem nenhum remorso — Não basta para sua mãezinha e namoradinha me deixarem nessa sela imunda? Em?

— Abaixa esse tom de voz vadia — Diz em tom firme — Quem pensa que é para me questionar? Pensa sou um mero vendedor? Sou seu príncipe Caleb Owen Tucker e me deve respeito — Diz firme, seu orgulho é palpável.

— Oh, me desculpe vossa alteza meritíssima — Digo com desdém.

— Sem delongas, vim ao teu encontro nesse lugar imundo para ver se me serve nesse momento — Diz apontando para suas calças.

De um segundo para outro fico soltando fogo pelas narinas com raiva desse ser desprezível a minha frente.

— Oras, o que pensa que eu sou seu... seu... — Penso bem no que vou falar, pois isso me custará algo nessa querida situação em que estou — Sua alteza, não sou uma meretriz para lhe satisfazer, sinto muito em te desapontar mas posso ser conselheira, amiga, menos isso que o senhor está me pedindo. — Digo respirando fundo para não perder a paciência.

A CamponesaOnde histórias criam vida. Descubra agora