Jason Yoshida era esquisitinho. Não me leve a mal, sou apenas um narrador observador que nada mais faz a não ser expor os fatos.
Para começar, Jason Yoshida não era conhecido apenas pelo primeiro nome, o sobrenome vinha junto. Não se podia chamá-lo apenas por Jason, porque Jason é muito americano e ele era mestiço de estadunidense com japonês. E como possuía um belo par de olhinhos puxados, o "meio estadunidense" não valia de nada. Além disso, também existiam vários outros jasons no colégio. Se chamassem alguém ali apenas de Jason, provavelmente seriam os loiros malhados que faziam parte do time de basquete: Jason Louis, Jason Backlin, Jason Cutty, John Jason, mas nunca seria o japonês. Nosso pequeno tinha que ser chamado pelo sobrenome.
Segundamente, Jason Yoshida levava um pinguim de pelúcia na mochila sempre que saía para algum lugar. Não que muita gente soubesse disso, pois ele escondia o bichinho muito bem. Não era totalmente interessado por passar boa impressão, mas também não era um idiota que queria ser zombado pelo resto do ensino médio.
Terceiramente, de todas as línguas faladas ao redor do globo, ele se interessava pelo português brasileiro. Uma língua não tão falada quanto o francês ou espanhol, que lhe serviriam bastante no futuro. E ele se dedicava realmente àquilo. Imagine isso! Um japonês, nos Estados Unidos falando português!
Por último, mas não menos importante, temos o fato de que Jason Yoshida sofria de insônia.
Tudo bem, mas o que isso tem de anormal?
Bom, eu sei bem que isso não é de todo algo estranho. Dizem que é um problema grave no Japão, e é comum nos EUA também. Bom, o que o difere dos outros casos, é que as noites em claro de Jason Yoshida não são passadas simplesmente numa cama, enquanto o jovem se revira para lá e para cá. Uma mente como a do garoto é encontrada unicamente a cada remessa de pessoas que vem ao mundo. E não, não tenho base científica para afirmar isso. Porém, se duvidar de mim, pode verificar por si próprio.
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AS NOITES EM CLARO DE JASON YOSHIDA
Teen FictionJason Yoshida sofria de insônia. Ao menos era o que seus pais pensavam. O menino evitava tocar no assunto "medicação", por achar que isso o engordaria demais; evitava ir ao médico, não gostar da atmosfera de hospital era a desculpa. Costumava dizer...