Jason se sentia estranho, mas não tinha como refletir sobre isso com seu melhor amigo lhe prensando contra a parede e beijando seu rosto repetidas vezes, logo voltando o ato à seus lábios.
— Você está me fazendo cócegas. - Riu Yoshida, sentindo os dedos finos apertando um ponto específico da sua cintura.
— Então, é aí? - Brincou, maliciosamente, o outro.
Jason gargalhou alto quando Joey passou a apertar sua cintura repetidas vezes. Contorcia-se até que o menor lhe tapou a boca e puxou-lhe para baixo da arquibancada ali perto. Logo, dois garotos altos e másculos passaram por ali.
— O japonês sumiu da aula com a princesa conceitual. - Comentou um deles, que tinha pele branca e cabelo raspado.
— Devem estar se comendo em algum lugar. Tenho medo de entrar no banheiro. - O outro, loiro e branco, disse.
— Achei que japoneses comessem carne canina, mas eles preferem carne de veado. - O moleque dizia, ridiculamente, usando um trocadilho.
Ambos saíram dali juntos, numa risada conjunta e forçada.
Jason Yoshida fez um bico. Algumas pessoas da Ásia, num período distante, achavam que comer carne de cachorro fazia bem à saúde, mas quem era profissional em comer carne de veado, eram os europeus que deram origem à população norte-americana. E bem, eles eram norte-americanos.
É uma pena que diferente do mais alto, o garoto de cabelos coloridos tinha entendido muito bem toda aquela maldita conversa. Se sentia mal por arrastar o melhor amigo para aquele tipo de coisa. Gostaria de disfarçar melhor sua cara, já que o doce Jason percebeu que aquilo havia lhe afetado.
— Você não parece uma menina, Jojo. - Tentou confortá-lo, fazendo-o rir. - Além disso não é como se fosse um real defeito.
Jason tocou-lhe o rosto e o beijou na bochecha, só para depois encostar ambas as bocas num ósculo. Não sabia quando aconteceu, mas já estava acostumado a fugir com o amigo durante as aulas entediantes, e ficarem nesses contatos inocentes, escondidos em algum lugar da escola.
O sinal tocou, indicando a mudança de aula.
— É a aula do meu pai, agora. - Joey indicou.
Oa dois foram andando até a sala, apressados, logo se deparando com o professor.
— Estão atrasados. - Disse Clover, lançando um olhar de fogo para os dois.
O tal olhar poderia ser algo dirigindo para ambos, mas o mais velho parecia atento a Yoshida, e o japonês percebeu isso.
— Então, nós vamos ficar do lado de fora? - Joey indagou, com brilho nos olhos.
O mais velho vira o rosto para o lado, ordenando que os dois entrassem.
Reprodução das plantas parecia uma assunto menos confortável que reprodução humana, quando se há um Clover Whaters arrancando sua alma com os olhos.
O filho do professor terminava os exercícios com facilidade, enquanto o adolescente mais alto tentava a todo custo entender a matéria. Percebia que algo estava estranho, mas preferiu achar que era coisa da sua cabeça.
A aula terminou. Pegou os seus livros e tacou na bolsa. Joey o esperava na porta.
— Vá para casa. - Clover ordenou ao filho.
— Não se preocupe. - O mesmo lhe lançou um sorriso.
Jason se aproximou da porta devagar.
— Até amanhã, Senhor Whaters.
— Até. - Respondeu o homem, secamente.
Assim que se afastaram, o menor passou em seus braços pelo pescoço do mestiço.
— Vou te levar até o início da sua rua. - Falou ele. - Eu só não te levo até a sua casa por conta da vagabunda da sua mãe.
— O que é uma vagabunda? - Yoshida perguntou, passando seu pelo pescoço dele também. - E seu pai não disse para você ir direto para casa?
— Não é como se ele não soubesse que eu iria desobedecer.
Os dois andavam vagarosamente, quando um grito feminino os parou.
— Joey Whaters! - Lucy foi correndo para perto deles com uma jaqueta roxa nas mãos. - Você esqueceu sua jaqueta na arquibancada, hoje.
A menina sorria simpaticamente, enquanto estendia a peça. Joey pegou a vestimenta e deu um sorriso claramente forçado.
— Obrigado. - Agradeceu, educadamente.
A menina pareceu finalmente ter se dado conta do japonês ali perto.
-— Oi Jason! - Cumprimentou, alegremente. - Tchau, vocês dois. Joey,, tome cuidado, ela parece cara.
Então a morena saiu, rebolando o bumbum empinado, que ficava claramente marcado na saia rosa.
-— Ridícula! - Joey xingou, ganhando a atenção de Jason.
Não entendia o ódio do baixinho pela garota. Sinceramente, nunca entenderia.
— Ela é legal, Jojo. ‐ Defendeu.
Ambos já se encontravam fora do prédio escolar, à vista dos diversos alunos que ali se encontravam.
— Você fala isso porque gosta dela. ‐ O menor revirou os olhos.
— Só um pouco. - Assumiu Jason. - Mas você não precisa ficar enciumado, Jojo. - Sorriu, percebendo a carranca alheia.
— Não estou enciumado. - O de cabelos azuis disse com tranquilidade, mas as bochechas se mostravam vermelhas, o que fez com que o mais velho sentisse seu coração esquentar um pouco.
Levando os instintos a ação, segurou a cintura do outro.
— Jason o que você... - Whaters tentou falar, mas não pode determinar a sentença graças a boca de seu amigo, que foi colada a sua abruptamente.
Jason poderia imaginar qualquer ação para o ato, mas Joey Whaters surpreendeu de uma forma nada boa (como era acostumado a surpreender). Ele socou seu rosto, o derrubando no chão na frente dos diversos alunos que estavam à espera do ônibus.
E do chão, Jason apenas conseguiu ver quando o amigo corria para longe e ouviu passos mostrarem pessoas se aproximando. Os caras eram realmente maiores que si e havia ódio no olhar de cada um, como se ele fosse um monstro. Levantou rapidamente e correu, sentindo olhares de nojo e raiva para ele, ao mesmo tempo em que alguns dos xingamentos que eram dirigidos a Joey, começaram a ser dirigidos a si. Parou um táxi, que passava e pagou para que o levasse até em casa. Se sentia sujo, triste, confuso e com medo e sequer sabia o que havia feito de errado.
(N/a) Caso alguém ainda leia isso (provavelmente, só Karlly), saiba que eu vou tentar publicar ao menos três capítulos em Janeiro. Feliz Ano Novo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
AS NOITES EM CLARO DE JASON YOSHIDA
Teen FictionJason Yoshida sofria de insônia. Ao menos era o que seus pais pensavam. O menino evitava tocar no assunto "medicação", por achar que isso o engordaria demais; evitava ir ao médico, não gostar da atmosfera de hospital era a desculpa. Costumava dizer...