Um Milagre - A Que Não Podia Amar

Um Milagre parte 2

Rogério ficou no quarto do hospital aguardando a chegada dos resultados dos exames. Foi uma longa e meticulosa investigação de 30 dias. A curiosidade científica pelo ocorrido moveu Ernesto e uma junta médica especializada. Mas o coração do fazendeiro só pensava nela, não na quase inexplicável fertilidade dele.

Ana Paula estava em outra ala sendo consultada e examinada por médicos obstetras. Ia receber o resultado da sexagem fetal, que determinaría o sexo do bebê. Ele quis estar com ela nesse momento, mas não podia. Ernesto e mais um doutor estavam em reunião analisando tudo para que pudessem ter um diagnóstico preciso sobre o que aconteceu com Rogério.

O fazendeiro, porém, estava ansioso para saber da esposa. Perguntou por ela a Ernesto assim que ele entrou no quarto.

- Ela já deve estar vindo, Rogério. Não se preocupe.

- Está demorando muito, tem alguma coisa errada acontecendo? Se sim, e tu tiveres mentindo, eu vou... - Ana Paula abriu a porta e entrou sorridente. - Mi amor, o que aconteceu? Como tu estás e nosso bebê?

Ana Paula pegou na mão dele e apertou firme.

- Está tudo bem. Terei que fazer um acompanhamento rigoroso e seguir uma série de orientações médicas por causa do que aconteceu... uns meses atrás. - Ele beijou a mão dela confortando-a, porque estar grávida agora não significava que a dor da perda do outro bebê tinha se extinguido.

- Vamos fazer o possível e impossível para que tudo dê certo, amor. - Ele pousou a mão sobre o ventre dela e sorriu.

- E então, é menino ou menina? - Ana Paula abriu um largo sorriso e contou, quase não controlando a emoção.

- É um menino!

- Ay Caray! Un chamaco! Está ouvindo Ernesto! Mais um menino! - Ernesto parabenizou o fazendeiro.

Outro médico entrou pela porta com uma pasta na mão, era o especialista chamado por Ernesto. Ele tinha a conclusão definitiva sobre o caso.

- Senhor Monteiro, seus exames saíram perfeitos. Estou maravilhado com eles.

- Então, nossas suspeitas estavam certas, Rogério. - Ernesto perguntou sorrindo, já sabia que o fazendeiro ficaria feliz.

- Sim, Ernesto. O senhor Monteiro voltou a ser um homem fértil. - Rogério e Ana Paula sorriram.

- Isso quer dizer que eu podemos ter mais filhos? - Ele acariciou a barriga de Ana Paula e a enfermeira corou cinco tons de vermelho.

- Sim. - O médico confirmou satisfeito. .

Rogério sorriu alto e agradeceu a Deus. Ana Paula beijou o esposo longamente esquecida de que não estava sós no quarto. Os médicos explicaram o que havia acontecido, apesar de não terem nas literaturas médicas registros variados, de consequências do tipo, após uma cirurgia na coluna.

Foi, como Ana e Rogério pensavam, um verdadeiro milagre. O doutor saiu e Ernesto ficou admirando o casal. Estava genuinamente feliz por Rogério.

- Podemos ter quantos filhos você quiser, meu amor. - Ele sorriu para ela.

- Calma, Rogério Temos que pensar primeiro nesse.

- Sim, Claro. Obviamente, temos longos nove meses pela frente.

- Sete, Rogério. - Ela corrigiu pousando o dedo sobre o nariz dele. O esposo estava afoito e nervoso. Iria ser pai... de novo. E dessa vez acompanharia tudo, sem perder nenhum detalhe.

- Nossa, temos pouco tempo, então. Temos que comprar as roupas, o enxoval todo e levar daqui para a fazenda. Vamos comprar sapatinhos, mantas e vários brinquedos...Ah e tem o nosso quarto, teremos que modificar ele para acomodar a criança.