O Primeiro - Parte 2

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            Hugo entrou no escritório correndo. Estava pingando de suor, mas havia concluído a missão dada por Rogério. Teve que fazer das tripas coração para realizar tudo conforme pedido, mas certamente, o fazendeiro iria gostar dos arranjos.

— Está tudo pronto, Patrón.

— Deveras? – Rogério ficou impressionado. Olhou para o relógio de pulso e marcava 18h. Que pontual. – Bueno, Bom trabalho Hugo! Entonces, eu vou terminar as coisas aqui e tomar banho.

O peão acenou com a cabeça feliz de ter agradado o exigente chefe. Se ocorresse tudo como foi planejado teria a noite de folga.

Bruno viu de longe que Paula estava voltando para a casa grande da fazenda. Ficou quase a tarde inteira empoleirado como um urubu perto da porta do escritório. Ficou tão atordoado com a vinda dela e a necessidade de agir rápido, que correu para o escritório sem saber se Rogério estava lá ou não.

Entrou e foi pego de surpresa. O fazendeiro ainda estava ali.

— Rogério! Eu pensei que não estava aqui. Eu juro que vi seu carro saindo ainda pouco da fazenda. – O fazendeiro achou esquisito o jeito dele.

— Sim, Marcelo levou para consertar o problema no ar condicionado lá em São Gabriel.

— Ah. – Bruno suspirou assustado. Droga, droga, droga...

Que te passa, hombre? Estás bien? – Rogério olhou-o desconfiado.

Sí, estoy!

— Já que estás aqui, quero que me faça um serviço. Vá à Tuxtla e consiga para mim uns documentos de comprovação de posse. Quero dar entrada em um empréstimo.

— Tuxtla? Mas eu tenho compromisso aqui em São Gabriel.

— Vá amanhã, então. Só que preciso disso para ontem!

— Mas alguma coisa, Rogério? Ou o expediente já terminou por hoje? – Ele sorriu disfarçando a cara de desgosto. Queria saber se Rogério ainda ficaria no escritório.

— Não, hoje eu acabo cedo. Tenho outros assuntos que atender.

— Ah, é? Quais? – Rogério mirou Bruno e antes de sair da sala soltou fogo pela boca. Odiava gente intrometida e Bruno, às vezes, era assim.

— Não te diz respeito.

Hugo e Rogério saíram da sala do escritório e foram para o quarto. Lá Rogério tomaria banho e se prepararia para a grande surpresa para Paula. Como não sabia onde Maria estava encarregou Dani de dizer que a esposa se preparasse.

— Ele disse para o que era, Dani? – Perguntou Paula à amiga depois de pôr um vestido que considerou bonito. De repente Rogério tinha em mente algum outro encontro romântico. Não queria estar destrambelhada dessa vez. – Disse se era um jantar?

— Não, ele só disse para você se arrumar para algo especial. – Dani passou para Paula um sapato alto de dedo. – Eu creio que deve ser algum passeio noturno romântico! Ai, que lindo amiga. O seu Rogério quando quer pode ser o homem mais maravilhoso do mundo!

— Sim, realmente! – Paula sorriu lembrando da noite anterior. – Quando penso em como foi tão bom o nosso jantar e a noite que dormimos juntos...

Dani sorriu e olhou de canto de olho. Paula podia não admitir ainda mais estava caidinha por Rogério. Mais do que esteve até por Gustavo e Dani chegou a pensar que ela jamais se interessaria por outro. Veja só, mirou a amiga contente, Paula já estava praticamente esquecida que um dia sofreu pela perda de um grande amor.

Um Milagre - A Que Não Podia AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora