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Sana chora por tanto tempo que se sente desidratada, e talvez até alucinada, pois começa a ouvir batidas suaves na janelinha que separa um assento do outro. Ela a abaixa e se depara com uma criancinha sorrindo para ela.

- Oi! Eu te ouvi chorar. O que aconteceu?- Ela pergunta.

- Eu tenho um problemão.- Sana sorri triste.

- De que tamanho?

- Desse aqui.- Sana abre os braços o máximo que pode.

- Ah, nossa. É realmente um problemão. Minha mamãe sempre tem problemões, e ela diz que eu não posso ajudar. Mas eu queria tanto!- A criança choraminga, prolongando a última parte.

- Bom, eu acho que preciso de ajuda.

- Sério? Então eu vou poder resolver meu primeiro problemão?

Sana sorri e assente levemente, e logo volta a falar.

- Tem uma menina de quem eu gosto, e ela gosta de mim. Mas eu tenho um segredo horrível, que só contei para minhas melhores amigas, e essa garota não sabe. Mas hoje de manhã eu fui forçada a vir aqui, no avião, por causa desse segredo, e a menina vai descobrir tudo. Eu tenho medo que ela pare de me amar.

- Wow. Bom, você podia escrever uma carta pra ela, dizendo tudo que sente. E aí faz um desenho no final, pra ficar bonito. Ela vai adorar!

- Você é uma gênia, pequenina.

- Que nada. Agora, você pode subir o negócio de novo? É que eu tava encostada nele...

Sana apenas sorri e sobe a janelinha, ficando novamente sozinha. Chama a aeromoça, pedindo por folhas de papel, e pega uma caneta da sua bolsinha de mão.

No começo, fica incerta sobre o que e como vai escrever, e pensa em pedir ajuda à garotinha novamente, mas se opõe a essa ideia e olha para a folha em branco, enquanto ideias surgem em sua mente.

"Oi, Tofu. É a Sana.

Me desculpe por hoje. Eu realmente não esperava que as coisas terminassem assim. Não sei se as meninas te contaram tudo, mas vou escrever mesmo assim.

Sim, eu sou herdeira do trono da minha família. E estava te ignorando naqueles dias antes da festa por que não queria que você descobrisse, não queria que você ficasse assustada ou se afastasse de mim. Porque eu acho que sempre te amei, e esse sentimento vem ficando mais forte a cada dia. Eu te amo, Kim Dahyun. E parte do meu coração ficou com você em Seoul."

Sana dobra a carta e a coloca em sua bolsinha de forma que não será amassada. Ela ouve batidas na janelinha de novo e a desce, pensando que irá se encontrar novamente com a menininha, mas o rosto que vê é o de sua avó.

- Ah, oi.- Sana diz.

- Querida, eu odeio te ver assim. Mas sinceramente, Minatozaki! Você ama uma... Garota? Como ficará a sucessão real? Vocês não poderão ter filhos. E logo terá que "despachar" ela. Não vou te pressionar quanto ao trono, mas pense no que eu falei. O amor nem sempre está certo, às vezes pode ser só... Fogo no rabo. É assim que os jovens falam, não é?

Sana revira os olhos e coloca os fones de ouvido que estivera procurando durante o discurso de sua avó.

- Quando chegaremos?- Ela pergunta.

- Em algumas horas, que você pode gastar pensando.

Sana arqueia as sobrancelhas e olha para a idosa com um ar de deboche. A senhora logo anda de volta ao seu assento original e dá o lugar novamente para a menininha, que cambaleia sonolenta. Sana sobe a janelinha e se encosta nela, deixando que a música tome conta de si e de seus pensamentos.

Realeza: A SaiDa FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora