Sana não conseguia dormir. Ficava o tempo todo olhando para o enorme buquê de flores e imaginando a reação de Dahyun ao recebê-lo. Pensava em como seria beijá-la novamente, amá-la novamente. Sorria enquanto esses pensamentos tomavam conta de sua mente, e quando percebeu, já era quase dia e alguns feixes de luz do sol inundavam seu quarto, e ela havia dormido apenas algumas poucas horas. Mas isso não importava, já que ela logo iria se encontrar com o amor da sua vida.
Pulou da cama, olhando o relógio de seu celular, que marcava 07:33. Seu voo sairia às dez, então tinha de fazer sua mala. Pegou suas roupas coloridas que estavam espalhadas por aí e as jogou dentro da pequena mala, sem ao menos dobrá-las. Quando tentou a fechar, viu que o zíper emperrava na metade do caminho. Resmungando, tirou todas as roupas novamente e ficou as olhando, tediosa, por provavelmente um minuto. Então, ficou feliz quando seu celular vibrou e uma mensagem de Jihyo apareceu na tela.
"Sana, caramba, você não me respondeu. Onde você tá? E quando volta? Precisamos de você aqui"
A felicidade de Sana se dissipou num minuto.
"Desculpa, God Jihyo. Volto em alguns dias do Japão."
Ela obviamente mentiu sobre sua data de volta, mas quer fazer uma surpresa não só para Dahyun, como para todas as outras meninas.
Resmungando, voltou a seu ponto original em frente a mala com as roupas amassadas e desdobradas. A surpresa irá demorar um pouco.
°°°
A avó de Sana estava com a cabeça encostada contra o vidro do carro, tentando dormir. Já sua neta estava com os olhos esbugalhados e atentos e nem um pouco cansada, por mais que não tenha dormido tanto. Girava o buquê em suas mãos, ansiosa, enquanto olhava a paisagem que se movimentava. A primavera estava quase chegando, o que a fazia lembrar do dia em que ela e Dahyun passearam por um parque cheio de flores rosas. Ultimamente, tudo a lembrava de Dahyun.
- Para quem são as flores?- Pergunta o motorista, surpreendendo Sana.
- Hã... Para uma garota. Acho que somos namoradas. Gosto muito dela.- Responde Sana.
O motorista dá um leve sorriso que pode ser visto no retrovisor e começa a falar novamente, com a voz monótona.
- Eu costumava ser assim também. Apaixonado. Sempre dava presentes para minha paixão. Só que não flores, ela era alérgica.
- E... O que aconteceu?
Agora, seu sorriso aparentemente feliz se transforma em algo melancólico, e Sana sente pena do homem enquanto ele fala.
- Eu sou velho, menina. Muita coisa acontece com o tempo. Pessoas se vão e não voltam nunca mais.
Sana fica quieta. Ela não sabe como responder isso, e o motorista provavelmente entende, já que fica calado durante todo o caminho até o aeroporto.
Sana sacode a avó quando chegam ao seu ponto. Ela resmunga, mas logo abre os pequenos olhos castanhos e se recompõe. As duas se despedem do melancólico motorista, e ele sussurra um "boa sorte" para Sana, apontando para o buquê. Ela sorri e assente, logo seguindo sua avó pelo grande aeroporto cheio de pessoas. Ambas ficam esperando sentadas em cadeiras azuis desconfortáveis demais por o que parecem horas. Então, quando o relógio marca nove e cinquenta, as duas saem de seus lugares e correm para pegar seu voo a tempo. Seus assentos da primeira classe ficam um ao lado do outro, o que Sana detestou. Ela já havia ficado por dias com sua avó, e agora irá voar com ela também?
Ignorando seus pensamentos, ela se permite encostar a cabeça na janela e descansar um pouco, mas a ansiedade nunca a deixa. Nem a vontade de beijar Dahyun.
°°°
Sana acorda com sua avó a sacudindo. Aparentemente, o avião está prestes a pousar. A garota pega suas malas de mão e segura o buquê com força, temendo perdê-lo. Após alguns minutos de confusão e empurrões no corredor, Sana e sua avó finalmente descem, sentindo um vento gelado ao pisarem no chão do aeroporto de Seoul. Sana se arrepia, não apenas por conta da brisa, mas também pela proximidade do momento que tanto esperava. Ela vai reencontrar suas amigas. Sua namorada. Vai fazer um comeback. Sua vida irá voltar ao normal, e ela dá um sorriso ao pensar nisso.
Caminha atrás de sua avó por uma rua larga e repleta de pessoas, avistando outro carro preto com outro cara sério parado ao seu lado. Como sempre, as duas entram no veículo e ele começa a se mover.
- Como é que você faz isso?- Pergunta Sana para sua avó, se referindo aos carros.
- Tenho meus macetes.- Ela dá um sorrisinho.
O carro leva quarenta minutos para chegar ao prédio da JYP, mas pareceram três horas para Sana. Enquanto fecha a porta do carro e caminha até a porta de entrada, segurando com força as flores, seu coração dispara e suas mãos suam. Ela limpa a garganta e abre a porta, vendo alguns trainees masculinos andando por aí. Ela os cumprimenta e segue para seu dormitório, esperando encontrar as garotas lá. Mas ela não encontra ninguém e começa a ficar preocupada. Desce para o refeitório, e só vê outros grupos almoçando. Meneia a cabeça e encosta numa parede, enquanto olha para as flores em sua mão. Ela já está cansada de subir e descer por aí, mesmo que tenha andado pouco. Talvez o seu cansaço seja por conta de que não dormiu nada à noite, já que ficou pensando tanto nesse momento, que não está saindo como o planejado. Suspira e volta a andar, dessa vez para a sala de dança. Chegando perto de sua porta, ouve alguns passos apressados do outro lado e vozes inconfundíveis.
- Por que é que temos de fazer esse símbolo?- Pergunta Nayeon.
- Sei lá. Mas isso é muito confuso!- Reclama Mina, e Sana ouve um baque fraco.
- Cadê a Momo? Não tô entendendo nada e ela é tipo nossa professora.- Chaeyoung.
- Parece que tem algo faltando.- Diz Jihyo.
- Claro. É a Momo.- Rebate Jeongyeon, e Sana pôde ouvir o deboche em sua voz.
- Não, não é isso. É a...- Jihyo tenta terminar, mas é interrompida por Dahyun.
- É a Sana.
Um silêncio recai sobre a sala e até os passos param. Essa é a deixa de Sana. É aqui que ela entra com sua entrada triunfal, surpreendendo todas suas amigas. Ela abre a porta lentamente, causando um suspense, e sorri ao soltá-la, vendo os rostos espantados das sete garotas. Por um momento, todas ficam paradas se encarando em choque, mas logo as meninas correm para um encontro. Se abraçam, rindo.
- O seu foi que eu perdi?- Pergunta uma voz, e todas se viram para ver Momo bebendo de uma garrafa d' água. Ela quase cospe todo o conteúdo quando vê Sana, e também corre para o grande abraço.
- Sua mentirosa! Você me disse que voltaria e alguns dias!- Grita Jihyo, dando.um empurrãozinho na amiga.
- E nem deu tempo de comprarmos as flores!- Suspira Nayeon, fazendo todas olharem para ela.
- Me lembre de nunca te informar sobre outras surpresas que iremos fazer.- Reclama Tzuyu.
- Como assim?- Pergunta Sana, confusa.
- Nós íamos comprar um buquê com suas flores favoritas, tipo um presentinho. Mas acho que você já teve essa ideia.- Fala Chaeyoung, apontando para os lírios que Sana carrega em mãos. As garotas de olham e parecem entender o que está acontecendo, então se separam, indo cada uma para um conto da sala. A única que resta é Dahyun, que sorri tímida. Sana dá alguns passos lentos em sua direção, estendendo o buquê. A outra garota o pega, cheirando as flores perfumadas. Ela também chega mais perto de sua amada, quase colando seus corpos. Então, elas se inclinam e colam também os lábios num beijo profundo e romântico. As mãos de Sana descem para a cintura de Dahyun, enquanto a outra passa os dedos por seus cabelos.
- Vão arrumar um quarto!- Grita Nayeon, interrompendo o momento.
- Cala a boca!- Repreende Jeongyeon, dando um tapinha em seu braço. As nove garotas riem, e parece que o espaço vazio antes deixado por Sana agora está completo.
- Você vai nos contar o que aconteceu no Japão, né?- Pergunta Jihyo.
- É claro.- Responde Sana enquanto segura a mão de Dahyun, sorrindo alegremente.
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Realeza: A SaiDa Fanfiction
FanfictionSana, uma estrela do k-pop, descobre que é herdeira do trono de sua família, Minatozaki. Agora, ela tem que decidir se irá continuar sua vida normal como uma idol secretamente apaixonada por Dahyun, ignorando tudo o que descobriu, ou se irá tomar o...