4.

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Noah e Sina andaram até um jardin coberto de flores vivas e cheirosas para poderem começar a fazer as perguntas.

Sina inspirou e expirou forte, parapoder sentir o cheiro de cada planta daquele lugar. Para ela, era o local mais confortável e bonito do colégio.

Se sentaram um na frente do outro, com as pernas cruzadas. Mas Urrea percebeu que a calcinha de Sina estava aparecendo, não conseguiria se concentrar desse jeito.

- Sua calcinha está aparecendo. - Avisou para ela.

- É só olhar para os meus olhos. - Deu de ombros. - Posso começar fazendo uma pergunta para você?

Ele assentiu e ela pegou o papel, lendo a primeira pergunta.

- Conte o seu maior segredo. - Sina revirou os olhos. - Não precisa fazer isso se não quiser, é...

- Tudo bem. - Disse com a voz suave. - Quando tinha treze anos, estava dormindo. Já era de madrugada, eu tive uma convulsão, daquelas de se retorcer. Meus pais também estavam dormindo, não me ouviam, eu não conseguia pedir ajuda. Me sentia preso, me lembro detalhadamente daquele momento. Eu não sentia nada, não conseguia ter controle de nada, nem da minha mente. Aquilo durou uns bons minutos, quando minha mãe abriu a porta do meu quarto. Ela ouviu a cama se remexendo muito, acho que ela achou que eu estivesse me masturbando. - Sina soltou um leve riso. - Depois disso me levaram ao hospital, fiquei uns dias internados. A convulsão durou muito tempo e aquilo podia ter tido consequências. Mas no final ficou tudo bem.

Sina não disse nada, apenas ficou o observando. Sua mente imaginou Noah com apenas treze anos tendo uma confusão e ninguém indo ajuda-lo. Aquilo a deixou angústiada, com medo. Se sua mãe não tivesse chegado a tempo, só Deus sabe o que teria acontecido com ele.

- Não faz essa cara. - Pediu com o cenho franzido.

- Que cara? - Ela perguntou.

- Essa de pena, não que sinta isso. Estou bem, não estou? - Ele sorriu de maneira fofa.

Ela sorriu de volta, olhando em seus olhos. Por um segundo esqueceu que odiava ele, esqueceu que ele era um filho da puta que trstava muitas mulheres como vadias.

- E qual o seu segredo? - Ele perguntou arqueando um de suas sobrancelhas.

Ela suspirou, não estava acreditando que iria mesmo falar aquilo.

- Posso parecer essa garota perfeita, que tem a autoestima alta e é cheia de talentos, e sim, disso eu não discordo - Noah riu. - Mas, não consigo confiar em mim mesma. Sempre que acho que algo vai dar errado. Rejeitei essa escola quatro vezes, eu podia ter perdido muita coisa apenas por não acreditar não meio potencial.

Ele olhou para ela, segurando uma de suas mãos, que estava pousada no seu próprio joelho. Ela ficou com surpresa com o toque, mas por sorte não recoou.

- Não devia duvidar de si mesma. Você é uma garota incrível que tem um grande futuro pela frente. - Ele sorriu, mas logo recoou do toque. Aquilo havia sido estranho, não havia feito aquilo pelo desafio e sim por impulso.

Ela pegou a carta novamente e leu a próxima pergunta.

- Qual o seu maior medo? - Olhou para ele.

- Hmmmm - Ficou um tempo pensando. - Acho que nem eu sei qual é o meu maior medo.

Sina fez sua expressão de tédio.

- É sério. Acho que não tenho medo de nada. - Se gabou.

- Ah me polpe! - Disse brincalhona e rindo. - Todos nós temos medos. Ér... Vamos ver - Mordeu seu lábio inferior, pensativa.

prisão do luar. ❨ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭 ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora