prisão do luar. ❨ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭 ❩

19.

Noah caminhava ao lado de Josh pela pequena praça, após aquele momento no banheiro ele não conseguiu pensar em outra coisa a não ser as palavras ameaçadoras de Sina. Aquilo lhe causava calafrios, sabia do que Sina era capaz e sabia o quão ela era vingativa. A notícia de que ela se magoou por culpa de Noah chegaria a mãe da platinada, as duas juntas eram pior do que demônios. Atormentavam sua cabeça até que se sentisse depressivo e culpado, com vontade de quebrar tudo a sua volta e gritar alto o suficiente para todos ouvirem o quão ele era imbecil e filho da puta.

- Para que lugar está viajando Urrea? - Joshua perguntou com as mãos no bolso.

- Nenhum. - O loiro suspirou.

- Esse nenhum é mais conhecido por Sina Deinert? - Noah não respondeu, mas abaixou a cabeça. - Não vai contar a ela?

- Ela me ameaçou, falou que iria se vingar caso eu a deixasse magoada.

- Uou, ser ameaçado por um Deinert nunca é bom. - Parou de andar e Noah fez o mesmo, olhando para ele. - Bem ai do seu lado ter uma sorveteria, nela está Heyoon, Sabina, Any e sua queria Sina. Vamos entrar juntos e você vai estar mais apaixonado do que nunca. Antes que acabar com tudo, seja pelo menos alguém que preste.

Josh entrou na sorveteria e avistou as garotas conversando, abriu um sorriso enorme ao ver sua namorada. Se sentou ao lado dela e passou o braço pelo seu ombro, mas a mesma recuou o toque. Ele suspirou, se esqueceu que havia brigado com ela.

- O que estão fazendo aqui? - A brasileira perguntou olhando para os dois garotos. Noah puxou uma cadeira para se sentar ao lado de Sina, que por sorte estava vazio.

- Vimos vocês e resolvemos entrar. - Urrea sorriu e olhou para Sina, fazendo um leve carinho na sua coxa. - Pelo jeito fizemos o certo.

Sabina e Heyoon sorriram com o clichê, era fofo vê-los dessa meneira. Mas obviamente, em partes ela meloso demais.

- Ah, eu e Sabina precisamos contar algo a vocês três. - Olhou para Any, Josh e Noah. - Sina fez algo com o Lamar. - Apoiou seu queixo em sua mão e sorriu.

- Fez exatamente o que? - Noah se indireitou na sua cadeira.

- Se acalma ai Urrea, você vai gostar da notícia. - Sabina prosseguiu.

- Acho melhor a Sina contar, não linda? - Heyoon olhou para ela, levando o olhar de todos diante a seu corpo.

- Não quero. - Abaixou sua cabeça. Sabia que aquilo iria fazer com que Noah brigasse com o Lamar, isso seria terrível. Os dois sairiam extremamente machucados.

- Sina... O que aconteceu? Diga. - Joshua quase pulou em cima dela.

- Ele... - Falou baixo. - Confessou estar apaixonado por mim, mas... Falei que ele nunca teria chances, nunca seria como Noah e acho que... Acho que exagerei. Ele me chamou de vadia e eu bati no rosto dele. - Olhou para Noah que já estava raivoso. - Desculpa... - Sussurrou.

Noah empurrou a cadeira brutalmente, indo em direção a porta. Sina e Josh foram logo atrás dele, deixando olhares curiosos na mesa. Ele estava irado, queria gritar alto o suficiente para Lamar ouvir o quão ele era idiota. Morris já tinha de tudo, riqueza, reputação, roupas de qualidade, beleza e agora queria a coisa mais preciosa que Noah tinha.

Sina.

Sina era mais valiosa que uma tonelada de diamante para ele. A garota o fazia uma pessoa diferente, fazia ele enxergar um lado bom de si mesmo. Fez ele sair de uma bolha tóxica, onde ele se achava o maioral e usava garotas para o seu prazer. Aquilo era um ato menosprezavel aos olhos da maioria do povo, era nojento. Com ela, Noah, se viu uma pessoa diferente, especial talvez? Algo até melhor.

- Noah! - Joshua e Sina gritaram em uníssono no meio da rua.

Ele não virava para trás, andava de maneira rápida até o estacionamento do Colégio. Provavelmente iria pegar sua moto e correr até a grande mansão de Lamar.

Sina, com suas sapatilhas da cor violeta conseguiu chegar mais rápido até ele. O segurando pelo pulso com toda sua força e o fazendo parar de andar. Com Joshua chegando logo atrás.

- Qual é a porra do seu problema? - Josh perguntou.

- Acha mesmo que correr atrás dele e o espancar é a solução? - Sina gritou com o cenho franzido de raiva. - Quantos anos você tem? Acha mesmo que a violência vai resolver toda essa merda?

- Porra Sina, ele te chamou de vadia!

- Eu não ligo! - Olhou para Josh, que logo entendeu o recado e saiu de perto. Ela queria um tempo a sós com Noah. - Sei me cuidar sozinha, sei tudo o que faço. Sei o que é certo e o que é errado! Pare de agir como um idiota, pare de esconder coisas, pare de achar que violência é tudo. Pare de ser assim! - Seus olhos de encheram de lágrimas, mas felizmente ou infelizmente eram de raiva e não de tristeza.

- Você fala isso e eu sou o idiota?! - Gritou indo para cima dela. A mesma se encolheu com medo e fechou os olhos com força, Noah estava alterado, diferente. Sina nunca havia visto o garoto daquela maneira. Ele logo parou e soltou o ar do seu peito, sentindo uma pontada de culpa em seu peito. - Achou que eu ia te bater? - Questionou.

- Eu... - Não conseguiu terminar de falar, se desabou ali mesmo. Estava com medo de Noah, a garota havia perdido sua postura de sempre pelo medo do que ele poderia fazer.

- Não Sina, não. Eu nunca faria isso. - Tentou abraça-la, mas a mesma recuou. - Ei meu bem não sinta medo, eu não vou fazer nada contra você. - Chegou mais perto dela, dessa vez ela ficou parada com o rosto entre as mãos. Os soluços de choros era o pior som que soava pelos ouvidos de Noah. - Desculpe, por favor me desculpe. - A rodeou e depositou um beijo longo no topo de sua cabeça.

- E-eu quero ir para casa. - Falou com dificuldade.

- Eu te levo, tudo bem para você? - Olhou para ela dobrando um pouco os seus joelhos, para ficar da altura dela. A mesma balançou a cabeça em um sinal de sim. Ele a soltou e a mesma ficou um passo atrás dele, inso até o estacionamento.

[...]

Ela desceu da moto e Noah se posicionou para poder olha-la. O mesmo sorriu e colocou uma mexa do cabelo dela atrás da orelha da mesma.

- Nunca pense que eu te machucaria, eu nunca faria isso. Você é muito especial para mim Sina, eu... - Respirou fundo antes de falar e escorregou sua mão pelo braço dela, chegando em sua mão e segurando a mesma. - Eu te amo.

Ela sorriu com sinceridade e apertou a mão dele. Aquelas palavras foram o suficiente para se sentir aliviada e longe de todo o mal.

- Eu também te amo Noah. - Chegou mais perto dele e o beijou intensamente. Quando se separaram olharam uns aos outros, não disseram nada, mas os olhares disseram.

- Fica bem gatinha. - Beijou a bochecha dela e a mesma se afastou, andando até a porta da sua grande casa e sentindo o olhar observador de Urrea em si.

Após entrar subiu as escadas com pressa, entrando em seu quarto e se jogando da cama. Abraçou seu travesseiro e fechou os olhos, sentindo as palavras de Noah soarem pelos seus pensamentos tão profundos.

Eu te amo.

Três palavras simples com um grande significado. Essas palavras disseram o quanto Noah confiara na garota e mudara por ela. Elas tinham uma grande quantidade de valor para o coração da platinada, que quase saia pela sua boca.

Ouviu o toque de seu celular dentro da sua bolsa, o pegou rapidamente. Era um audio de Noah, logo abriu o mesmo.

- Pela primeira vez que te vi, eu nunca tinha visto algo tão perfeito. Sempre penso que eu tenho que te ter ou eu irei morrer. E quando você disse que me amava... Eu me senti tão tranquilo. Eu preciso de você meu amor, você faz parte de mim agora.

A platinada, após ouvir o áudio, andou até a janela, mas percebeu que ele não estava mais ali.

xoxo