16.

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Noah e Sina acordaram com o toque irritante do despertador. O garoto, ainda de olhos fechados, desligou o objeto que tocara desesperadamente.

Deinert se espreguiçou, estava com a cabeça deitada no peito de Urrea, então levantou um pouco a cabeça para olha-lo. Sua boca estava entreaberta e seus olhos fechados, sua respiração estava um pouco pesada. Ele havia dormido novamente. Ela soltou uma risada nasal e passou seus delo pelo rosto delicado dele, na intenção de acorda-lo.

- Bom dia. - Ela sussurrou ao ver os olhos de Noah pouco abertos.

- Argh - Abriu os olhos totalmente, mal humorado. - Você parece um leão. - Falou passando as mãos pelos cabelos loiros dela. - Mas continua linda.

Noah ficava cada dia mais clichê, normalmente para Sina isso era ridículo, mas dessa vez não parecia. Ela havia mudado muito, sua personalidade não era mais forte, toda vez que via Noah sentia seu coração bater mais forte contra seu peito. Ela se sentia uma vadia idiota, se dando para um cara que apenas queria transar com ela e estava cedendo a isso. Por outro lado ele era essencial na vida dela, era ele quem lhe acolheu na noite passada sem nem ao menos toca-la. Era algo bom vindo dele. Só que a mesma não sabia que estava cada vez mais grudento pelo fato de tentar fazet com que ele falasse sobre o desafio, sem magoa-la. Ele era ridículo, patético.

- Sina está tudo bem? - Ele questionou quando viu o olhar penetrate dela paralisado na parede.

- Ah, sim. - Se levantou, mas Noah a puxou pelo cotovelo, fazendo ela cair sentada na cama. Ela deu um longo suspiro.

- Você não está bem. - Noah falou olhando diretamente para os olhos azulados dela.

- Não é nada demais, na verdade isso é... Ah, isso é ridículo. - Fez um gesto de negação com a cabeça, como resposta a si mesma. - É só o estresse, vai passar.

- Algo me diz que não é sobre ontem. - Ele franziu o cenho. - Eu fiz alguma coisa errada?

- Eu vou em arrumar.

Sina se levantou e não foi impedida dessa vez. Pegou seu uniforme ainda dobrado e entrou dentro do banheiro do quarto.

Ao tirar sua roupa, percebeu que ainda estava usando o moletom de Urrea. Inspirou na roupa, sentindo o aroma da Colônia forte do loiro. Virou seu olhar ao espelho exageradamente grande, se sentia fraca, ridícula. Respirou fundo, mas logo ouviu dois toques na porta.

- Posso entrar? - Noah perguntou com sua voz abafada, esperando uma resposta.

Ela abriu a porta, ainda abraçando o grande moletom do garoto. Ele sorriu ao ver a cena.

- No que você está pensando? - Ela deu de ombros. - Por favor, não me esconda as coisas, você parece mal.

Ele disse entrando e se sentando na pia, passando sua mão pelo seu cabelo totalmente bagunçado.

- Acha que eu mudei? - Ela perguntou e Noah fez uma expressão confusa. - Não acha que eu estou virando uma garotinha sensível.

- Por que acha isso Sina?

- Eu... Eu me entreguei tão rápido a você e agora, me sinto completa em suas mãos, sinto como que se eu te perdesse, seria como perder uma parte de mim. - Retirou seu shorts, por incrível que pareça Noah não havia olhado. Tudo o que ela precisava agora era respeito. - E isso me deixa mal, você me faz mal Noah, mas ao mesmo tempo, eu preciso de você. - Vestiu sua saia.

Ele abaixou a cabeça, tenso. Não espera essa resposta, não com essas palavras. Ele suspirou baixo, ficando de pé e indo em direção a porta.

Ela apertou os punhos, com raiva de si mesma. Segurou na mão dele antes que ele partisse, ficando de frente para ele. Quando ia beija-lo ele deu um passo para trás.

- Vai se arrumar, não quero me atrasar. - Se desviou dela e fechou a porta do banheiro.

Sina respirou fundo, surtar não era a melhor opção. Terminou de vestir sua roupa e penteou seus cabelos com a escova de Noah, que estava dentro de uma gaveta. Percebeu que estava sem suas lentes de contato e que não tinha trazido seu óculos.

- Merda - Murmurou para si mesma.

Deu mais uma olhada no espelho e abriu a grande porta, dando de cara com Noah tentando arrumar sua gravata. Sua expressão era de raiva e confusão, Sina sorriu antes de chegar perto dele e lhe ajudar com a vestimenta.

Ao sentir o toque das mãos de Deinert, engoliu seco. Não sabia como encara-la, mas sabia que estava agindo como uma criança chorona.

- Seus pais estão lá embaixo? - Ela perguntou passando a mão pela camisa um pouco amassada dele.

- Provavelmente. - Respondeu seco.

Ela abaixou a cabeça e saiu de perto dele, indo em direção a porta.

- Vai mesmo encara-los sem mim? - Ele perguntou de maneira debochada.

- Diferente de você, eu tenho maturidade. - Bateu a porta com força.

Com suas sapatilhas desceu as escadas rapidamente, vendo os pais de Noah sentados na mesa tomando seu café da manhã. O aroma da comida intupiu suas narinas e invadiu seus sentidos, aquilo devia estar com um ótimo gosto.

A mulher arregalou os olhos ao ver a loira.

- Sina Deinert? - O homem mais velho virou a cabeça para olhar nas suas costas, onde a pequena garota estava.

- Tia Wendy, senti saudades. - Sorriu. - Sei que é estranho estar na sua casa, mas precisei do Noah ontem de noite.

- Para o que exatamente? - Marco, o pai de Urrea perguntou.

Ela suspirou, um pouco chateada.

- Eu e o Noah temos nos aproximado muito nos últimos tempos, percebi que ele era diferente do que eu pensava, mas quando minha mãe descobriu sobre isso ela brigou comigo. - Suas mãos estavam nas suas costas e em seus lábios se formavam um sorriso forçado. - Ontem foi um desses dias e eu precisava mesmo de alguém para conversar, mesmo sabendo que seria desrespeito chamar Noah para isso, senti essa necessidade.

Wendy sorriu com as palavras da garota, ela era conpletamente diferente da mãe.

- Por que ainda está em pé querida, se sirva com junto a nós. - O mais velho falou apontando para a mesa.

A platinada fez o pedido dele. Noah que estava discretamente no andar de cima, perto da escada, ouviu toda a conversa. Sina não merecia tê-lo, mas precisava. Ele não iria deixa-la, ele gostava demais dela para isso.




xoxo

prisão do luar. ❨ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭 ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora