8.

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Sina abriu os olhos com dificuldade, se espreguiçando logo após. Olhou o quarto a sua volta, estranhando o local.

Olhou para sua roupa, não era a mesma que tinha saído ontem. Seu vestido e seu salto estavam em cima de uma pequena mesa. A garota vestia uma bermuda preta masculina e uma camiseta da cor vermelha.

Descalça abriu a porta do quarto e logo reconheceu a casa. Sentiu uma pontada na cabeça, havia bebido demais ontem e quando viu por baixo da escada Noah sentado no sofá da sala usando uma calça de moletom cinza e sem camisa, sentiu seu estômago revirar. O que havia feito com ele?

Em passos calmos andou até o garoto, ficando atrás dele sem que ele percebesse.

- O que eu estou fazendo aqui? - Perguntou fazendo o loiro pular do sofá, assustado. Sina soltou uma leve risada.

- Que susto porra! - Colocou a mão no peito, com a respiração ofegante. - Você estava muito bêbada ontem e a Heyoon não estava em condições de te levar para casa. - Contou.

- Como estou vestindo essa roupa? - Questionou noamente.

- Relaxa, minha irmã que te trocou, mas ela não queria emprestar uma roupa dela. Linsey é uma ingrata. - Revirou os olhos. - Mas você estava quase se jogando em cima de mim no telhado. - Falou andando até ela.

Sina gelou, merda porquê tinha que ter bebido tanto?

- Eu não fiz nada, seria errado transar com você mesmo estando bêbada. - Saiu de perto dela em direção a cozinha. - Está com fome?

- Não. - Disse indo atrás deles. - Cade seus pais e a sua irmã?

- Saíram e a empregada não pode vir, a mãe dela morreu nessa madrugada. - Abriu a geladeira pegando uma jarra de suco de laranja natural. - Se lembra de alguma coisa?

- Quanto mais eu tento lembrar, mais minha cabeça dói. - Noah se aliviou, não queria que ela soubesse do beijo.

- Eu te encontrei no telhado. - Ele entregou um copo cheio de suco a ela, a mesma franziu o cenho. - Você desabafou comigo, disse tudo o que pensava e me elogiou. Você ria de tudo, chegava a ser tolo.

- Eu estava bêbada - Tomou um grande gole da bebida. - Tem algum remédio para dor de cabeça? Estou com a impressão de que ela vai explodir.

Colocou a cabeça entre as mãos. Aquele ato foi apenas para esconder o desejo que tinha de arranhar o peitoral dele com suas unhas enquanto o beijava. Aquele sentimento era estranho, principalmente quando se tratava de Noah Jacob Urrea.

- Infelizmente a aspirina acabou e não tem outro remédio. - Se sentou no balcão, de frente para a platinada. - E não tenta mudar de assunto. Vou ser sincero, você me perguntou se podia me beijar.

- Ai meu deus... - Falou envergonhada.

- Não sinta vergonha, você confessou estar apaixonada. - Disse sorrindo vitorioso. - Tinha certeza que esse dia ia chegar.

- Não se iluda Urrea, não tenho fetiches por babacas de pau grande. - Arqueou uma de suas sobrancelhas, vitoriosa com a resposta.

- Como sabe que meu pau é grande?

Aquela conversa já havia tomado outro rumo, estava divertida para ambos. Noah não lembrava do desafio, como nas outras vezes, apenas queria aproveitar cada segundo junto a ela.

- Entre as garotas você é o único assunto, todas nos sabemos cada detalhe do seu corpo e como age com cada uma na hora "h". - Cruzou os braços e jogou todo seu peso para a perna direita. - Aliás nunca siga o conselho da Joalin de transar sem camisinha, aquela garota é um grande problema, queria sentir prazer não engravidar.

Noah arregalou os olhos impressionado, não sabia que os boatos verdadeiros corriam mais rápido do que a água da chuva até os boeiros. Ele não se sentiu envergonhado, talvez até vitorioso de saber que todas as fofocas no colégio eram sobre como a transa com ele era boa.

- Quero ir embora. - Ela falou indo até a escada. - Pode me levar de volta para casa?

- Poder eu posso, querer eu não quero. - O loiro disse andando até ela lentamente, a mesma franziu o cenho com um sorriso desafiador no rosto. - Quero te mostrar algo.

[...]

A grama espetava o pequeno pé de Deinert, mas a mesma não se incomodava. Sabia que as pequenas plantas verdes estavam limpas, era a casa dos Urrea, tinham a melhor empregrada que usava os produtos mais caros.

- Apenas minha família sabe desse lugar, mas como você me confessou algumas coisas ontem, acho justo te mostrar meu maior bem. - Falou abrindo a porta de uma pequena garagem, os olhos da platinada brilharam.

Aquilo era a cara de Noah, os instrumentos brilhavam, haviam pôsteres de bandas nostálgicas como os Jonas Brothers ou então cantoras como Hannah Montana. Haviam também microfones e roupas muito bonitas por sinal, além de um computador e sofás e puffs.

- Isso é um... Segredo? - Sina perguntou com a voz suave e baixa, isso causou calafrios na nuca do garoto.

- Sim... Meio que os garotos acham que eu parei de tocar e cantar, o Lamar sempre diz que isso é para garotas e os outros sempre estão concordando com o que ele fala. São apenas baba ovo de um filho da puta. - Resporou fundo. - Menos Josh que ainda me apoia nisso, mas como ele não consegue manter a boca fechada não conto sobre isso para ele.

- Por que ainda anda com o Lamar? Ele é um escroto! - Falou irritada.

- Eu sei Sininho, mas sem ele eu não tenho nada naquele lugar. Ele pode simplesmente se virar contra mim e acabar com a minha vida.

Sina ficou chateada com o que ele disse, mas não manteve a boca fechada.




xoxo

prisão do luar. ❨ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭 ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora