Uneven - JHS

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S E G U N D O 
A T O

- Aigoo, Jinnie não precisava! -ela sorriu ao ver a pequena caixa em sua frente.

- Claro que precisava, esses donuts são minha nova receita, preciso de uma aprovação final. -Concordou com a cabeça enquanto desamarrava o seu avental.

Malai levantou a tampa da caixa pequena em suas mãos um pouco, para poder espiar os lindos e coloridos donuts que ela guardava, sorriu.

- Se continuar assim vou ficar um nojo. -disse e ele riu.

- Me dá seu parecer quando provar?

- Dou sim. -assentiu puxando mais a alça esquerda de sua mochila.

- Tudo bem, pode ir indo agora antes que fique tarde demais pra voltar. -Jin a guiou até o lado externo da cafeteria- Fica bem e me avisa quando chegar em casa. -pediu.

- Aviso sim. -assentiu e se curvou rapidamente em despedida.

Alguns passos e já estava no ponto de ônibus, por sorte ele fora o primeiro a passar e por isso ela agradeceu aos deuses. Seu lugar favorito estava vazio e assim, Malai se sentiu à vontade para tomá-lo. Em seguida, colocou seus fones de ouvido no volume máximo, Shostakovitch piano concerto Nº2, a melhor peça na opinião dela. Duas, três paradas e logo uma mulher com uma garotinha bonita se sentou ao lado dela. Malai nunca assumira que ser dócil com as crianças era uma de suas coisas prediletas, mas isso não a fazia esconder tal ato.

Notou que a garotinha de cabelos escuros matinha os olhos fixos nela, a mesma, cutucou sua mãe para dizer algo. Malai se apressou em tirar um dos fones para escutar enquanto mantinha o sorriso nos lábios, era tão fofa!

- Ela é esquisita mamãe! -Disse alto o suficiente para que algumas pessoas ao redor ouvissem. Imediatamente o sorriso no rosto de Malai murchou juntamente com toda felicidade que Jin havia construído.

- Ji-hae! -A mãe da garota a repreendeu rapidamente puxando-a para si- Me desculpe, desculpe mesmo, eu... -se virou para Malai embolando-se nas palavras.

- Tudo bem. -Ela abriu um sorriso fraco a fim de acalmá-la.

- Eu juro que...

- Está tudo bem sim. -assentiu com a cabeça para frisar- Ela não tem culpa de pensar assim, por favor não fique brava com ela. -sorriu para a garotinha.

Os olhares das pessoas que antes eram dispersos, ainda permaneciam presos na cena que havia ocorrido e principalmente nela. Malai sentiu suas bochechas queimarem e as mãos ameaçarem tremer, seu corpo gritava por ajuda.

- Preciso descer agora, tudo bem? -tentou manter o sorriso gentil.

A mulher assentiu dando passagem e ela desceu do ônibus às pressas. Puxou o ar com força respirando o mais fundo que podia para acalmar as batidas do seu coração. Olhou para o lado e percebeu que ainda havia uma quadra para chegar, suspirou e se pôs a andar, não chegaria em casa se continuasse parada ali.

Sempre que chegava em casa, as luzes estavam acesas e geralmente o dançarino estava se esforçando em algum canto daquela casa ou assistindo algo largado no sofá. A primeira opção era a mais predominante, o que diminuía o encontro dos dois durante esse período. Girou a maçaneta encontrando o local como esperado, uma música agitada tocava lá em cima e ela já sabia que se tratava dele.

As cores de uma vozOnde histórias criam vida. Descubra agora