Entre o amor e o ódio

Capítulo 25

Theo

Ela está brava, muito brava. Eu me senti um idiota vendo ela tendo que beber tudo aquilo, mas não podia deixar ela entrar no armário com o Yago. Não quero nem imaginar o que ele falaria ou faria com a Luna, ainda mais depois que eu peguei a namorada dele ano passado.

Na hora, nem pensei no remédio que ela toma, só fui me tocar quando ela estava gritando comigo e me expulsando do banheiro.

-Cadê a Luna? -a Clara pergunta preocupada assim que chega no corredor.

-No banheiro, ela disse pra eu sair.

-O que aconteceu naquele jogo? -ela coloca a mão na cabeça e encosta na parede- Me falaram, mas eu não entendi nada.

-Era o jogo do armário, mas quem não fosse entrar, tinha que beber uma garrafa inteira de champanhe.

-Deixa eu adivinhar, você não quis deixar ela ir com alguém, por ciúme, e ela teve que beber.

-Como sabe?

-Porque a Luna aceitaria participar de um jogo idiota para não ter que beber uma garrafa inteira. Você devia ter impedido.

-Como?

-Sei lá, mas qualquer coisa seria melhor do que ela ter que beber aquilo -ela me olha brava e a porta do babeiro se abre.

-Tá melhor, amor? -coloco a mão no braço dela.

-Sim, e desculpa por exagerar e gritar daquele jeito com você.

-Desculpa nada, Luna -a Clara fala e vai pro lado dela- Ele te fez beber aquilo e...

-Ei, não precisa colocar ela contra mim -digo e a Clara revira os olhos.

-Tá bem mesmo? -ela abraça a Luna.

-Clara, deixa de exagero, eu estou bem. E você? Bebeu o que pra estar toda agitada assim?

-Bom... -ela sorri e eu a Luna a olha séria- ...não bebi tanto, eu sei que comecei com um drink que a Lorena me trouxe no começo da festa e terminei com uma garrafa de vodka.

-Clara!

-Mas eu só tomei um pouquinho. Eu sei que tenho resistência fraca com bebida, por isso já estou meio bêbada, mas eu não vou beber mais até o final da festa. Prometo.

-E fica longe do vinho.

-Claro. Mas agora eu tenho que voltar pra lá, tudo bem se você ficar com ele?

-Sim. Vai pra onde?

-Eu e a Lorena estávamos indo pra um quarto, ela já está lá, me esperando -a Clara morde o lábio e aponta pra mim com os olhos, fazendo a Luna a olhar nervosa e balançar a cabeça negativamente, então ela se aproxima e sussurra algo no ouvido da Luna, que sussurra algo de volta.

Tenho quase certeza que estão falando de mim.
Depois que a Clara saiu, eu e a Luna fomos andando calmamente e em silêncio até o jardim da frente, onde estava mais tranquilo.

-Estavam falando de mim? -pergunto e entrego uma garrafa de água pra Luna.

-Sim -ela pega a garrafa e toma um gole.

-O que ela disse?

-Que eu deveria ir com você pra um quarto também, pra você tirar minha virgindade -ela foi direta, talvez direta demais, provavelmente o álcool está fazendo efeito.

Fiquei sem saber o que dizer, então olhei pra frente e ficamos em silêncio mais uma vez. Eu não recusaria, mas ela não parece à vontade, e tenho certeza que não quer perder a virgindade em uma festa de faculdade.