Capítulo 34

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Luna

-Não vou mergulhar em nenhuma banheira de lama -o Theo resmungou mais uma vez no banco de traz quando paramos no semáforo.

-Chama geoterapia, e você vai comigo sim -bato meu joelho no dele e tomo mais um gole do meu smoothie de manga.

Ele faz uma careta e cruza os braços antes de voltar a olhar pra janela quando o carro volta a andar, apreciando a vista de San Diego.

Minha avó estava nos levando para o spa que ela marcou pra gente. O pacote incluía massagem, máscaras faciais, banhos de lama, saunas, e depilação. Tudo que eu estava precisando. Especialmente a depilação, minhas sobrancelhas pedem por ajuda, apesar do Theo ter dito "elas são lindas, assim como todo o seu corpo, não precisa se preocupar com isso", mas eu ainda me sinto meio incomodada quando me olho no espelho. E isso me lembra que tenho que começar a fazer mais esportes, as gorduras no final do quadril estão me incomodando mais do que nunca e não sei se vou conseguir colocar um biquíni quando formos na praia na hora do almoço.

Ontem, depois de ficarmos procrastinando umas três horas no sofá, vendo séries, filmes, documentários, e contando piadas bestas, fomos pro shopping.

O objetivo era comprarmos coisas que estávamos precisando, mas não é fácil focar em uma coisa só quando se tem o cartão dos seus avós e um shopping gigante à sua disposição, e mais difícil ainda quando se tem um namorado bobo ao meu lado que fazia piadas a cada cachorrinho que andava na bolsa das mulheres mais velhas e ricas, ou a cada manequim que tinha uma pose engraçada e o Theo insistia em parar para imitar. No final, saímos com várias sacolas e eu não sabia o que tinha em metade delas. Meus avós insistiram em me dar um dos cartões premium deles, então não me senti tão culpada. Só um pouquinho.

Depois do shopping, ficamos na piscina da casa. A água mais quente do que de dia, as luzes coloridas da piscina ligadas e o céu estrelado à cima de nós dois. Quando fomos dormir era quase meia noite, depois de eu ter ficado um tempão falando com a Clara pelo FaceTime. Tínhamos ido cada um pro seu quarto, mas acordei com os braços do Theo em torno da minha cintura durante a madrugada.

Minha avó insistiu em nos levar em um spa perto da casa, que é da amiga dela. E é óbvio que não recusamos. Quem recusaria passar um tempo com a minha avó? Você provavelmente sairia com um carro, um apartamento e com as bochechas doendo de tanto sorrir porque ela é muito fofa.

Foi bem difícil acordar o Theo sem irritá-lo, já que se tivesse o irritado, ele passaria o dia inteiro reclamando de tudo. Então fiz uma ótima estratégia pra acordar ele, uma que envolvia bolinhos, beijos e abraços quentinhos. Eu gosto de tudo isso, então previ que ele pudesse gostar também. E funcionou. Aparentemente, por baixo da máscara de sério e durão que ele veste perto dos outros, tem uma pessoa que gosta de bolinhos, beijos e abraços quentinhos.

Minha vó nos trouxe pra tomar café da manhã em um lugar que se chama The Healthiest, um restaurante que não usa ou vende nada de origem animal ou que faz testes em animais, não usa plásticos, tem bancos e balcões de madeiras reutilizadas, e doa quantias grandes em doações todo mês para ajudar caridades de animais, crianças e países necessitados. E 25% do valor da conta do cliente vai para essas doações também. Eu nunca me senti melhor comendo em algum lugar.

Eu e o Theo dividimos panquecas veganas e um wrap de grão de bico, enquanto minha avó comeu um sanduíche natural e fez um pedido para entregar na empresa do meu avô, que teve que ir em uma reunião de emergência e nos encontraria depois.

Pedimos uns muffins para comermos no caminho, junto com os smothies, (o meu de manga e o do Theo de banana e morango) mas os comemos antes de chegar no carro, porque estavam muito bons.

Entre o amor e o ódio Onde histórias criam vida. Descubra agora