Capítulo 2

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Theo

Acordo na terça feira com alguém ao meu lado na cama, uma garota que eu não me lembro o nome. Reviro os olhos ao ver que ela ainda não tinha ido embora. Vou pro banheiro e tomo um banho bem demorado, e por sorte, quando eu volto ela não está mais lá, e levou as roupas, eu odeio quando elas deixam alguma peça de roupa aqui.

Me visto e vou comer alguma coisa na cozinha, meu pai já tinha saído pro trabalho e a Isadora preparou algo pra mim.

Depois que eu comi, recebi uma mensagem do meu pai, dizendo que eu deveria ir ao shopping comprar umas coisas pra ele, que estavam em uma lista. Óbvio que eu fiquei com raiva, eu tenho cara de empregada?

Peguei o carro e fui pro shopping. Eu não me importo em dirigir sem carteira de motorista, daqui a algumas semanas eu já vou fazer dezessete e ano que vem já é dezoito. E a polícia nunca me parou, então não tem problema, eu sei dirigir.

Já estava irritado ao bastante quando saí da loja e uma garota qualquer resolve esbarrar em mim. Quem ela pensa que é? Odeio gente lerda e desatenta.

Ela se desculpa e eu não ligo, só sussurro um palavrão e saio dali. Talvez eu tenha tratado ela mal, mas não fiquei com peso na consciência.

Termino de comprar as coisas que o meu pai pediu e vou embora.

Chegando em casa, encontro a Lorena e o Guilherme na minha sala assistindo alguma coisa e tomando refrigerante.

-Estão parecendo duas crianças aí -eu digo indo até o freezer e pegando três latas de cerveja- Sejam mais interessantes e bebam de verdade.

-Bom dia pra você também, chato -a Lorena diz com um sorriso e pega a latinha- Não acordou de bom humor?

-O que você acha? -sento entre os dois e apoio os meus pés na mesinha.

-Qual o seu problema? -Guilherme toma um gole- Você trouxe uma mina super gata depois daquela festa de ontem e está todo rabugento.

-Nada fora do normal -Lorena diz e deita no meu ombro- Alguém tem um cigarro? Acho que perdi os meus.

-Pega ali -aponto pra uma caixinha perto da televisão- Mas fuma lá fora, não aguento mais ouvir meu pai reclamar do cheiro que fica na casa.

-Você tá insuportável hoje -o Guilherme levanta, pega dois cigarros e entrega um para Lorena- Eu vou com você, Lore.

-Obrigada -ela se levanta- Não quer vir também, Theo? Assim você se distrai um pouco.

-Não, vou ficar aqui mesmo.

Os dois saem e vão pro quintal. Eu me estico no sofá e tento tirar um cochilo. Não dormi nada a noite. Além disso, eu não gosto muito de fumar logo cedo, estraga o meu apetite pro almoço.

-Ih, tá passando mal? -a Lorena senta no sofá e coloca a minha cabeça no colo dela, ao chegar na sala depois de um tempo lá fora- Achei que fosse mais forte pra bebida, que ressaca é essa?

-Eu só estou com sono. Trombei com uma menina mais cedo e me deixou irritado.

-Eu conheço?

-Não, nem eu. Mas por algum motivo tosco eu fiquei com o rosto dela na minha mente.

-O Theo apaixonadinho? Que fofo -me cutucou rindo e eu afastei suas mãos com um tapa- É amor à primeira vista?

-Credo, me dá ânsia só de pensar. Nem repete isso, Lorena.

-Então esquece essa garota, é bobagem.

-É que eu tenho a impressão que já vi ela e a amiga dela em algum lugar.

Entre o amor e o ódio Onde histórias criam vida. Descubra agora