Luna
Coloquei minha roupa que eu vou usar na festa, as maquiagens, escova de cabelo, sapatos e coisas para passar a noite, dentro da minha mochila e desci as escadas depois de pegar meu celular.
Meu pai não estava, ele teve que buscar uns arquivos pro caso novo que ele pegou, mas voltaria pra jantar com a minha mãe. Ela estava, ficou na emergência ontem até mais tarde por causa de um acidente na estrada, então o chefe de cirurgia do hospital deu um dia de folga pra ela.
-Mãe, ainda vai me levar pra casa da Lorena?
-Vou, filha -ela levanta do sofá e deixa a taça de vinho na mesinha- Pegou seu pijama e seu remédio? -ela aponta pra minha mochila.
-Peguei, tá tudo aqui.
-Vamos então.
Descemos o elevador e fomos pro andar subterrâneo, a garagem. Entramos no carro da minha mãe, eu fui no banco da frente e coloquei a localização da casa da Lorena no celular da minha mãe.
-Amanhã, no domingo, vou precisar ir na casa da Lorena -começo e ela me olha- Vou ajudar ela com uma coisa.
-Com o que? -ela faz a curva com o carro e olha pro celular.
-Ajudar ela a contar para os pais sobre a sua sexualidade -digo rápida, minha mãe não sabia até então, e arregala os olhos- E sobre a sua namorada, a Lorena -completo e ela arregala os olhos mais ainda.
-Que? De onde surgiu essa ideia? Assim do nada?
-Do nada não, né mãe. A Clara sempre se sentiu atraída por garotas e garotos. Isso é um fato. E você não pode julgar ela.
-Não ia julgar. Eu posso não ser dessa época moderna, mas sei respeitar as pessoas muito bem -ela fala e eu sorrio- Mas se você aparecer em casa com uma garota, tiro você do meu testamento -ela termina a frase e meu sorriso desaparece.
-As pessoas não escolhem, mãe. Elas nascem assim. Acha que eu escolhi gostar de garotos? Devo ter vindo com defeito, porque só assim pra gostar de homem.
-Aham, me engana não, filha -ela sorri de leve- Sei que deve estar gostando de algum menino. É uma pena, já que você tem que esquecer isso por agora e...
-E focar nos estudos -completo a frase dela e reviro os olhos- Na verdade... eu estou ficando com um garoto -tinha que contar, não preciso falar que estamos namorando, porque não estamos, mas ela precisa saber que eu e o Theo temos algo.
-Ficando? O que é isso? -seu olhar vai pro celular de novo, estamos perto da casa da Lorena.
-Mãe, a senhora precisa ser mais moderna -digo tentando amenizar o clima para a notícia que viria depois- Ficando é tipo... eu e ele não estamos namorando, só se conhecendo, para não apressar as coisas.
-Bom... isso é bom. Se conhecer primeiro e depois namorar, sem ultrapassar o tempo -ela me olha e sorri orgulhosa- E quem é o garoto?
-O Theo, filho do amigo do papai -digo rapidamente e com os olhos fechados, com medo da reação dela.
-Não acredito, Luna. Eu disse claramente pra você ficar longe dele, e o que você faz? Se apaixona por ele.
-Apaixonar é uma palavra muito forte -chegamos em um condomínio e depois de dar as informações, o cara abriu o grande portão e entramos no condomínio.
-Vocês não vão namorar, vão?
-Vamos, mamãe. Um dia. É complicado, eu estava morrendo de medo de contar pra você e pro papai, e ele tem que contar pro pai dele.
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Entre o amor e o ódio
RomansaLuna é uma garota estudiosa que segue as regras corretamente. Com o seu modo de viver, sua rotina, manias próprias, e não gosta que ninguém interfira nisso. É uma garota doce, tímida, educada, inocente e romântica. Theodore, ou Theo, como todos o c...