CAPÍTULO IV

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Após me acomodar em um dos quartos de hóspedes, segui para um banho. Apesar de todos serem acionista da empresa do meu pai, qual passou de geração em geração, mas que apenas ele decidiu manter a empresa, todos são relativamente mais simples. Nós temos uma mansão gigantes, com vários funcionários, já eles, tem uma casa simples, bonita até e sem funcionários. Eles mesmos limpam e fazem comida. Eu não me arrisco colocar uma mão se quer em uma panela. Imagina estragar minhas belíssimas garras lavando prato?

A casa é tão tediosa e monótona quanto seus donos, por isso resolvo sair um pouco. Se eu ficar mais 1 segundo, respirando o mesmo ar que aquelas duas, eu irei morrer de intoxicação. O clima está um pouco frio, mas nada exagerado, por isso, visto uma saia cintura alta branca, com um cinto da Gucci rosa. Além disso, visto um body rosa néon, qual imita um couro - mas é sintético, claro - e um blazer branco. Óbvio que tem uma bota cano alto e cachecol.

— Aonde vai? — A mulher que se denomina minha mãe pergunta ao me ver quase saindo. Ela está sentada no sofá com uma taça de vinho em uma mão e um tablet em outra.

— Para qualquer lugar que não seja essa casa. — Respondo com indiferença.

— Vamos. Se eu passar mais um minuto nesse lugar... — Ela olha cada canto da casa com um olhar de julgamento. — Posso criar um terceiro olho na testa. — Brinca e eu dou um meio sorriso. Ela pega sua bolsinha da Prada e seus óculos escuros e saímos sem rumo.

Veneza é simplesmente magnífica. É uma cidade situada por cento e dezessete ilhas, separadas por canais e ligada por pontes. Da para imaginar um lugar assim? É também muito conhecida pelas arquiteturas e belas obras de artes.

O lugar perfeito para minha mãe. Quando ela vem aqui, sempre fica fora de casa admirando todas as casas e suas arquiteturas. "Se tivesse de procurar uma palavra que substituísse "música" poderia pensar em "Veneza"— Friedrich Nietzsche".

Aqui geralmente se anda de barco, é também geralmente usada por casais. Veneza, querendo ou não, é uma cidade romântica, a cidade dos casais. O que será que o Eduardo está fazendo? Como seria se ele estivesse aqui, na cidade romântica?

Eu e ela não trocamos muitas palavras e sempre que falamos, sempre sai uma ofensa disfarçada de elogio. Acabamos parando em frente ao venice heart snc, um local rico em arquitetura que ela sempre vem, quando está em Veneza. O local é simplesmente esplêndido. Ela fala sobre os tipos de pessoas que estão frequentando o local, mas não vejo nada de mais, apenas pobres com uma chance de ver algo magnífico em suas vidas. Enfim, pobres fazendo pobrezas.

Plazza, isso, sim, é um shopping de respeito. É imenso. Algo que tenho muito em comum com ela é a paixão por lojas caras. Damos uma breve passada na Prada Venice, logo depois na Chanel Venice. Compramos algumas bolsas e saltos, pois são coisas que nunca é demais. Aproveitamos e fizemos um quase tour pela cidade, passando pelo Palácio de doge e Sam Marcos.

Sabe, mamãe...? — Chamo sua atenção. Ela me encara com indiferença, na verdade, essa é sua cara habitual; indiferente é a palavra que descreve ela.

— Não me chame assim. — Ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha, deixando amostra seus brincos de ouro. — Isso me envelhece. — Suspira.

— Somos mais parecidas do que pensávamos. — Digo e ela dá um meio sorriso, mas sem olhar para mim.

O mau relacionamento com minha mãe se dever, além de eu não ter feito moda no passado, há algo relacionado a meu pai. Quase toda mãe tem o sonho de ter uma garotinha, mas como disse "quase" e minha mãe faz parte da porcentagem que não queria. Seu sonho sempre fora um garoto e quando ela descobriu estar grávida de uma menina, ela não gostou muito da ideia, mas seguiu a gestão e tentou em aturar, mas minha personalidade forte não bateu com a sua. Alguns anos após meu nascimento, meu pai fez uma vasectomia, o que só a deixou mais chateada.

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