CAPÍTULO V

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 Às vezes, a gente acorda, mas nosso corpo não quer despertar totalmente. Ficamos de olhos fechado e sem se mover. O motivo? Não sei, mas é legal, é como um tempo extra que nosso corpo precisa após situações desconfortáveis.

Ouço a porta do meu quarto abrir e logo passos adentrando. Eu conheço essas passadas. São saltos e dos caros.

— Alexa, abrir todas as persianas! — A voz de Ester, branda em meu quarto. Só poderia ser ela. — Hora de acordar, querida! — Ela senta na beirada da cama. Levanto a venda dos olhos e encaro-a com desprazer.

— O que quer? — Pergunto me encostando na cabeceira macia da cama. Não costumo ficar de mau-humor, mas quando se trata da presença de Ester, é impossível não ficar assim.

— Hoje é um dia importante. — Comenta e logo segue para a sacada do quarto. — E você está horrível. — Ela fala sem ao menos me olhar.

— Diga algo novo. — Sou irônica. Calço minhas pantufas rosa e ela me encara com escárnio. Ela fala sobre minhas pantufas e que pensou que eu havia crescido. — E eu achei que as aulas de etiqueta haviam lhe ensinando a bater nas portas, antes de entrar.

— Essa é minha casa...

— E esse é o meu quarto. — Retruco.

Sigo para meu banheiro e a deixo sozinha no quarto. Geralmente, alguma empregada prepara meu banho, mas como alguém me deixou de mau-humor, prefiro eu mesmo preparar e evitar mandar alguém para a rua. Coloco um pouco dos óleos que trouxe da índia, diga-se de passagem, que são maravilhosos.

Entro na banheira de água morna e relaxo. Encosto a cabeça no encosto da banheira e quase durmo novamente. Por um momento, eu até esqueço que há alguém em meu quarto. Eu sempre prefiro banhos de banheira, me deixa mais relaxada. Uso a ducha, apenas para banhos rápidos, ou quando preciso lavar meus cabelos. Falando neles, preciso ir ao salão para hidratá-los.

— Você sai hoje desse banho?

— Achei que você tinha sumido. — Lamento saindo da banheira.

— Hoje é um dia importante. — Comenta novamente.

— Vejamos... não é meu aniversário e nem de papai... então não vejo outro dia importante. — Provoco-a, mas ela ignora.

— Hoje, eu e seu pai, completamos 17 anos de casados. — Ela sorrir.

Entro no closet e solto uma gargalhada. Comento sobre esse casamento te rmorrido há anos e ela não entende a ironia, mas logo explico e deixo claro. Ela entra no closet pisando duro, pois a chamei de "velha", mas para evitar mais confusão corrigi, dizendo que ela era "muito nova" para ser minha mãe.

— Você é tão parecida comigo. — Ela encara se reflexo no espelho. — De qualquer modo, você não saberia ajudar mesmo. — Diz ao ouvir minha recusa em ajudá-la nos preparativos. Fico indignada, mas logo passa.

— Alexa, tocar Love the way you lie! — Peço e logo o som começa a soar por todo o quarto.

Hoje não está um dia tão quente, graças a Deus, por isso, escolho uma roupa mais leve. Pego uma saia de couro sintético marrom e uma blusa com caimento leve, em que deixa meu busto mais amostra. Aproveitando a deixa da cor marrom, uso um colar terroso em formato de pedra. Por precisar ir ao salão, amarro meu cabelo em rabo de cavalo no topo da cabeça. Nos pés, coloco um scarpin vizzano .

Minhas joias ficam divididas nas seis gavetas da penteadeira. Do lado esquerdo das seis gavetas, duas são ocupadas por joias de cabelos - tiaras, presilhas, laços, xuxinhas e outras joias de cabelos. Do lado esquerdo das seis gavetas, duas é ocupada por joias de orelha, pescoço e dedos - brincos, colares, pingentes, anéis e outros. Ainda no lado esquerdo uma gaveta é ocupada por joias de mão - pulseiras. As outras quatro, são de maquiagens variadas.

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