CAPÍTULO VIII

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Mariana é descendente de africanos e fala um pouco do idioma de sua descendência e Zayan parece ser sentir muito feliz em poder falar sua língua nativa. Fico encantado, assim como Dulce. Enquanto conversamos, percebo alguns olhares atravessados dos convidados. Será que estou com a roupa suja, ou algo do tipo? Eles nos olham com um certo olhar de julgamento.

— Terá que dividir até as maquiagens, hein Estela. — Dulce brinca e eu sorrio.

— Se ele quiser, comprarei milhares. Acho que a C.C não se importará de patrociná-lo. — Brinco.

— Com essa beleza dele, com certeza! Nosso modelo mirim... olha, já tive até ideias. Quem sabe, cremes hidratantes para peles retintas! Eu já deveria ter pensado nisso há anos.

— Concordo. — Mariana sorrir. — Será excelente, uma linha de cosméticos pensado nas peles pretas.

Após colocá-lo no chão, muitas pessoas se aproximam e ele parece pouco à vontade com a quantidade de luzes e pessoas chamando-o, pois ele se agarra em minhas pernas. Dispenso todos apenas com um gesto. Com certeza, serei taxada como arrogante amanhã, mas tudo bem, nada fora do normal. Com horas de festa, eu ainda não vi a família de Ester, creio que não tenham chegado, pois a viagem é longa e eles ainda iriam se preparar para vir à festa.

— Estela! — Ouço a voz de Verônica, irmã de mamãe. Sorrio constrangida. Ela ama abraçar.

— Verônica! — Recebo seu abraço que quase me deixa sem ar. Assim como minha mãe não gosta de ser chamada de mãe, ela não gosta de ser chamada de tia, por isso, a trato pelo nome.

— Oh, meu Deus, que lindinho! — Diara sorrir para Zayan, qual se enconde sem jeito. Ela é a irmã mais nova.

As três são ruivas, uma mistura de franceses com escoceses. Verônica é a mais velha, por isso, não se deixe enganar pelo seu rosto jovial; Ester é a do meio e Diara, a caçula, como elas dizem. Como já disse, ambas aceitaram mamãe como uma irmã legítima e não fruto de uma traição, aliás, esse é um assunto que ninguém toca, é como se o passado dela não existisse, apenas após ser aceita e ser tornar modelo, mas o foco não é mamãe, sou eu.

Mamãe se aproxima e recepciona suas irmãs. Troco um abraço rápido com tia Diara e volto minha atenção a Zayan, Dulce e Mariana. Fugimos dos adultos, após eles encherem ele de elogios. Dulce rouba docinhos para Zayan e eles sorriem como confidentes de algo maior. É assim que é ter irmãos?

— Você parece uma princesa. — Ele fala para Mariana. Ela sorrir em agradecimento.

— E eu não? — Deixo escapar com indignação. Todos riem.

— Todas são. — Responde sorridente e agarra minhas pernas e acaba sujando meu vestido de brigadeiro, mas não me incomodo.

Mariana não pode ficar muito, pois trabalharia no dia seguinte, por isso, pedi para Charles a levar em casa. Após ela sair, ficamos apenas Dulce, eu e Zayan. Ele parece encantado com tudo. Meus pais estão conversando com amigos e hora ou outra, apontam para a gente, para levarmos ele para mostrar aos amigos.

— Aquele não é Ravi? — Dulce aponta para um cara ruivo, qual estava beijando o pescoço de uma modelo também ruiva.

— Infelizmente... — Murmuro, enquanto tento me esconder dele.

Faz muito tempo desde que o vi, se não me engano, ele tinha 15 ou 16 anos, além de ter o rosto completamente preenchido por acnes. Mas o tempo passou e ele cuidou desse problema hormonal. Não sou muita boa em me esconder, pois logo ele me acha.

— Estelinha! — Branda se materializando ao meu lado. Zayan o encara sem entender. — Esse é nosso little big Zayan?

— Ravi... que desprazer a sua presença. — Sorrio forçado, pois há câmeras por perto. Ele sorrir e me abraça. — Me solta, ou eu te estrangulo em 2 segundos. — Ameaço entre dentes.

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