CAPÍTULO II

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Eduardo na mídia acima! ♡

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Logo pela manhã, quando abri os olhos e vi pela janela o sol, sabia que ia ser um dia insuportavelmente quente. E como se isso não fosse o suficiente, meus pais estão em casa, bem, meu pai não é o problema, ela é o problema. Eu já senti falta deles, mas logo passou. Fui criada por babás, às vezes por meu pai, mas raramente ele conseguia se fazer presente, devido ao seu trabalho. Minha mãe sempre esteve viajando durante minha infância e adolescência. Havia uma única pessoa que amei como mãe, até a chamava assim, Samanta. Mas ela me foi tirada, quando descobriu que tinha leucemia. Meu pai tentou ajudá-la, mas já era tarde. Esse foi um dos dias que me senti perdida. Sem ela, eu não sabia o que fazer... desde então, não me apeguei mais a ninguém, para não arriscar ficar deprimida e perdida.

Ser rica, tem seus pós e contras, sendo um contra, a falta de pessoas verdadeiras, já que as pessoas ou estão interessadas no seu dinheiro, ou no que você tem a oferecer. Todavia, os pós, são excelentes, como gastar sem se preocupar com o amanhã. Viajei por boa parte do mundo. Posso considerar fazer um mochilão, mas essa palavra é tão pobre, que não arrisco dizer isso em voz alta. Talvez eu precise de alguma emoção, como adrenalina. Será que comprar uma bolsa minúscula de 80 mil, é adrenalina suficiente?

— Teria na cor rosa? — Pergunto à consultora. Ela sorrir e assente, logo indo buscar. Me sento e cruzo as pernas enquanto aguardo. Estou uma das lojas da Dior.

Dou um último gole no meu champanhe e deixo a taça sobre a mesa ao meu lado. Gravo alguns Stories para o Instagram, dando atualizações sobre minha viagem e mostrando possíveis bolsas. Já, já, sei que terei que postar Stories falando sobre doações, já que as páginas irão publicar coisas como "enquanto alguns passam fome, Estela Rossi Beauvoir, está gastando milhões em bolsas de grife"; tão clichê, mas é tão real. Não sinto a necessidade de expor as doações que faço. Faço-as e deixo-as em off, só as pessoas que recebem sabem e isso já basta.

— Posso ajudar em mais alguma coisa? — Ela pergunta, me entregando a bolsa já embalada. Sorrio e nego.

Saio da Dior e digo para a Prada. Preciso de um salto! Não senti adrenalina ao pagar os 80 mil reais. Talvez, um salto caríssimo seja o suficiente. Para meus pais, isso é adrenalina demais. Na falta de amor, eu uso dinheiro.

Enquanto escolho o salto, meu celular vibra, anunciando uma notificação. Encaro a notificação perplexa. Meu amor, você acha que eu tenho cara de quem frequenta esses locais? Penso ainda encarando a mensagem. Há um convite para uma corrida de rua. Calma aí, isso é crime, não?

— Esse mesmo? — Minha atenção se volta para o consultor a minha frente.

— Isso, tamanho 36, por favor. — Respondo sem nem ao menos saber qual salto ele se refere.

Saio da loja pensativa. Será que corrida é adrenalina suficiente? Uma coisa ilegal. A emoção de sair escondida de casa no meio da noite... parece perigoso e interessante. Irei pensar e quem sabe eu não darei a honra da minha ilustre presença. Sigo até o motorista que já me espera na frente do shopping.

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Eles irão ter a sorte de ter a minha presença. Bastou ver a face da minha querida mãe, que senti a extrema necessidade de sair de casa. Após um banho maravilhoso, segui para o closet, para procurar algo que remeta a esse evento... posso chamar de evento, certo?

Não posso usar algo muito caro, para não ser roubada, também nada muito pobre. Encaro a camiseta branca e masculina no meu closet. Por que não jogaram essa mierda fora? Isso é de um dos meus exs, qual? Não importa... mas pensando bem, talvez seja ótima para a ocasião, básica e bonita. Pego-a, assim como pego um short de tecido fino e curto. Após vestir o look, me encaro no espelho, nada muito pobre, também não muito luxuoso. Não irei usar meu pingente, é muito arriscado.

Patricinha (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora