CAPÍTULO XI

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Amanhã será o baile beneficente e o terno de Eduardo já está pronto, assim como meu vestido, que é da mesma cor que o terno dele. Logo de manhã, antes de tomar café, fui levada por Ravi até o jardim, onde ele me beijou. Não tentei o afastar, apenas retribui. Os beijos dele são quentes e me deixam um pouco desconcertada. Com Eduardo é diferente e bom, assim como é com Ravi. Mais cedo, liguei para Eduardo e pedi para ele me buscar aqui na mansão e ele disse que logo estaria aqui.

Visto uma saia de couro preta com zíper do lado esquerdo e uma blusa de camurça rosa, juntamente de uma bota de cano baixo e plataforma alta. Meu cabelo está preso em um coque alto. Pego minha bolsa da Louis Vuitton e saio do quarto. Hoje a temperatura está intermediária, nem muito quente, nem muito frio. Fico conversado com Zayan na sala enquanto Eduardo não chega.

Zayan me conta da escola nova. Ele está muito empolgado, diz que já fez alguns amigos e que já aprendeu a multiplicar. Solto algumas risadas ajudando ele. Sempre fui boa com número, por isso escolhi fazer administração, já que envolve um pouco de cálculos.

— Você namora o tio Ravi? — Ele pergunta. Respondo uma conta que fiz para ele. Sinto meu coração acelerar com a pergunta.

— Na... Não. — Sorrio nervosa.

— Vocês formam um casal bonito, mas eu também gosto do Tio Duda. — Fala agora me encarando. — Você gosta dele? — Fico sem saber o que responde e tenho certeza que estou vermelha.

— É... Eu preciso ir. — Me levanto do sofá apressada. — Até mais tarde pequeno. — Beijo a testa dele e caminho até a porta dando de cara com Ravi.

— Assim meu coração não aguenta. — Ele me olha dos pés a cabeça e sinto meu rosto ferver. — Muita beleza, não acha?

— Na verdade, é na quantidade certa. — Respondo escondendo o nervosismo. — Até mais Ravi... — Tento passar por ele, mas ele segura minha mão.

— Fugindo de mim, Estela? — Pergunta aproximando o rosto. — Por que está nervosa? — sussurra perto de mais.

— Eu não fujo, eu saio quando a coisa não me agrada. — Respondo e viro o rosto. Me solto e abro a porta.

Graças a Deus, Eduardo já está nos portões da mansão. Sorrio para ele e entro no carro. Peço para ele me levar para algum lugar, onde não podemos ser vistos ou espionados. Ele assentiu confuso e começou a dirigir. Nem eu mesmo entendo o porquê de pedir para irmos para um lugar sem muitas pessoas.

Seguimos apenas ouvindo música em seu carro, sem dá nenhuma palavra. Talvez, essa seja uma das coisas que gosto com ele. Ele é calado e há momento que o silêncio é realmente bom, ou talvez, seja que a presença dele por si só já é suficiente. Apesar de ser um piloto de corrida, ele dirige com atenção e em uma velocidade mais normal. Paramos em uma parte mais afastada de uma das praias de Guanabara. Eu nunca tinha vindo aqui.

— Esse é meu lugar preferido. — Comenta enquanto encaramos as ondas.

— É onde você traz suas peguetes? — Questiono sem o encarar.

— Então você é minha peguete?

— O quê? Óbvio que não! Imagina, usar esse vocábulo com Estela. Não combina.

— Sou seu Affair, então? — Dessa vez ele me encara. Sorrio.

— Bem, essa soa melhor. Além de ser uma palavra francesa. — Digo e sinto algo no meu estômago. Essa sensação. — E sua irmã... — Mudo de assunto. Ele volta a encarar o mar.

— Está bem dentro do possível. Hoje ela teve quimioterapia e está bem cansada. — Responde. Ele não me encara, mas posso sentir a tristeza em sua voz.

— Então... amanhã eu conheço a famosa Amélia? — Brinco com seus dedos. Ele encara nossas mãos juntas e sorri.

— Ela está bem ansiosa.

Ele junta nossos dedos e me puxa para seus braços. Sou pega de surpresa e não consigo reagir. Por sermos da mesma altura, nossos narizes se tocam e me sinto, como se estivesse flutuando. Seus olhos verdes são tão intensos, que me lembram esmeraldas. Ele beija o canto esquerdo dos meus lábios, antes de cola nossos lábios. É um beijo lento e acalentador. Nossos lábios se movem com sincronia a ponto de me deixar arrepiada. Para finalizar o beijo, ele suga meu lábio inferior e acabo por sorrir. Suas mãos continuam na minha cintura, me deixando presa.

— Sua beleza é incrivelmente perturbadora. — Sussurra no meu ouvido. Sorrio.

— Irresistível eu diria.

— Também... — Sinto sua mão descer para meus quadris. — Eu seria digno de tê-la? — Sussurra novamente, dessa vez apertando meus quadris.

— Isso é um pedido de namoro?

— Você aceitaria? — Dessa vez ele olha nos meus olhos. Sorrio.

— Não sei... preciso ver minha agenda, para saber se tem espaço para namoro. — Brinco. Ele beija meu pescoço e eu solto um gemido. — Mas talvez eu possa arrumar um tempinho. — Dessa vez sou eu quem colo nossos lábios.

— Nossa, devo anunciar ao mundo que eu namoro Estela, agora? — Ele brinca e eu gargalho.

— Claro, até porque isso é algo para se orgulhar!

Me desprendo do seu corpo e corro na areia. Por um momento esqueço que estou de bota, mas ao tropeçar e cair na areia eu xingo em francês as malditas botas. Eduardo me ajuda a levantar, mas isso, enquanto gargalha de mim. Arranco-as e volto a correr, deixando-o para trás segurando minhas botas e sem entender.

— Ah, entendi! — Ele grita e começa a correr.

Gargalho enquanto corro sentindo a brisa salgada que vem do mar. Estou feliz por ser pedida em namoro no lugar especial dele? Não é como se eu nunca tivesse namorado... mas parece ser mais especial dessa vez. Por quê? Ainda não sei.

Ele não demora a me alcançar. Eduardo ameaça me lançar na água e dessa vez eu não recuso. Ele tira a camisa e a bermuda, ficando apenas com uma cueca cinza da Tommy. Encaro seu corpo com fascínio.

— Vai ficar meu admirando ou vai tirar a roupa também? — Pergunta me tirando do transe. Coro ao perceber que o encarava com tanto desejo.

— Haha, muito engraçado você. — Faço cara de tédio.

Sem me importar, até porque a praia está vazia, abro o zíper da saia e deixo-a cair. A blusa é mais fácil de tirar. Dessa vez é Eduardo quem encara meu corpo com fascínio. Ele começa a se aproximar de mim, mas antes que ele chegue perto, corro para o mar, mas ouço sua risada. A água está fria, mas agradável. Entro até a água ficar em minha cintura. Ele logo brota ao meu lado.

— Acho melhor você ficar calmo, hein? — Alerto ele, quando ele me abraça por trás e sinto algo ficando rígido.

— Mas estou calmo... Patricinha. — Esse último, ele sussurra, enquanto beija meu pescoço.

Me permito ser um pouco mais humilde e fazemos guerra de água, jogando água um no outro, enquanto gargalhamos. Até nadar eu me permito. Eu não sentia essa felicidade há muito tempo. Nem lembrava como era a sensação. Espero não ter nenhum paparazzi por perto, caso contrário, será uma notícia e tanto. "Estela, na praia, com um cara gostoso, apenas de lingerie.", eu me sentiria bem invadida, já que é um momento íntimo.

— Lugar aberto e com altos riscos. — Alerto ele, quando sinto uma de suas mãos subir até meus seios. — Vamos devagar, meu bem. — Tiro sua mão e ele beija meu pescoço.

— Tudo bem... até porque você é só minha agora... — Sua voz me deixa arrepiada.

— Você que é propriedade de Estela, agora, chuchu! — Decreto.

— Estou as suas ordem, amor.

— Bem melhor. — Me viro para encará-lo. Ele está sorrindo. 

Patricinha (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora