Finalmente o dia do baile e logo hoje, que estou com o dia corrido, Eduardo me disse que precisava falar algo muito importante comigo. Não sei o que pode ser mais importante que eu ficar belíssima nesse baile, se bem que, eu não preciso de muito para chamar atenção. Apesar de ser duas horas e o evento ser apenas as 19h, tenho muita coisa para fazer, como unha, cabelo, maquiagem etc.
Recebo ele com roupão e o cabelo na touca de cetim, já que irei usar ele solto e não posso deixar que nada tire sua perfeição. Peço para as meninas saírem por um momento e percebo que ele está nervoso.
— Você é linda até de roupão. — Elogia e me abraça. Sorrio.
— Você não está nada mal também. — Comento. Ele está vestindo uma bermuda moletom e uma camiseta preta, além de tênis. — O que queria falar? Não me diga que é algo com sua irmã! — Me alarmo, mas ele sorrir.
— Não é nada com ela. É... hum... algo mais pessoal. — Comenta. Pelo seu nervosismo, acho que é algo que o afeta muito. Tomara que isso não o impeça de ir ao evento, imagina eu chegar sozinha nesse evento.
— Pode falar, querido. — Beijo seu pescoço.
— Eu já deveria ter contado, mas não é algo com que eu me sinta a vontade...
— Você é gay? — Me afasto. Ele nega com veemência.
— Não que seja importante, mas sou bi e não gay...
— Que alívio! — Volto a me aproximar dele e ele gargalha. — Desembucha logo, pois preciso pintar unha, fazer maquiagem e mais mil e uma coisa.
— Bem... é que sou... ah meu Deus, isso nunca pareceu ser tão difícil. Olha... eu sou soro positivo! E tipo, se você....
— Era isso? — Sinto vontade de estapeá-lo. — Eu achei que você fosse dizer que estava morrendo ou algo do tipo. Ser soro positivo não é o fim do mundo, querido.
— Ah... geralmente as pessoas não têm essa reação...
— Eduardo, meu pai é soro positivo. — Conto e ele arregala os olhos. — Longa história... e, se seu medo fosse que eu pudesse me afastar ou algo do tipo, pode ficar tranquilo. Estamos no século XXI, isso não é mais problema. Óbvio que precisa se cuidar, mas não é algo que se transmite com tanta facilidade e... obrigado por confiar em mim. — O abraço e o beijo. Ele sorrir.
— Você é impressionante.
— É, eu sei! Agora você precisa ir, ou vou me atrasar e não esqueça de trazer Amélia!
— Ela é mais importante que eu?
— Tchau, Eduardo! — Viro as costas com um sorriso no rosto.
Logo ele se vai e as meninas voltam. O vestido é nas cores da bandeira LGBT+ por isso, peço uma maquiagem nas cores, apenas com mais cor, para chamar atenção. Além das minhas unhas terem cores diferentes. Me sinto um pouco pintada demais, mas tudo bem, eu gostei. Enquanto solto minhas madeixas, ouço duas batidas na porta. Peço para entrar.
— Oi? — É Amélia. É impossível não a conhecer, apesar de só ver fotos dela.
— Olá! — Sorrio e me levanto, para abraçá-la. Ela é uma versão feminina dele. Olhos no mesmo tom, um verde que me lembra esmeralda, pele pálida, muito mais pálida que o normal, além de ser bem magrinha. Ela usa um lenço verde-água na cabeça.
— Obrigado por me receber...
— Ah, que isso! Quer beber ou comer algo? — Pergunto guiando-a até uma poltrona do meu closet. Ela nega.
— Você é bem mais bonita pessoalmente. — Comenta.
Agradeço e a elogio também. Ela deveria ser muito mais bonita do que é agora, antes da doença. Seus traços são bem delicados. Tento não a encarar muito, para não a deixar desconfortável, mas percebi que até os cílios e pelos da sobrancelha ela não tem, mas ela desenhou uma sobrancelha tão perfeita, que podia jurar ser dela mesmo.
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Patricinha (✔)
Romance(COMPLETO E REVISADO) (+18) Estela Rossi Beauvoir, é uma garota de 22 anos, rica e arrogante. Gosta de esbanjar dinheiro onde quer que vá e é viciada em comprar bolsas caras. Além de ser uma estrela na internet. Apesar de tudo isso, ela sente falta...