19 - Fogo

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Na tristeza que escorre do teu olhar, brotam ondas que estouram no costão, trazendo o lamento de um coração judiado e triste, pedindo paz e o aconchego de uma canção.

Nas palavras não ditas as feridas sangram, a razão se perde cega pela paixão, o coração estremece pedindo socorro perdido na contramão, teus olhos deságuam desilusão.

Outro dia, o gosto amargo do tudo que nada foi, história inacabada, páginas rasgadas levadas pelo vento, nada faz sentido, gritar, se perder, arder no fogo insólito de outro ser.

Na tristeza que escorre do teu olhar, a lua solidária vem de mansinho se banhar, te abraçar na imensidão, vagar largada, esperando teu sorriso todo o céu iluminar.

Era uma vez, um coração apaixonado que numa esquina se perdeu, sonhou acordado, foi além, acreditou num amanhã, em outro e outro, esperou, o que mais queria nunca chegou.

Sentado a beira do caminho esse coração chorou, chorou a dor de um sonho esperado, chorou a dor da partida, da ilusão perdida, chorou até a alma sangrar, chorou por amar, chorou por quem nunca chorou.

Autor
Ademir de O. Lima

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