29 - O Vento

15 4 0
                                    

A saudade veio me dizer o quão distante estou de você, acalento meu coração ainda apaixonado com as lembranças do passado, a dor se foi, ficaram as cicatrizes, marcas de um amor calado.

Na taça de vinho derramado, todo lamento de um guerreiro cansado, o vento, mensageiro dos corações abandonados, trás notícias de um amor que a muito se foi, um amor ainda desejado.

Num céu em festa, todo estrelado, banhado pelo luar, sentado a beira mar, está um sonhador que acreditou no amor, na mão uma rosa, na outra, o sangrar dos espinhos, uma águia sem ninho.

Fui menestrel cantando o doce amargo da paixão, contador de histórias que não sabia do amor, fui a criança que só queria sonhar, a flor que no amanhecer despetalou, o homem que largou tudo por amor.

A saudade veio me dizer que ainda amo você, que tudo está no lugar, que vale a pena amar e as tempestades passam e o sol volta a brilhar, amores vem e vão, você passará, eu, passarinho.

Ouvindo o murmúrio das ondas no seu vaivém solitário, escrevi esse poema, pra de você nunca esquecer, lembrar do quanto foi bom pela primeira vez amar, lembrar da dor do desamor, do vazio que ficou.

Autor
Ademir de O. Lima

CaminhosOnde histórias criam vida. Descubra agora