Abri a porta e sai, o dia me engoliu, respirei, o sol me abraçou, ainda com passos incertos segui, recomeçar é assim, estranhos a cruzar por mim, estou curado, mas as cicatrizes ainda estão em mim.
Rastejei perdido na escuridão, me abandonei, andei na contramão, vivi das migalhas daquele amor. Por muito tempo não existi, muitas vezes fiz das estrelas meu cobertor, até as lágrimas se recusavam a cair.
O amor é assim, por vezes remédio, em outro momento, ferida aberta, dor, dor que parece não ter fim, nos escondemos, deixamos de existir, nada faz sentido, o que mais queremos é voltar a sorrir.
Vi os dias lentamente passarem, nada fazia sentido, perdi a conta das vezes que morri, o tempo esqueceu de mim. Um dia vou olhar pra trás, lembrar, sorrir e seguir, nada ficará dentro de mim.
Os grilhões rompi, não vou mais ficar preso dentro de mim, nada mais resta fazer, é chegada a hora, vou matar esse amor que está a me consumir, há vida fora de mim, há uma vida esperando por mim.
Farei da dor meu paraíso, criarei asas, voarei, aquele amor sonhado em algum lugar está, seja onde for, o encontrarei. Amanheceu, um novo dia sorriu, olhei pro céu, abri a porta, ela passou por mim.
Autor
Ademir de O. Lima
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caminhos
PoesiaColetânea de Poemas, refletindo os caminhos tomados pelo amor em suas experiencias vividas. Suas conquistas, lágrimas, sorrisos e o constante ir e vir das relações, na busca por um sentimento único, o amor verdadeiro, um amor que na verdade, está em...